COLUNA DO MANNO
Argentina
Por Manno Góes*

A Argentina pode se orgulhar. Nossa rivalidade só se resume ao futebol. Somos países irmãos. Tudo bem. Argentinos são f.... Acham que estão na Europa, e não na América do Sul. Mas há muito mais sintonia entre nossos povos que distorções. Apesar de achar que o Brasil não entraria em guerra jamais contra a Inglaterra por uma ilha improdutiva e no meio do nada, as Ilhas Malvinas, para eles, representam muito mais do que Itaparica para nós.
E convenhamos; Margareth Thatcher não era essa flor que se cheirasse que o filme sobre ela tentou mostrar. A Dama de Ferro representa a versão sul-americana da Cortina de Ferro da Guerra Fria. E a Argentina, somente ela, comprou essa briga. Briga perdida desde o primeiro minuto. Mas vamos sair do campo da política e vamos entrar nos campos da cultura. Há muito a se apreciar na Argentina. Poesias de Juan Carlos Dávalos, Manuel J. Castilla, José Rios, Walter Adet e Sara San Martín de Dávalos. A incrível história de Belicena Villca, a última princesa Inca, revelada com primor através das páginas do clássico de Nimrod de Rosário, "El Misterio de Belicena Villca". Os livros de Jorge Luis Borges e Ernesto Sebato. Sem falar de sua culinária espetacular, como carnes assadas ao molho chimichurri, empanadas, alfajores e o locro - um guisado muito comum na região dos Andes, feito de milho, feijão e abóbora.
A Argentina é um país maravilhoso. País da música de Meujael Bareboim, Fito Paes, Mercedes Sosa e do genial Carlos Gardel. Ah, Argentina! Don't cry for me.
A Argentina é um país incrível! Mas tem seus defeitos, claro. Somente argentinos comparariam Pelé a alguém. Pelé era mais do que genial. Pelé era a lâmpada e o gênio ao mesmo tempo. O maior jogador de futebol de todos os tempos. Uma espécie de Deus dos pés.
Mas os argentinos não aceitavam isso.
Para eles, Maradona foi muito melhor. É como comparar um Macallan com um Johnnie Walker. Carro é Rolls Royce, relógio é Rolex, terno é Armani e Pelé é Pelé. Mas os argentinos, nossos hermanos latinos, tão batalhadores e sofredores como nós, não concordam.
Pelé, para eles, é um sub-Maradona. Soa absurdo, mas eles acreditam. Ou acreditavam.
Mas eis que se acaba a Guerra Fria, acaba-se a era Maradona, reconhece-se no mundo o talento de Jorge Luis Borges e Ernesto Sebato e, para incrementar ainda mais a produtividade intelectual e capaz daquele país, vem um gênio da sedução, do carisma e da diplomacia chamado Papa Francisco!
Ah, Argentina! Vocês podem se orgulhar.
E eis que finalmente, depois de anos de discussão inútil sobre quem foi o maior jogador de futebol de todos os tempos, os anos 2000 vieram, finalmente, para calar a boca dos que achavam que Maradona era melhor que Pelé.
Finalmente a Argentina revela ao mundo um jogador habilidoso, inteligente e sagaz perto do que foi Pelé. Maradona ficou para terceiro plano.
Esse, de quem falo, é muito melhor. Seu talento se revela a cada partida, a cada jogo, a cada gol e a cada título.
A Argentina tem um craque, finalmente, que pode ser comparado a Pelé.
Parabéns, Maxi Bianchucci.
O Bahia se orgulha de você!
#BBMP
*Manno Góes | Músico | [email protected]
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