SUSTENTABILIDADE
Saiba como a energia solar tem gerado economia em casas na Bahia
Número de residências baianas que já contam com energia solar chama a atenção
Por Joana Lopes
Há dois anos, o fotógrafo Mateus Ross decidiu instalar painéis solares no teto de sua casa, em Lauro de Freitas. Ele, que vive com a esposa e a filha, estava cansado do elevado valor das contas de energia, que variava entre R$ 600 e R$ 800. “Queria investir esse dinheiro, em vez de apenas gastá-lo, sem nenhum retorno. Então, instalei 13 placas fotovoltaicas para suprir a demanda de consumo residencial”, conta. Passados mais de 24 meses, Ross se diz satisfeito com o investimento.
Sua casa é uma das 142 mil que contam com esse tipo de sistema, na Bahia, de acordo com a Associação Baiana de Energia Solar (ABS). No Brasil, são mais de quatro milhões de unidades residenciais consumidoras desse tipo de energia, com mais de três milhões de sistemas instalados em telhados, fachadas e pequenos terrenos, espalhados em 5.550 municípios de todos os brasileiros, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
Neste ano, os consumidores entre 18 e 40 anos se destacaram nesse cenário, respondendo por mais de um terço das contratações de financiamento para instalação de painéis solares em residências, de acordo com dados da plataforma Meu Financiamento Solar, especializada em financiamento para projetos fotovoltaicos de geração própria.
De acordo com o estudo, os créditos liberados pela plataforma para o público jovem, também conhecidos como ‘early adopters’, representam 36,7% do total de contratações entre julho e setembro deste ano. Já os consumidores acima de 50 anos respondem por 32,5% das efetivações na plataforma.
A facilidade de financiamento é um dos fatores que tem atraído mais consumidores para esse mercado, como explica Marcos Rego, presidente da Associação Baiana de Energia Solar (ABS). Segundo ele, a instalação de quatro ou cinco painéis varia entre R$ 10 mil e R$ 12 mil. “Hoje, os bancos oferecem linhas de financiamento de 100% da instalação, com taxas de juros que vão de 0,5% a 1,6%. Em alguns casos, se aproximam de 2%”, afirma. Depois de dois anos, ele e outros especialistas garantem que os clientes já obtêm retorno do investimento, devido à economia gerada sem as contas de luz.
Mini usinas
Os sistemas fotovoltaicos podem ser instalados em qualquer tipo de imóvel ou telhado, pois os engenheiros civis de cada empresa fazem as adaptações necessárias. O valor de cada projeto vai depender da demanda de consumo das unidades. Em uma cobertura no bairro soteropolitano da Pituba, por exemplo, foram instaladas oito placas solares, com 3,20 kWp de potência. Em um ano, são produzidos 4.828 kWh, o que gera R$ 3.887 de economia anual.
Os sistemas - ou mini usinas solares - tanto são capazes de injetar quanto de receber energia das concessionárias de rede elétrica. Isso garante o fornecimento à noite ou durante períodos chuvosos. “Funciona como um crédito. O que eu produzo de excedente vai para a Coelba e, quando eu preciso, eventualmente, consumo desse crédito”, explica Mateus Ross.
De acordo com Marcos Rego, o número de consumidores baianos que recorrem a essa alternativa ainda é pequeno, se comparado ao potencial solar do estado. Ele acredita, no entanto, na tendência de maior adesão. “Haverá maior demanda, devido ao aumento do preço da energia elétrica e a maior conscientização sobre transição energética. Além disso, em poucos anos, o valor de investimento caiu quase à metade, o que torna a energia solar mais acessível.”
Para os consumidores que querem ser autossuficientes na geração da própria energia, a tendência é a instalação de projetos de energia solar que já incluem uma bateria de armazenamento. “É uma tecnologia que os condomínios, principalmente, deveriam investir. Os geradores são aparelhos arcaicos e muito caros”, comenta. O valor de projetos assim depende do tamanho e capacidade de armazenamento da bateria em questão, mas as estimativas podem ficar acima de R$ 90 mil, com previsão de retorno em três anos.
Lucas Macedo, diretor da SDB Energia Solar, considera que o financiamento desse tipo de sistema é uma “dívida que vale a pena”. Ele, que tem 700 clientes residenciais no estado, conta que a geração própria de energia tem 80% de performance garantida mesmo após 25 anos de uso, com produção de energia limpa. “É um investimento de baixo risco, no qual a economia vai direto para o bolso do consumidor. É também o adeus às bandeiras amarela e vermelha e aos reajustes anuais de energia, normalmente acima da inflação”.
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