CADERNO IMOBILIÁRIO
Móveis de alvenaria levam memória afetiva para projetos contemporâneo
Usados em casas de praia e de fazenda desde os anos 1960, estilo chega às decorações de imóveis urbanos
Por Dianderson Pereira*
Os móveis de alvenaria estão em uso na construção civil desde os anos 60, em que nesse período eram tendências em casas de campo, se tratando de um estilo mais despojado e com simplicidade. Atualmente, a busca por esses móveis para apartamentos e casas se dá por projetos de ambientes com um aspecto mais rústico, mas arquitetos e projetistas só não recomendam para quem pensa em se mudar.
Levi Koyanagi, projetista de móveis e idealizador da empresa Fabrik do ramo de planejamento e reforma de móveis, diz que a construção desses objetos ocorre principalmente em projetos que os clientes buscam um ambiente decorativo e podem remeter a memórias afetivas.
“Desde os anos 60,70, as obras civis já incluíam a construção desses móveis, em geral no mesmo revestimento das paredes, como balcões de cozinha, guarda-roupas embutidos e bancadas de banheiro. Então todo mundo tem alguma lembrança da casa da avó nesse estilo, o que traz aquele calor de memória afetiva que muitos clientes e conceitos de decoração atuais têm procurado trazer para os lares”, relembra o projetista.
A arquiteta Ana Burity também diz que esses projetos são procurados para projetos mais rústicos, mas com implementação de algum outro material, dando um toque de elegância. “Podemos fazer em diversos espaços, como exemplo, um sofá em alvenaria, mesa com cadeiras soltas, e também camas, que ao invés de utilizar uma base de madeira ou box, utilizamos a base de alvenaria com um colchão do seu agrado sobreposto”.
A arquiteta Camila Maia enfatiza que esses móveis são fixos e não são recomendados para quem pensa em se mudar, sendo necessário estudar bem o espaço para a construção e saber executar, para não serem instalados inadequadamente.
Na casa de Kélvin Fabrinni, morador de Feira de Santana, foram projetados alguns guarda-roupas de alvenaria ainda por seus avós antes mesmo dele nascer e permanecem até hoje. “Além de serem ótimos em aspecto de durabilidade, trazem memórias de meus avós e da simplicidade, mas são fixos e ainda não foram modificados”.
Thais Macambira, designer de interiores, mostra outras opções para deixar a sua casa com um conceito rústico. Em dois projetos recentes para casas em Imbuí e Itapuã, ela trabalhou com blocos de concretos sem fixar nos espaços justamente para os clientes que pensam em locomoção. “Os blocos de concreto foram pensados nesse projeto pela sua versatilidade e durabilidade. Móveis feitos de alvenaria podem ter vários formatos e volumes, além disso, o cliente não precisa se preocupar com manutenção e conserto. “
“Optamos por deixá-lo o mais natural possível para conferir um ar mais rústico, eles deram um toque marcante ao projeto, evidenciando a personalidade do ambiente, com um custo benefício acessível e fazem sucesso na decoração rústica e minimalista. Podemos trabalhar eles como banco, rack, prateleira, jardineira, escrivaninha, adega, mesa de cabeceira, em resumo, eles são multifuncionais”, acrescenta a designer de interiores.
Durabilidade e custo
Natanael Souza, mestre de obras e proprietário da empresa Souza Coutos Construções e Reformas, fala que sua empresa atende a clientes que procuram para a construção de móveis de alvenaria devido às suas vantagens.
Para o mestre de obras, os móveis de alvenaria atendem e deixam satisfeitos por terem uma ótima durabilidade, montagem prática e também, por serem de baixo custo, mas alerta para a escolha do local. “É importante que o cliente tenha o local definitivo, pois o móvel dura para sempre, fazendo, se necessário, alguma manutenção”.
Além dessas vantagens, Camila Maia complementa que é possível definir as medidas que atendam ao pedido dos clientes. “Há maior liberdade de uso de tamanhos que se adequem às nossas necessidades. Por exemplo, podemos fazer um sofá maior ou menor, de acordo com o espaço disponível para a construção”.
*Sob a supervisão da editora Cassandra Barteló
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