COLUNA DO MANNO
No mundo da Lua
Por Músico l [email protected]

A nave Apollo 13 foi lançada no espaço cerca de cinco meses após a bem sucedida missão da Apollo 12 ter retornado da Lua. Cinco meses após confirmarem que aquela bola branca no céu sobre nossas cabeças – que interfere no nosso humor e nas marés – não era feita de queijo, habitada por Selenitas (amantes de cinema entenderão) e muito menos produtora de ouro ou pedras preciosas.
O mundo enfrentava a Guerra Fria. Já havia passado por Laika (a cadelinha russa que morreu desintegrada junto com a Sputnik 2), pelos macaquinhos Able e Baker (os primeiros animais que retornaram vivos de uma missão espacial americana), por Yuri Gagarin (o primeiro homem – um russo – a alcançar o espaço) e por Armstrong (o primeiro homem a pisar na lua).
Nada mais era novidade na corrida espacial. Com 55 horas e 55 minutos de vôo após o lançamento da Apollo 13, os três astronautas encarregados da missão ouviram um barulhão e sentiram um sacolejo cabuloso na nave. Perceberam, aos poucos, que estavam condenados. O barulho significava que eles estavam fodidos.
“Houston, we have a problem!”. Se eles quisessem sobreviver, precisariam de força, oxigênio e água suficientes para uma viagem de quatro dias em volta da Lua e de volta a Terra. Através de esforços e sacrifícios e, principalmente, da confiança e fé, os astronautas da Apollo 13 e os comandantes da missão em terra conseguiram transformar aquele grande fracasso em um grande sucesso.
E daí??
E daí que eu não sou cachorro, não sou macaco, não sou astronauta e acho a lua linda. A lua dos poetas, dos amantes e dos lobos. “Que merecia visitas não de militares, mas de bailarinos e de você e eu”".
E daí que, diante de um fracasso iminente, há sempre um sopro de esperança e sobrevivência que faz tudo se transformar.
Aos 45 minutos do segundo tempo, com o Bahia empatando em casa contra o lanterna Sampaio Correia; com o Náutico vencendo (rival direto na tabela); e tudo parecendo ir por água abaixo, eu só conseguia me sentir como um piloto da Apollo 13 ouvindo uma explosão: Houston; socorro! Estamos f...!
O gol de Hernane nos minutos finais da partida foi uma espécie de releitura do gol de Raudinei. Foi um orgasmo parecido. Foi como perder a gravidade por alguns instantes e flutuar. Foi um pouso na lua. Foi escapar de um fracasso iminente, nos últimos minutos, e sobreviver. Foi uma conquista de todos que sofreram juntos. Uma celebração!
Não foi somente a volta da esperança nos últimos segundos de oxigênio restante num módulo lunar. Foi a certeza de que sobrevivemos! De que estamos vivos!
Sei que estou ainda no mundo da lua. Pernas trêmulas. Coração disparado. E que nem deveria estar falando da lua, afinal.
Deveria falar mesmo era de estrelas. Coisa que o Bahia tem de sobra e que não é para qualquer um!
Somos série A, Baêaaaa!
Um pequeno passo para um ser humano qualquer; um grande salto para um torcedor tricolor! BBMP!!!
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