COLUNA DO MANNO
Bonfim
Por Músico l [email protected]

Salve, nosso Senhor do Bonfim!
Vestidos de branco, seguindo com alegria em direção à Colina Sagrada, milhares de fiéis celebram hoje a lavagem das escadarias de sua Igreja.
Símbolo máximo do nosso maravilhoso sincretismo religioso, a lavagem do Bonfim é um daqueles eventos espetaculares que fazem parte do nosso caldo cultural, representando divinamente toda nossa baianidade e miscigenação.
A Igreja do Senhor do Bonfim, um dos cartões postais mais bonitos da nossa cidade, de riqueza arquitetônica inspirada no neoclassicismo e no rococó, traz histórias e inspirações que fascinam turistas e baianos durante o ano inteiro.
Para o Senhor do Bonfim, até ateus pagam promessas. Promessas, aliás, das mais curiosas possíveis.
Tenho uma amiga, por exemplo, que todo ano faz uma promessa para o Senhor do Bonfim. Ela promete que, caso seu pedido seja atendido, ela e toda sua família farão todo o trajeto do cortejo no dia da festa, seguindo a pé, da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia até o alto do Bonfim. Baiano bom é assim: não basta que aquele que faz o pedido e é atendido pague a promessa caminhando os oito quilômetros do percurso; tem que ir a família toda. E ai de quem não for.
Tenho outro amigo, torcedor fanático do Bahia, que fez uma promessa na qual, caso tivesse seu pedido atendido, todo ano iria a Paris. Não sei bem que pedido foi esse, mas sei que todo ano ele tá lá firme e forte, posando feliz sobre o Arco do Triunfo no Instagram.
Maracajá
Nunca esqueço de Paulo Maracajá, ex-presidente do Bahia, juntamente ao elenco tricolor campeão de 1988 após empatar com o Internacional por 0 a 0 no Beira Rio, ajoelhado em sinal de devoção, agradecendo pelo tão desejado título de campeão nacional daquele ano. Pagando a promessa que fizera, conforme combinado. Ao contrário da Argentina, coitada, que havia prometido, antes da Copa do México de 86, levar a taça, se fosse campeã do torneio, à Igreja de Tilcara, localizada em um pequeno vilarejo próximo à Cordilheira dos Andes. Fato é que eles venceram e nunca levaram a taça para o tal vilarejo. Promessa feita sem cumprir, taí o resultado: nunca mais ganharam nada.
Vista seu melhor sorriso, seu branco mais bonito e se encante com nossas baianas e tradições. Coloque sua fitinha do Senhor do Bonfim no pulso. De preferência, três: uma azul, uma vermelha e uma branca. Faça seus pedidos com carinho. E, se por acaso fizer uma promessa e tiver seu pedido atendido, nunca deixe de cumprir o combinado.
Afinal, como bem sabe meu amigo tricolor, Paris é uma belezura também.
Salve, Senhor do Bonfim!
Viva nossa cultura, nossa cidade e tradições.
BBMP!
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