CADERNO IMOBILIÁRIO
Função de síndico exige qualificação técnica para administrar conflito
Próximo ao Dia do Síndico, profissionais alertam para a necessidade de maior capacitação para atuar na área
Por Leilane Suzarte*

Na próxima quarta-feira dia 30, será comemorado o Dia do Síndico, profissional que regula, organiza e orienta a vida condominial. Uma função que requer habilidades e muitas responsabilidades, já que ele deve zelar pelo patrimônio e garantir o bem-estar de todos os moradores.
É importante ressaltar que o síndico está presente em todas as atividades e demandas que mantêm o condomínio em perfeito funcionamento, seja para oferecer segurança e limpeza do edifício, ou até mediar conflitos, trazer ordem e equilíbrio financeiro para o empreendimento.
Por isso, o administrador do condomínio precisa ter conhecimento de diversas áreas para realizar as atividades administrativas, atender as exigências legislativas e ter profissionalismo na tomada de decisões. Rildo de Oliveira é um exemplo. Ele foi primeiro síndico morador do seu condomínio e, após alguns anos, buscou se qualificar em gestão condominial por estar ciente das responsabilidades de sua profissão, já que o síndico responde civil e criminalmente pelo condomínio.
Vale lembrar que nem sempre é fácil, pois precisa alinhar as expectativas dos moradores em relação aos serviços oferecidos no condomínio. “Uma das principais dificuldades que nós temos é, justamente, a quebra de paradigma, de mostrar para as pessoas que os tempos mudaram, o poder público já exige algumas obrigações que há 2 ou 3 anos não precisava. Então, sempre temos que estar estudando, nos atualizando em relação às leis para que possamos aplicar dentro do condomínio e o condomínio não sofra por causa dessa aplicabilidade”, diz.
A síndica profissional, Priscilla SantAnna, que atua há quase 10 anos na área, concorda. Para ela, o seu papel perante os moradores deve ser sempre imparcial, defendendo as predileções coletivas. “É administrar os interesses pessoais dos condôminos na tentativa de demonstrar a eles que a coletividade deve estar acima das preferências individuais. Os síndicos que conseguem fazer isso, realizam um trabalho de excelência”, enfatiza.
Ainda acrescenta que a demanda por administradores têm crescido nos últimos anos. Isso porque, o aumento no número de condomínios fechados e a construção de novos prédios têm impactado na ascensão da profissão.
“Então, quem quer atuar como síndico deve ter garra, força e determinação. Não apenas para atender aos interesses pessoais dos condôminos, mas sim pensar no coletivo. Assim, deve-se ter lisura (identidade de caráter) e responsabilidade em todos os seus processos”, destaca Priscilla.
Mais complexidade
Nesse sentido, a qualificação do síndico profissional é de extrema importância para que ele possa ter domínio de todos os assuntos porque a gestão condominial é tão complexa quanto a de uma pequena ou média empresa. Para a coordenadora pedagógica do curso de formação de síndico (a) profissional e sócia da empresa ACS Forma, Norma Fontes, a busca por esses profissionais tem aumentado devido a complexidade dos edifícios.
“Como os condomínios se tornam cada vez mais complexos, isso também acontece com a natureza do gerenciamento dessas unidades, que passam a exigir competências específicas para a pessoa que se coloca nessa profissão . Então, a procura tanto por indivíduos para essa formação como dos condomínios em buscar síndicos cada vez mais profissionais tem crescido de forma significativa”, afirma especialista.
Norma informa que desde o lançamento do curso, que começou em 2012, foi uma média de 30 a 40 alunos por turma, exceto em 2021, face ao cenário da pandemia. “Isso mostra que os condomínios querem profissionais que tenham aptidões e habilidades de gestão”, justifica. As competências do síndico são: administrativa; técnica; psicossocial e pensamento estratégico. O curso dura em torno de 6 meses e seus conteúdos são distribuídos/ formatados em 18 módulos, tendo a modalidade presencial ou online.
Além disso, existe a opção também de Qualificação, Capacitação e Aperfeiçoamento de síndicos e MBA em Gestão Condominial, duas formas de capacitação e formação de gestores de condomínios, ofertados pela Faculdade Dois de Julho, entidade que atua com educação há mais de 90 anos.
“O primeiro curso tem a duração de seis meses (180h) e é destinado a pessoas que já atuem ou pretendam atuar na função de síndico, ou síndico profissional. Por outro lado, o MBA em Gestão Condominial é um curso de Especialização, a nível de Pós-Graduação e é desenvolvido em dois anos (360h)”, explica Bartholomeu Rebouças, que é coordenador acadêmico de cursos de formação profissional e MBA de gestão condominial da Dois de Julho em Salvador.
Bartholomeu destaca a importância do síndico para um edifício. “A dinâmica do funcionamento dos condomínios passa a exigir um profissional que tenha a atualização dos conhecimentos como fator relevante da sua prática de gestão”, frisa o coordenador
*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló
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