CADERNO IMOBILIÁRIO
Gestão financeira é principal desafio dos condomínios
Administradores precisam controlar as receitas e despesas para evitar prejuízos para os empreendimentos
Por Leilane Suzarte*
A gestão financeira é o principal desafio dos condomínios, de acordo com a pesquisa realizada pela empresa Panorama dos Condomínios, feita neste ano com mais de 300 moradores e síndicos de todo o Brasil. Logo, para um bom gerenciamento das finanças, os administradores precisam controlar as receitas e despesas dos prédios e informar a todos os moradores como os recursos estão sendo utilizados. Além disso, é importante fazer a fiscalização dos gastos regularmente. Com isso, evita-se prejuízos financeiros na conta bancária do condomínio.
A auditora e CEO do Grupo Lordêlo, doutora em Educação e conselheira do Conselho Regional de Contabilidade do Estado da Bahia (CRC-BA), Michele Lordêlo, que atua desde 2004 com auditorias para condomínios, informa os principais erros que o síndico comete na gestão financeira do condomínio: “O descumprimento do orçamento anual (previsão orçamentária) e os constantes déficits (quando o condomínio gasta mais do que o que arrecada), são os pontos mais recorrentes de inadequações na gestão financeira”.
Administrar um edifício exige responsabilidade e controle financeiro. Lordêlo ressalta a necessidade de ter quem confira, quem acompanhe e quem monitore os gastos condominial, que pode ser feita pelos conselheiros fiscais, caso exista no condomínio um Conselho Fiscal, e pela auditoria condominial, que, preferencialmente, não deve ser realizada por moradores ou pela administradora do condomínio.
“É um serviço externo contratado, onde não deve haver ligação com o síndico, conselho e empresa de contabilidade/administração, visto que é obrigado a independência dos trabalhos, para haver o monitoramento das contas, constatando conformidades e não conformidades, efetuando as recomendações de melhorias e a implantação de ações para a gestão do condomínio”, relata.
Vigiar inadimplência
Para o síndico profissional Roque Teixeira, contratar uma pessoa jurídica para ser o administrador do condomínio, bem como verificar as despesas com material, que é de limpeza e com os funcionários, e monitorar a questão da inadimplência são maneiras de reduzir os gastos do empreendimento, principalmente na folha de pagamento.
O profissional conta o que ele faz para manter as contas em ordem ao longo do ano. "Estamos cumprindo à risca tudo que está na previsão orçamentária, não mudamos nada, e fazemos mensalmente uma análise dos gastos, verificando se houve aumento em algum item em relação ao mês anterior, como conta de água, energia, para que a despesa ordinária não aumente”.
O síndico Diego Pereira relata as estratégias que ele busca para manter a boa saúde financeira do condomínio. “Eu inicio a arrecadação do fundo de reservas e também começo a planejar a provisão trabalhista, que é aquele fundo para o pagamento de décimo terceiro, férias, rescisões trabalhistas. Tudo isso com cautela e responsabilidade na gestão”, conta.
“O gestor deve entender minuciosamente a previsão orçamentária aprovada, para poder trabalhar de maneira que não ultrapasse o orçamento do condomínio. O mais comum é que algum equipamento danifique ou haja uma obra emergencial a ser realizada, isso acontece normalmente pela falta de manutenções, e como condomínio tudo é planejado, é fundamental que as manutenções sejam realizadas de acordo com o previsto, evitando assim surpresas e despesas extras”, frisa Pereira.
Realizar uma boa gestão financeira é manter as contas em dia, mesmo com os problemas que podem surgir pelo caminho, e aumentar os lucros sem deixar a conta no negativo, relatam os especialistas..
“O síndico deve contar com uma equipe interna com experiência, sendo necessário o uso de documentos fiscais, com controles, cotações e procedimentos de contratação. Além disso, recomendo que o condomínio obtenha referências da empresa de contabilidade/administradora, que precisa estar atualizada com as áreas de departamento de pessoal, financeira, fiscal/tributária, e de controles de recebimentos de forma atualizada”, diz Michele.
* Sob a supervisão da editora Cassandra Barteló
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