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CRÔNICA DO JAGUAR

Humor ou não humor

Por Cartunista

07/04/2018 - 10:27 h
Jaguar: “Tenho notado que o cartum, que visava o humor, o riso dos leitores, não é mais o mesmo”
Jaguar: “Tenho notado que o cartum, que visava o humor, o riso dos leitores, não é mais o mesmo” -

Quando Angeli, um dos melhores desenhistas de humor do mundo, nasceu, em 1956, eu já estava na profissão há 4 anos. Estreou com 14 anos na revista Senhor (onde eu era editor de humor). Aposentou da mídia de papel e parece que agora só é possível encontrá-lo na sua loja virtual mas eu não sei chegar lá porque sou analógico. Com a ajuda de Célia, consegui localizá-lo no Google, mas para meu desgosto não achei o que queria: um personagem criado pelo Angeli, o Velho Cartunista, que era a minha cara, com boné e tudo. Só conseguia se movimentar numa cadeira de rodas (ainda não preciso, mas estou fazendo pesquisa de preços). Algum advogado deve ter alertado que poderia dar processo pelo uso de imagem e ele deu sumiço no Velho Cartunista. Sacanagem, eu me orgulhava de ser personagem do Angeli. Já a Célia tem uma teoria: Angeli imaginou ele próprio quando velho, mas acabou ficando parecido comigo. Aí resolveu eliminá-lo. Procuramos em todos os buracos do Google. Encontramos a Rê Bordosa, alcoólatra delirante, Ralah Rikota, guru que agarrava suas discípulas mais jeitosinhas (hoje estaria ferrado com um processo por assédio), os Skrotinhos, o Wood & Srock, o Walter Ego e tantos outros que Angeli foi deixando pelo caminho. Mas do Velho Cartunista não ficou rastro, nada. Inexistiu, como diria Paulo Francis.

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Tenho notado que o cartum, que visava o humor, o riso dos leitores, não é mais o mesmo. Pelos que vejo em algumas revistas sofisticadas tenho a impressão de que os editores escolhem os mais intelectualizados e rejeitam os engraçados. Fico imaginando a reunião de pauta: “esse não, me fez rir, prefiro aquele que tem um clima mais dark, evoca uma mistura de Kafka com Baudelaire”. Quanto a mim, que vivo de fazer cartuns a mais de meio século, vou ter que me adaptar a esse novo gênero de humor, que chamaria de não-humor. E peço aos leitores que me ajudem: escrevam para o seção de cartas dizendo que não acharam graça nenhuma no cartum que ilustra esta crônica. Mas em compensação acharam inteligente paca.

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