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22/12/2018 às 14:26 - há XX semanas | Autor: Cartunista

CRÔNICA DO JAGUAR

Caçador de esquinas

"Atualmente, tudo é possível em matéria de política... O que me impediria de ser governador de Brasília?"
"Atualmente, tudo é possível em matéria de política... O que me impediria de ser governador de Brasília?" -

Rio de Janeiro - Pelo calendário Raul Seixas, foi há 10 mil anos atrás. Pelo meu, foi em 2003, no governo Lula, quanto passei uma temporada em Brasília, quando Célia trabalhou lá. Fazendo uma faxina nas gavetas, achei anotações que transcrevo: “Com menos de uma semana na capital, descobri que a maioria das devassas termina em pizza. Acompanhei de perto a história de uma tal de Mary Corner, na época, cafetina predileta de nove entre dez políticos. Foi, literalmente, a devassa da devassa. Se não acabou em pizza, acabou em caviar, nunca mais se ouviu falar no assunto. Muitos debocham de Brasília dizendo que é uma cidade sem esquinas. O autor da frase foi Carlos Lacerda, figadal inimigo de Juscelino. Ficamos sabendo que a tal cafetina, durante algum tempo, foi a esquina mais badalada de lá. Como até o Davi Brasil sabe, corner, em inglês, significa esquina. O pessoal traduziu maldosamente para Maria Joana das esquinas. Mas apenas uma esquina é pouco. Procura daqui, procura dali, acabei descobrindo que a Toca do Chopp, um dos melhores botecos da cidade, ficava tecnicamente numa esquina, conforme seu dono, Claude Capdeville, desenhou num guardanapo de papel (será que a Toca e o Claude ainda estão por lá?). No outro lado da rua fica (ou ficava) o açougue do Chico. Na ponta da quadra tem uma imobiliária, em frente à Super Foto. A ruazinha desemboca numa daquelas avenidas sem nome de gente, só letras e números. Tecnicamente, é uma esquina. Mas há outras coisas além da minha compreensão. Por exemplo: você pega um táxi e diz para o motorista: toca pra 506 Sul. E o cara te deixa na porta do Bar de Brasília. Fiz de uma mesa do bar meu escritório, onde passava a maior parte do tempo lendo jornal, desenhando minhas charges e cultivando a cirrose que agora me força a ficar a distância de bebidas alcoólicas, enquanto esperava Célia acabar o expediente no ministério. Outra coisa que não entendi: antes de nascer, Brasília era, como nos versos de Padeirinho, uma vasta extensão/ onde não há plantação,/ nem ninguém morando lá. Por que não projetaram o metrô antes de construírem os prédios? Mas ainda está em tempo. Há muitos espaços ainda sem construções. Brasília poderia figurar no Livro Guinness dos Recordes como a capital com mais terrenos baldios. Para não falar das tais cidades-satélite, que vão acabar se transformando em bairros da capital: Taguatinga, Ceilândia, Sobradinho, Gama, etc. Nunca me esquecerei da minha primeira (e última, espero) viagem a Brasília. Abri as cortinas do quarto no hotel e levei um baita susto: “Meu Deus, vou morar num autorama!”. De qualquer maneira nunca mais volto lá. A não ser que seja eleito deputado federal ou senador. Ou mesmo governador. Atualmente, tudo é possível em matéria de política. Por exemplo: aquele alemão careca, cujo nome nós, cariocas da gema, ainda não decoramos, foi eleito governador do Rio de Janeiro. O que me impediria de ser governador de Brasília?

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