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CRÔNICA DO JAGUAR

Notícia de falecimento

Por Jaguar | Cartunista

12/05/2018 - 12:38 h

No mundo inteiro os jornais impressos estão em avançado estado de extinção. E também a própria palavra jornal em breve só será usada por pesquisadores e alguns velhos analógicos, como eu neste mundo virtual. Pressinto que num futuro próximo jornais impressos só serão encontrados nos museus, como a arqueológica máquina de escrever. Não servirão nem para embrulhar peixe, pois serão proibidos pela vigilância sanitária. Acho que já escrevi neste retângulo o lance do Rafael, meu neto adotivo: ao me ver manuseando um livro, ficou intrigado e quis saber o que era. Examinou o objeto e perguntou: “Vovô, qual é a senha?”. Não dou dez anos para acabar com o que chamam de mídia impressa (espero que eu acabe antes). Mídia ! Por que não adotamos de vez o inglês (ou o chinês) como língua universal?

Na última viagem que fiz a Portugal fiquei impressionado com uma fila de mais de quinhentos turistas, quase todos japoneses, para visitar a icônica livraria Lello, na cidade do Porto. Na verdade é mais que livraria, é uma catedral, um museu arqueológico do livro. Não encarei a fila. Preferi gastar os 4 euros (R$ 12,30) da entrada, descontáveis na compra de um livro, num prato de bacalhau ao murro numa tasca à beira do rio. Trouxe da viagem um recorte da matéria do “Diário de Notícias”, de Lisboa, intitulada “Livrarias não resistem à pressão imobiliária”. O foco é a Lello. Trata-se, segundo o jornal, “da livraria mais bonita do mundo”, o que é verdade. Não é nada otimista, muito pelo contrário. Transcrevo trechos: “Aumento brutal de rendas (aluguéis), concorrência desleal, menos público leitor de formato em papel estão a ditar o fim de muitas livrarias independentes. A mais recente vítima dessa crise foi a icônica livraria Pó dos Livros, em Lisboa, inaugurada em 2007, superpremiada. Fechou no último dia de março. No seu lugar vai se instalar uma grande empresa imobiliária. Nas três grandes cidades do país, Porto, Lisboa e Coimbra, as livrarias estão fechando as portas. Premiadas ou históricas, nenhuma escapa à voracidade do tempo”.

A reportagem explica: comuns a todas elas são as razões que ditaram o fechamento: aluguéis altíssimos – quem pagava, por exemplo, 500 euros (R$ 16 mil!), passou a ser confrontado com propostas de aluguel acima de dois mil euros. E uma concorrência que, do ponto de vista dos livreiros, é completamente desleal. É impossível concorrer com as grandes empresas de varejo, com os descontos que eles fazem. Portanto as livrarias estão em extinção. A par disso, há uma proliferação de pontos de venda de livros, dos postos de gasolina às bancas de jornal. Um livreiro lamenta: uma livraria pequena só sobrevive se tiver um aluguel baixo ou for localizada numa loja arquitetonicamente diferenciada.

Um catatau como Guerra e Paz, de Tolstoi, cabe e sobra num pen drive.

Internet, você venceu!

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