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Novos empreendimentos unem unidades residenciais e comerciais

Publicado sábado, 14 de setembro de 2019 às 14:35 h | Autor: Gabriel Fraga* | Foto: Raul Spinassé | Ag. A TARDE
Ricardo, do Green Life, ressalta que a ideia é facilitar a rotina
Ricardo, do Green Life, ressalta que a ideia é facilitar a rotina -

Condomínios com fachada ativa, mais conhecidos como condomínios mistos, são aqueles que agregam uma área comercial à parte residencial, oferecendo uma gama de serviços que podem ser aproveitados não só pelos moradores do empreendimento, como também por pessoas de fora que estejam passando pelo local.

Carlos Henrique Passos, presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon-BA), explica que o crescimento destes empreendimentos responde às mudanças da sociedade, numa busca por aproximar estes locais daqueles que procuram reduzir distâncias para obter serviços, segurança e comodidade.

"É algo que vem se refletindo culturalmente no nosso país", avalia Carlos. "Temos a questão do home office, por exemplo, onde as pessoas buscam cada vez mais aproximar a casa do trabalho".

Com a possibilidade de agregar valor ao empreendimento, a depender do tipo de negócio oferecido, alguns condomínios criam restrições em relação aos tipos de loja que podem ter um ponto lá. Muitas acabam optando por não permitir bancos e casas lotéricas, por exemplo, pensando na segurança dos moradores.

"A ideia é trazer facilidade para a rotina, principalmente dos moradores, refletindo também nos arredores do local", aponta Ricardo Simões, contador e sócio da Prospere Consultoria, que administra o condomínio misto Green Life Imbuí. "Alguns serviços acabam se tornando fundamentais neste sentido, como farmácias e laboratórios, como temos lá no Green Life, além de padarias, restaurantes, coisas assim", exemplifica.

O contador explica que as lotéricas também entrariam no quesito de ser um agente facilitador, porém poderiam gerar insegurança, podendo precisar de segurança armada no local. Um barzinho poderia gerar perturbação.

"Tudo vai depender das regras impostas pelo regimento do condomínio. Se nada disso for previamente estabelecido, o local estará sujeito a receber todo tipo de negócio", explica Ricardo.

Perto de casa

Denise Passos, sócia-proprietária da Ágil Imobiliária, empresa de corretores de imóveis do condomínio Salvador Prime, localizado no Caminho das Árvores, reforça o fato de que deve-se elencar uma variedade de opções que ofereçam segurança e praticidade, não só no sentido de morar, como também no de trabalhar.

É algo que vem se refletindo culturalmente (...) Temos o home office, por exemplo, onde as pessoas buscam cada vez mais aproximar a casa do trabalho

"Por ser um complexo que oferece várias opções de lazer, além da sua localização estratégica, no Salvador Prime as pessoas têm mais comodidade para fazer programas sem precisar ir muito longe de casa", avalia Denise.

"Além disso, o condomínio também possui diversas salas comerciais que são alugadas pelos próprios moradores, como médicos, dentistas e advogados, que procuram mais facilidade, diminuindo a distância entre a casa e o trabalho", conta.

Dentre as principais dúvidas daqueles que estão pensando em morar num condomínio com fachada ativa está a preocupação em entender onde começa e onde termina cada área, quais seriam os limites entre a parte residencial e a comercial. Denise explica que isso é algo que deve ser muito bem planejado desde a fase de projeto do local.

"Quando existe uma organização, estabelecendo acessos independentes, áreas comuns exclusivas e pensando bem em cada espaço, não existe com o que se preocupar", reflete. "A segurança, comodidade e privacidade continuam sendo as mesmas de qualquer outro condomínio".

Dentre as possíveis desvantagens de morar num local assim, Carlos Henrique Passos aponta o fato de que algumas pessoas podem se incomodar com a repetição dos espaços, já que existe essa possibilidade de trabalhar no mesmo lugar. Para aqueles que preferem ambientes mais plurais, comunicando-se com mais pessoas, pode ser um empecilho.

"Apesar disso, vale lembrar que isso não é uma regra. As pessoas não são obrigadas a trabalhar ou apenas ter momentos de lazer no condomínio", afirma Carlos Henrique.

"O que acontece é que, geralmente, as pessoas que vão morar nestes empreendimentos já vão com essa mentalidade", reflete, citando também o fato de que esses empreendimentos se adaptam a pessoas que têm vida mais prática.

Portanto, no momento em que surge a possibilidade de morar em um condomínio misto, é preciso fazer uma autoavaliação e entender qual o seu perfil de morador, para evitar futuras frustrações e arrependimentos.

*Sob a supervisão da editora Cassandra Barteló

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