CADERNO IMOBILIÁRIO
Quase metade dos incêndios acontecem em residências
Segundo especialistas, medidas de segurança simples ajudam a evitar acidentes
Por Leilane Suzarte*
A Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel) registrou, no Brasil, 5.122 incêndios de origem elétrica, com 395 fatalidades (8,2%), em um prazo de 10 anos (2013 a 2022), com uma variação de 42,2% no período. Ou seja, os incêndios de origem elétrica seguem uma tendência de crescimento nos últimos anos e a maioria dos acidentes acontece nas residências, em um total de 49,7%.
Para evitar esse tipo de acidente, é necessário medidas de segurança simples e fáceis de serem tomadas, como não deixar fios e cabos desprotegidos, verificar se a voltagem dos equipamentos e da instalação são compatíveis e não mudar a temperatura do chuveiro elétrico com ele ligado. Assim, é possível garantir a redução de choques elétricos e outros riscos nas unidades e nas áreas externas do condomínio.
Além disso, é preciso fazer a manutenção periódica em toda a instalação elétrica dos edifícios para prevenir acidentes elétricos, como afirma o síndico Jorge Freitas, que atua há 20 anos na área e trabalha atualmente com 14 condomínios: “a vistoria deve ser feita a cada 15 dias, por um empresa especializada, para fazer o check list em tudo, tanto na parte elétrica dos elevadores quanto na parte elétrica das bombas que jogam água para os tanques em cima das torres”.
Outra questão que o profissional comenta é sobre os edifícios que ficam próximos da praia, já que os cuidados com a eletricidade precisam ser redobrados. “Verificar a corrosão e o desgaste natural causado pela umidificação de água salgada que acaba diminuindo a vida útil de um cabo elétrico. Então, a substituição dos cabos podem ser feitas a cada 90, 120 dias para que evite problemas causados pelo salitre”, orienta.
Já o síndico profissional, Roque Teixeira, relata que ele instrui aos porteiros e funcionários de serviços gerais para que os mesmos orientem ao morador que viaja e fica muito tempo fora do apartamento a não deixar nenhum eletrodoméstico ligado na tomada e também a todos os condôminos em evitar vários equipamentos ligados simultaneamente no benjamin (“T”) ou extensão, já que isso gera sobrecarga, acarretando em acidentes elétricos com curtos-circuitos e incêndios.
Período de chuva
Ele conta também que, no período das chuvas, deve-se ter bastante cautela com os pontos de infiltração, principalmente onde existem bocais de lâmpada e tomadas. “Às vezes, alguém deixa a parte do terraço aberta, isso pode entrar água e esta água descer pelas escadas e indo em algum conector dos elevadores. Então, nós ficamos atentos para evitar esse tipo de problema”, afirma.
O gerente de saúde e segurança da Neoenergia Coelba, Hugo Vidal, ressalta que água e energia elétrica não combinam. Ele dá algumas recomendações para evitar acidentes elétricos nas áreas externas do condomínio: “Se estiver chovendo, a casa de bomba de água da piscina não deve ser manuseada. Para realizar isso, espere o tempo abrir e fazer sol. Também, se for acessar ou ligar e desligar um equipamento elétrico na área molhada do empreendimento, como a copa, cozinha, banheiro e piscina, tem que ser sempre por um adulto com pés calçados e mãos secas”.
Ele completa que somente o eletricista é responsável por examinar algum equipamento eletrodoméstico e fazer a instalação de uma luminária, já que muitos acidentes elétricos costumam ocorrer por situações previsíveis e falta de segurança. “Uma das opções mais seguras de proteger a instalação de um edifício ou residência é o aterramento elétrico, que impede sérios problemas com a eletricidade. Além disso, existem os diferenciais residuais (DR), que quando o risco de choque é percebido, a energia elétrica é cortada”, informa Vidal.
Ele conta que a Neoenergia tem o Programa Comunidade Segura que visa constantemente oferecer prevenção, informações de uso seguro e eficiente da energia elétrica.
*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló
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