CRÔNICA DO JAGUAR
Brasil é hexa!
Rio de Janeiro - Falamos tanto em Hexa, que chegamos lá: terminamos a Copa em sexto lugar. Fomos hexa colocados. Obrigado CBF, obrigado reverendo Tite. Um bilhão e duzentos milhões de telespectadores - praticamente a metade da população do planeta - acompanhou a Copa 2018. Numa hipótese absurda (não no sentido que os locutores esportivos deram à palavra (“Messi fez um drible absurdo”, ou seja, magistral ), extraterrestres, que monitorariam a Terra, também teriam acompanhado a Copa. Ora, dirão, se extraterrestres existem, porque por que não fizeram contatos imediatos de nenhum grau ? Pelo mesmo motivo que nós, humanos, não temos interesse em contatar lesmas ou qualquer espécie de criaturas que nos provoquem asco. A paixão que temos pelo futebol, por exemplo, deve ser um enigma absoluto para esse pessoal de fora do planeta. Nisso os ET´s se parecem com minha avó que não compreendia como seres adultos e com cérebro pudessem ficar horas “correndo atrás de uma bola”. E também a incomodava o jargão dos locutores: “a bola estufa o véu da noiva”, que deveria achar escandalosa. Dito isso, o leitor deve estar pensando que detesto futebol. Ledo Ivo engano. Muito pelo contrário. Sou fissurado . Não desgrudei da TV durante as 64 partidas . Vi todos os jogos, do começo ao fim: 90 minutos de cada jogo, mais comentários (em geral galvãobuenamente redundantes). Soturnos hinos nacionais, prorrogações, disputas de pênaltis, interrupções, etc e tal. Não perdi um minuto do homérico espetáculo. Nem quando me levantava para fazer pipi. Do banheiro via a tela pela porta aberta. Como disse no sábado passado, centenas de câmeras em todos os cantos dos estádios, deram a esta Copa uma dimensão épica nunca vista. Nenhum detalhe foi perdido e nem será esquecido. Close dos colossos dos estádios _ Messi, Marcelo, Harry Kane, Cristiano Ronaldo, Kroos, Suarez, desabados depois das derrotas. Panorâmicas impressionantes das torcidas, com direito a closes patéticos. Técnicos tendo chiliques (o tombo do Tite!), porradas, joelhadas, carrinhos homicidas com chuteiras de metal em riste para rasgar e quebrar pernas, cotoveladas na cara, tesouras voadoras. E também gestos de grandeza, como o de Cristiano Ronaldo ajudando o adversário Cavanni, contundido, a sair do campo. E cenas de puro humor: o jogador nigeriano que, irritado por ter falhado, pegou a bola e chutou com violência. A bola bateu na trave, ricocheteou e acertou na sua cara, quase foi a nocaute. E o goleiro (esqueci o nome) que tentou fazer uma presepada; o croata Mtzunic aproveitou a bobeada e fez gol. Vai passar o resto da vida tendo pesadelos com a cena.Também nunca esquecerei a história patética do centro avante titular da seleção francesa, Olivier Giroud. Passou a Copa inteira tentando fazer gol, na final foram 14 chutes e cabeçadas, errou todas. Mesmo assim foi campeão mundial. Passará à história como o centro avante Belo Antonio, que não estufou uma vez sequer o véu da noiva.
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