MERCADO
Salvador tem m² mais barato entre 16 capitais
Índice FipeZAP apontou uma média de R$ 5.827 por metro quadrado
Por Mariana Bamberg
Durante o Carnaval, Salvador pode até ser um dos lugares mais cobiçados e valorizados do Brasil, mas, no mês de janeiro, a capital baiana foi a que teve o metro quadrado mais barato do país. Isso segundo o índice FipeZAP, que mapeou 16 capitais brasileiras e apontou uma média de R$ 5.827 por metro quadrado de imóveis residenciais que estão à venda na cidade dos soteropolitanos. Enquanto isso, em outras 10 capitais as médias superam R$ 7 mil, como é o caso das também nordestinas Fortaleza (R$ 7.211) e Recife (R$ 7.626).
Isso quer dizer que se em Salvador um apartamento de 100 metros quadrados custa, em média, R$ 582,7 mil, em Fortaleza e Recife o valor passa respectivamente para R$ 721,1 mil e R$ 762,6 mil. Pode ainda ultrapassar o R$ 1 milhão em capitais como Vitória, Florianópolis e São Paulo. A média do metro quadrado no país é de R$ 8.750.
Economista do DataZAP, Lucas Gerez explica que, analisando a série histórica, Salvador já costumava estar entre as capitais nordestinas com o metro quadrado mais barato. O que pode, segundo ele, explicar esse posto é a extensão e heterogeneidade do mercado imobiliário da cidade soteropolitana, que acaba sendo refletido na média do preço.
Apesar do metro quadrado mais barato, a capital baiana teve, no mês de janeiro, uma valorização de 0,24%. O corretor Robson Silva pontua que historicamente este mês costuma trazer, em todo o país, mudanças nos valores de imóveis porque é um período em que as taxas cartoriais sofrem reajustes e os carnês do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) começam a chegar para os proprietários.
Chance de compra
Por outras questões circunstanciais, o economista da FipeZAP aponta que o ideal é avaliar a variação acumulada nos últimos 12 meses. “[Esse índice] está mais suscetível a questões macroeconômicas, como custo do crédito, questões de economia urbana, a exemplo do crescimento do aumento da demanda por um bairro ou até na cidade como um todo. Nesse sentido, o IPCA apresentou um aumento de 4,39% nos 12 meses encerrados em janeiro de 2024, enquanto o preço médio dos imóveis residenciais em Salvador avançou 5,54%”, esclarece.
Para Robson, ainda assim, o momento e os números são positivos para o corretor e o investidor. Já o economista arrisca que pode também ser uma oportunidade para o comprador. “Do ponto de vista macroeconômico, o período é positivo para a aquisição de um imóvel. Mas essa decisão é muito individual e envolve inúmeras variáveis. Em uma capital como Salvador são inúmeras as oportunidades de compra e é possível, por exemplo, que o bairro que o comprador deseja morar esteja em um período de valorização, o que pode tornar os preços mais elevados no momento, tornando o sonho mais distantes”, afirma.
Ainda segundo o índice FipeZAP, os bairros com metro quadrado mais caro em Salvador são: Barra (R$ 8.668/m²), Rio Vermelho (R$ 8.170/m²), Caminho das Árvores (R$ 7.926/²) e Itaigara (R$ 6.434/m²). A corretora Iolanda Mattos concorda com as regiões indicadas e aponta ainda a Vitória e o Horto Florestal. De acordo com ela, nestes bairros há uma variação de preço ainda maior, que pode resultar em médias ainda mais elevadas.
“A Barra, por exemplo, é um dos bairros mais visitados por baianos e turistas, tem a diversidade de serviços e entretenimento e sem falar na cultura. Já o Caminho das Árvores se tornou o coração financeiro da cidade. Existe um misto de boa moradia e negócios, e surgindo muitos lançamentos novos”, avalia a corretora.
O Rio Vermelho, por sua vez, está entre os mais valorizados por ser um bairro boêmio, com diversão e facilidades de serviços como mercado e padaria, ressalta a corretora. Enquanto Ondina tem atrelada à sua valorização toda a magia do Carnaval. “Isso sem dúvidas é um grande atrativo”, conclui a corretora.
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