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CRÔNICA DO JAGUAR

Arqueologia de Ipanema (final)

Por Jaguar

10/11/2018 - 14:35 h
Continuando o papo da semana passada
Continuando o papo da semana passada -

Continuando o papo da semana passada: Jaguar: “Meton, como era Ipanema em 1957?”. “Era meio eclético, tinha gente que ia lá para ver a Ira Etz, a Yonita, que ainda não era Guinle, a Leila Diniz... Jogar xadrez na areia estava na moda. Tinha gente que ia ‘salseirar’ – exigia muita técnica e um par de alparcatas Rodia. A gente se deixava levar na onda quando ela voltava e firmava os pés na pedra. As alparcatas serviam para não lanhar os pés”. Ira: ”E sem drogas”. Todo mundo ia de cerveja e cuba-libre. Só Silvinha Maconha puxava fumo, daí o apelido. Pedro Correia de Araújo: “O pessoal curtia mesmo era a praia e o mar”. George: “Fomos os primeiros a fazer pesca submarina. Antes eu trabalhava no Seaquarium, em Miami. Meu trabalho era alimentar golfinhos, arraias, tubarões. Depois passei um tempo no Havaí, mergulhando, pegando onda. Não tinha aqualung. Era na base do fôlego. Eu aguentava cinco minutos debaixo d’água. Bateu a saudade e voltei. O comandante Edu, da Panair, o Paulo Amaral, eram da turma da praia. A gente, se tivesse problema de intestino, tomava três goles daquela água azul e limpa. Se fosse hoje, no mínimo pegava hepatite”. Ira: “A gente via na água transparente aquelas jamantas maiores que quatro mesas deste bar”. George: “Daqui de Copacabana a gente via a torre da Igreja da Nossa Senhora da Paz, em Ipanema. No Bar Vinte, onde o bonde fazia a volta, tinha um randevu onde hoje é o Ponto Frio”. Jaguar: “Então foi por isso que o Paulo Casé levantou lá o Pirocão (apelido do obelisco no limite de Copacabana com Ipanema)”. Jaguar: “Como era a vida sexual naquela época, sem Aids?”. Pedro Correa de Araújo: “Existia o romance, a gente namorava, tinha que correr atrás”. Meton: “Quando conseguia roubar o primeiro beijo, era a glória”. George: “A única doença que tinha era a blenorragia”. Jaguar: “Depois da Aids, a gente chega a ter saudades da gonorreia”. Ana Maria Saraiva (chegando e sentando): “Estão falando de sexo? Foi uma época boa. A gente fazia revezamento, trocava de namorado, sexo era um esporte, como o frescobol, que o Millôr diz que inventou. Eu queria deixar uma coisa bem clara: os caras diziam que nos comiam mas não era verdade, a gente é que dava pra eles”. Jaguar: “E os bares?”. George: “Tinha o Zeppelin, na Visconde de Pirajá, 499, desde antes da guerra. Quem ia lá era a turma do João Saldanha, Aristides, irmão dele, Sinhozinho, o lutador, o pai da Ira, Hans, Rudolph Hermanny, campeão mundial de mergulho, o ator Silveira Sampaio... Tinha também o Mau Cheiro , onde hoje é o 1.800, na Rainha Elizabeth. Tinha o Renânia, que virou Jangadeiros depois que foi quebrado pela turma do João Saldanha porque o dono era nazista. Fui à inauguração do Veloso (NA: hoje Garota de Ipanema). Tom Jobim também foi”. Jaguar: “Na época não era dimenor? Tomava guaraná. Sabia que ele foi capoeirista?”. Todos: “O Tom??!!”. Jaguar: “Foi aluno do Sinhozinho. Era um atleta completo”.

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