COLUNA DO MANNO
Oposição
Por Manno Góes | Músico

Vem aí novas eleições do Bahia. Isso é muito bom. Muito bom. Isso implica um monte de coisa: Articulação. Competência. Arranjos políticos. Vaidade. Poder. Competição. Trabalho. Amor. E tensão. Muita tensão.
Eleição é o sagrado e o profano. O cruel e o gentil.O direito de escolher alguém para nos representar é a fantástica conquista que sobrepõe nossas escolhas. É o exercício do contraditório. O lamento da acomodação e o alimento da provocação. A pior coisa para um grupo eleito é a acomodação. O veneno que vira fermento do ‘status quo’.
O deixar a paixão de lado para garantir salários. Eleição é vida. Faz viver a ebulição. O movimento. Quem está à frente da administração de uma organização está sendo vitrine o tempo todo; principalmente da oposição. Ou esse grupo eleito se mexe ou perderá na eleição seguinte. E não há ninguém que não ache que é mais fácil criticar do que elogiar.
É uma característica do ser humano: Ofereça um morango e vão pedir um açaí. Ofereça um açaí; vão pedir um morango. Quem está à frente de algo dirá: “está tudo lindo”. Quem quer ocupar esse espaço mostrará que não está tão lindo assim.
Compreender um regime democrático é simples: Não existe um bom governo se não existir uma boa oposição. Olha aí o PT para desenhar o que estou dizendo. Não fosse a incompetência da oposição – especialmente da péssima oposição do PSDB – os governos petistas seriam melhores. Sem oposição, o PT nadou e remou. Precisamos de oposições. De oposições boas. Oposições à altura do bom governo que possa existir.
Qualquer administração precisa de uma oposição tão boa ou melhor que a administração eleita para se tornar relevante. Para não virar algo que não faz a máquina andar. Acomodado. Blindado. Como o Bahia de antigamente. O Bahia de antes da redemocratização. Que não existirá nunca mais. Porque não somos mais otários.
Queremos gente que trabalha. Que faz o avião voar. Não só que ganha grana fazendo merda. O Bahia de hoje é muito melhor, mais forte e mais organizado do que a sardinha de antes. Sabe por que? Porque há cobrança. Há votos. Há necessidade de provar algo.
Há o direito que nós, torcedores, conquistamos, de expulsar velhos usurpadores de antes, que se lambuzavam com a impunidade e indiferença da crítica. Hoje podemos eleger nosso presidente. E criticá-lo com a força do voto. Podemos, com nossas observações e convicções, determinar se a atual administração continua ou não. Se não houver essa possibilidade de renovação de ânimo, de êxitos, de avanços, só o que sobrevive é a acomodação. O imobilismo.
Eu gosto da oposição com sede. Com sangue no olho. Portanto, candidatos a assumirem o cargo do presidente eleito Marcelo Santana: venham com seus talentos. Com suas verdades e projetos. Venham fortes. Porque, se é para a atual administração continuar, que se torne ainda melhor. E se for para mudar, que mude para ‘mooooito’ melhor.
Porque em futebol não há direita e esquerda. Não queremos partidos. Queremos partidas. E bons laterais esquerdos e direitos. E centroavantes. E bons contratos internacionais. E salários pagos. E visibilidade. E estrutura. Venham fortes. Porque o Bahia está forte. E tudo que queremos é ficar cada vez mais sarados. Só não venham fracos. Para não virarem vices e lamentarem a continuidade do que está bom. De vice, já estamos calejados.
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