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Mudar de imóvel vira um desafio maior na pandemia

Publicado sábado, 19 de junho de 2021 às 06:05 h | Autor: Nalbert Antonino*
Martha conta que reforçou sua equipe para garantir rapidez | Foto: Shirley Stolze | Ag. A TARDE
Martha conta que reforçou sua equipe para garantir rapidez | Foto: Shirley Stolze | Ag. A TARDE -

É preciso desmontar e empacotar a mobília, planejar o transporte, mobilizar pessoas, contratar serviços, contatar a administração condominial... Mudança é sempre um evento: exige dedicação, organização e, quase sempre, um pouco mais de paciência para conseguir lidar com tantas demandas. Mas, com a pandemia do coronavírus, as mudanças residenciais precisaram enfrentar um novo desafio: a segurança sanitária. Agora, com mais de um ano de pandemia, as empresas têm apostado em soluções que adaptem a eficiência logística aos cuidados contra o coronavírus.

“A gente teve que se encaixar. Logo quando começou a pandemia, a nossa função nunca veiculou no decreto da prefeitura (que suspendia atividades presenciais), então podíamos fazer o serviço”, afirma Martha Rodrigues, proprietária da Prime Mudança. Segundo ela, em função da pandemia, a empresa precisou, ao mesmo tempo, garantir higienização e proteção dos funcionários e reforçar a rapidez e a qualidade da equipe.

“Aumentamos um pouco mais a equipe: a depender do tamanho do imóvel, cada um ficava num cômodo para poder agilizar os processos, e álcool a todo instante. A gente sempre estava buscando isso: ‘Passem álcool, e, se der, lava com sabão’. Às vezes eu levava detergente, para não ficar pegando as coisas dos clientes; bacia, para limpar os pés; botava água sanitária, porque a gente não pode trabalhar sem bota, que é um EPI – pode cair alguma coisa, machucar, então tem a bota, tem biqueira”, comenta.

Para a empresa, ao mesmo tempo em que houve um aumento na demanda por mudanças durante a pandemia – principalmente para casas de veraneio, que, em virtude do isolamento social, acabou sendo destino de muitos – surgiu também, de forma combinada, uma demanda por soluções seguras e a necessidade de proteger as equipe de trabalho.

Martha conta que no início da pandemia muitos condomínios não permitiram que houvesse mudanças, mesmo que a atividade não tivesse sido suspensa pelos decretos municipais do início da pandemia. “Teve mudança que tivemos que fazer com liminar da Justiça. Teve prédio que não aceitava mudança de jeito nenhum”, diz.

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Santos recomenda publicizar protocolos de segurança | Foto: Adilton Venegeroles | Ag. A TARDE

Papel dos condomínios

Tentando acompanhar a evolução do conhecimento em relação à propagação do coronavírus, muitos condomínios tiveram um papel importante no trabalho de conscientização, reforçando as orientações para o uso de máscara e para o isolamento social, bem como estabelecendo normas que evitaram aglomerações e outras formas de propagação do vírus.

Com as mudanças isso não foi diferente: mesmo antes da pandemia, muitos condomínios estabeleciam regras para que esse processo não causasse maiores transtornos para a comunidade como um todo, que iam desde reservar um elevador específico para transportar as mobílias até delimitar quais os dias específicos para as mudanças ocorrerem.

Desta forma, durante a pandemia as regras começaram a seguir no sentido de evitar aglomerações e muita circulação nos espaços internos. E, na medida em que o conhecimento sobre a propagação do vírus evoluía e que o poder público flexibilizava as atividades presenciais, essas normas se adequaram, reforçando a conscientização sobre segurança sanitária para os condôminos.

Para o consultor em gestão de condomínio Gilberto Marins Santos, a divulgação de informações é uma das principais formas de garantir tal segurança. Publicizar os protocolos, como o uso de máscara e álcool em gel, através de grupos de transmissão de mensagens do condomínios, reuniões com moradores e com os funcionários, é uma maneira viável de combater a desinformação e assegurar a saúde de toda a comunidade.

*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló

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