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CRÔNICA DO JAGUAR

Afundaram o Bismarck

Por Cartunista

30/06/2018 - 10:25 h
“Só Nelson Rodrigues, inventor do Sobrenatural de Almeida, saberia descrever a épica vitória da mais pobre das Coreias em cima da poderosa Alemanha”
“Só Nelson Rodrigues, inventor do Sobrenatural de Almeida, saberia descrever a épica vitória da mais pobre das Coreias em cima da poderosa Alemanha” -

Em maio de 1941 a armada inglesa afundou o até então considerado indestrutível encouraçado alemão Bismarck, orgulho do führer, que já havia destruído 22 navios, com milhares de mortos. Eu tinha 9 anos e morava em Santos com meus pais e meu irmão. Um dia que nunca se apagará da minha bruxuleante memória. Nem tanto pelo fato histórico: meu pai, que torcia pelos ingleses, me deu uma batida de limão com cachaça para comemorar. Foi a primeira de milhares e milhares até meu fígado também ir a pique. Só Nelson Rodrigues, inventor do “Sobrenatural de Almeida”, saberia descrever a épica vitória, nos segundos finais da partida, da mais pobre das Coreias em cima da poderosa Alemanha, que já entrou na Copa favoritíssima ao pentacampeonato. E, como o Bismarck, também parecia indestrutível. Junto com ela, suponho, foram a pique todos os bolões e loterias esportivas do planeta. Se alguém – só pra contrariar – resolveu arriscar um placar estapafúrdio e acertou o resultado de dois a zero para os pequenos coreanos, deve ter ganho grana suficiente para comprar um ego igual ao do Cristiano Ronaldo. Por outro lado, me lembrou piada de português. Inclusive, sem faltar sequer o Joaquim e o Manuel: Joachim (pronuncia-se Joaquim) Low, técnico, e Manuel Neuer, goleiro. Low, em vez de reorganizar taticamente seu time, ficou mais preocupado em tirar meleca do nariz durante o jogo. A Alemanha teria vencido se o juiz, depois de apitar impedimento no gol de Son, não consultasse seu colega eletrônico, o VAR, que validou a jogada. Isso aos 49 minutos dos acréscimos. Toni Kroos, que no jogo anterior eliminou os suecos com um golaço, fez um passe perfeito, só que para o adversário. Son , rápido como um raio amarelo, marcou para Coreia do Sul já nos acréscimos. No desespero, Neuer, o maior goleiro do mundo – já que o ataque alemão não chutava nem saía de cima –, saiu do gol com a bola nos pés para tentar empatar o jogo que manteria a Alemanha na Copa. Kim Young-gwon fez o drible e acabou entrando com bola e tudo no gol do Neuer, vazio. Eu, que não sou alemão nem coreano – quase tive um enfarte, imagine as respectivas torcidas. O impossível aconteceu e, para piorar, em dose dupla. Todos os filmes de Alfred Hitchcock, juntos, não teriam o suspense deste lance. E ainda teremos que aguentar, até dia 15 de julho, esta inenarrável ansiedade pela frente. Você, não sei, mas desconfio que Maradona e eu não sobreviveremos à Copa da Rússia. Por falar em Maradona, falta Pelé torcendo pela nossa seleção na arquibancada? Amanhã saberemos se a Argentina passa pela França. Segunda-feira vamos encarar o México. Já que o cabelo do Neymar está se normalizando, vai dar tudo certo. Espero que o Tite barre o cabeleireiro: o nosso craque ficou parecendo uma cruza do louro José com uma lhama. O que muito me preocupa é o Trump, tremendo pé-frio: certamente vai torcer pelo Brasil por causa do muro na fronteira com o México.

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