CADERNO IMOBILIÁRIO
Moradores de condomínios adotam medidas de combate à dengue
Gestores e condôminos realizam ações para eliminar o Aedes aegypt nos imóveis e áreas comuns
Por Leilane Suzarte*
Nos condomínios, é imprescindível manter todos os cuidados necessários para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti e surtos de dengue nos prédios. Os gestores precisam dar início a prevenção de focos do mosquito, principalmente com a proximidade do verão, quando há uma chance de aumento da infestação do mosquito.
A eliminação dos criadouros nas unidades e áreas comuns do condomínio deve ser feita nesse período e ao longo do ano para garantir a proteção de toda a comunidade contra possíveis casos de doença. Para isso, são necessárias ações conjuntas de síndicos e moradores.
Vale lembrar que a situação da dengue em Salvador é preocupante. Segundo dados da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), 1.256 pessoas já foram confirmadas com a doença na capital baiana, entre janeiro e setembro deste ano, mais do que o dobro dos 508 casos registrados no mesmo período do ano passado. Além disso, o Laboratório Central da Bahia (Lacen-BA) identificou, pela primeira vez no estado, a nova cepa da doença: a dengue sorotipo 2 (DENV-2) pertencentes ao genótipo II - cosmopolita.
A subcoordenadora de arboviroses do Centro de Controle e Zoonoses (CCZ), Cristina Guimarães, explica que “o ciclo de desenvolvimento do mosquito gira em torno de 10 dias. Então, a gente pede que a população observe dentro dos seus imóveis e o condomínio sensibilize as pessoas que trabalham com a limpeza para verificar, pelo menos, uma vez por semana, se tem algum recipiente que possa estar acumulando água”.
Ela conta ainda que temperaturas elevadas e água são dois fatores que contribuem para o desenvolvimento da larva e cuidados básicos são necessários para evitar a proliferação do mosquito. A especialista alerta para os bebedouros dos animais de estimação.
“A água tem que ser descartada, o recipiente deve ser lavado em todas as bordas com bucha ou um material que seja bem áspero para poder eliminar possíveis ovos que estejam impregnados nas bordas da vasilha porque a fêmea do mosquito não coloca o ovo diretamente na água, mas sim na lateral, próximo à superfície da água”, explica Cristina.
Limpeza da piscina
As piscinas do condomínio devem também ser higienizadas que, se mal cuidadas, podem se tornar um problema de elevadas proporções. “É de suma importância que as manutenções preventivas estejam em dia. Então a piscina precisa receber a dosagem de cloro corretamente para que o mosquito não venha colocar os ovos no local”, esclarece Priscila SantAnna, síndica profissional e diretora da Assiscon-BA.
Além desta questão, ela ressalta sobre as plantas que os condôminos têm em suas casas. “O morador precisa ter bastante cuidado com as plantas condicionadas em suas unidades e não deve deixar os vasos com água no fundo. Dessa forma, nós solicitamos que eles coloquem areia nos recipientes. E se for viajar ou não estiver morando na casa que depositem hipoclorito de sódio (que é conhecido popularmente como água sanitária) nos ralos e se puder vedá-los é melhor para evitar a proliferação do mosquito”, frisa Priscila.
Elian Pires, advogada, que mora em um apartamento no bairro do Garcia, cultiva duas violetas e plantas. Ela relata o que faz para impedir possíveis criadouros de mosquito da dengue em sua residência. “Eu coloco um suporte embaixo dos vasos das plantas para água escorrer, pedrinhas e cascas em algumas plantas para absorver a água e assim não fique parada. A cada dois ou três dias, eu coloco água e sempre fico observando se fica empoçada ou não”, diz.
Ela afirma que, mesmo morando em um andar alto, aparece mosquito e, por isso, realiza algumas ações para combater o inseto em sua residência. “Nós temos telas de proteção nas janelas e temos a postura de evitar acúmulo de lixo em áreas de serviço e deixar frutas expostas. Além do mais, no verão, dedetizamos a casa através de um produto específico para evitar que o mosquito entre na residência”, conta Elian.
Diante disso, a gestora de condomínios Chris Romão enfatiza que "os gestores precisam realizar trabalhos de conscientização sobre cuidados e convivência em condomínios e utilizar a inspeção periódica nas áreas comuns como principal medida de combate à dengue”.
“Quando constatados focos do Aedes aegypti, é recomendado que uma empresa de dedetização possa ser acionada para realizar um fumacê, que consiste em uma fumaça com baixas doses de um agrotóxico, nas áreas comuns do condomínio e em seguida, deve ser solicitado à zoonos e da região onde o prédio está localizado uma visita de fiscais e assim constatar que o condomínio está livre de focos”, observa a gestora de condomínios.
*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló
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