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10/03/2018 às 10:14 - há XX semanas | Autor: Chargista

CRÔNICA DO JAGUAR

A justiça da posteridade

Desenho da Santa Ceia publicado por Ziraldo no Jornal do Brasil
Desenho da Santa Ceia publicado por Ziraldo no Jornal do Brasil -

Uma citação geralmente vem a ser uma homenagem como o novo livro de Ruy Castro,`` Trêfego e Peralta´´, remete ao soneto famoso de Arthur Azevedo. Há exato meio século lancei meu primeiro livro de cartuns,``Átila, você é bárbaro``. Num deles faço uma brincadeira com a frase de Sherlock : `` Elementar, meu caro Watson´´esnobando, mais uma vez, seu amigo e associado y otras cositas (gostaria de saber o que Freud pensava da relação dos dois). Sem disfarçar seu desprezo pelas limitações intelectuais do parceiro, diz: ``Você é elementar, meu caro Watson´´. No mesmo livro, incluí outro cartum. É sobre o Aleijadinho. No seu ateliê em Congonhas do Campo, fala para um sujeito que visitar seu atelier : `` Hoje me chamam de Aleijadinho, mas a posteridade me fará justiça´´. Evidentemente - como dizia Millôr ao explicar um cartun, queria dizer que, no futuro, sua obra seria reconhecida e ele lembrado não pelo apelido pejorativo, mas pelo nome de batismo: Antonio Francisco Lisboa, até hoje ignorado pela plebe ignara. Mas essa história agora teve um novo episódio. No recém relançado Jornal do Brasil, Ziraldo publicou no Caderno B um belo desenho da Santa Ceia (tema em que é especialista). Um dos apóstolos aponta para Judas e diz para Jesus :´´Ele tá dizendo que, hoje, o chamam de delator, mas está certo de que , no Brasil, a posteridade lhe fará justiça``. Ziraldo citou um cartum que fiz há 50 anos. Para quem não sabe, ele e eu há mais de sessenta anos nos metemos em aventuras editoriais, em geral fracassadas mas inesquecíveis. O que me aflige é que não entendi o cartum. Judas será sempre lembrado pela posteridade como delator. Ou não?

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E lá se foi Tônia Carrero. Quando ela aparecia, iluminava nossa mesa nos sábados da Cobal do Leblon. E que mesa: Tom Jobim, João Ubaldo tricotando poetas ingleses com Geraldinho Carneiro, Zé Lewgoy, duas Lígias que se diziam inspiradoras da música homônima, Chico Caruso e Eliana, Marília Kranz, Antonio Pedro, Tessy Callado, Otávio Augusto, Fernando Balbi e namoradas, Dico Wanderley, Abel Silva, Veríssimo e Lúcia quando passavam pelo Rio, Reinaldo que chegava mais cedo para garantir a mesa. E Célia que já freqüentava o lugar antes de dividirmos o mesmo apartamento e a mesma garrafa. Show à parte: Tônia provocando Lewgoy que esbravejava contra um diretor da Globo: “Aquela pequena toupeira ruiva!” -“Ai, Zé, você é tão implicante...” O que o deixava ainda mais furioso. Se não me falha a memória, foi a mulher mais bonita que já vi. Mas nunca tive intimidade para chamá-la de Mariinha. E nem fui seu conselheiro como Geraldo Thomas, 32 anos mais moço , escreveu na Folha de São Paulo . Termina revelando que Tônia contou para ele, numa entrevista, que fazia sexo a 3 ou a 4 nos anos 50 e 60. Se eu não fosse um velho de 86 anos, lhe daria um soco na cara pela falta de respeito.

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