MUITO
3 dicas culturais imperdíveis para ouvir, ler e ver nesta semana
Cantora Mirceia Jordana dá dicas de música, livro e documentário para sentir e pensar
Por Mirceia Jordana*

Ouvir:
Música pra tudo: pelo puro entretenimento, pra dançar, pra prestar atenção, pra contemplar sentimentos, pra suar, pra ouvir atentamente cada detalhe, pra dar margem a cenários imaginários. Ouvindo música, eu dilato a ternura de habitar esse corpo ouvinte, empolgado e afetado pelos sons. Ouvindo muito agora o meu álbum de estreia, À vontade. Prazer, eu me chamo Mirceia Jordana. No último ano, uni 8 composições minhas e trabalhei com Thiagu Machado, Joaquim Izaias, Clara Solano, Cassiano Alexandrino e vários outros músicos maravilhosos na sonoridade de cada faixa, garantindo que algo muito bonito, sincero e generoso viesse ao mundo. À vontade abraça o ouvinte em diferentes humores e intenções. Ele é leve, mas tem profundidade; é suave e descarado na justa medida; é dançante e, ao mesmo tempo, sereno. Foi feito cuidadosamente para cativar os corações sem fazer muito esforço. Minha faixa chiclete do momento é Beijo vadio. A instrumentação dela é muito envolvente, a música divertida, dá uma vontade de viver, dançar, amar, que tem me impulsionado bastante. Recomendo que apreciem, sem moderação, todas as faixas.
Ler:
Na correria das produções e da vida, confesso que a leitura tem sido um hábito negligenciado. Mas uma obra que me conquistou rápido e coube na minha disponibilidade de tempo foi o livro Relações triangulares, lançado pela Editora Folhetim – uma editora independente de Salvador que produz e vende seus livros na rua. A proposta de venda e produção da editora, por si só, eu já acho fantástica, mas a qualidade da obra também é impressionante. O livro indicado acima é o mais recente lançamento; tem outros dois também excelentes, porém esse foi meu preferido. Uma história curta, muito bem escrita e ilustrada, que me prendeu do início ao fim. Recomendo que conheçam o projeto e comprem Folhetim pelas ruas soteropolitanas.
Ver:
Indico o documentário Com quantas estrelas se cria Um céu aberto (disponível no YouTube), produzido e lançado pela A Casa de Tupã, associação de Arte, Cultura e Meio Ambiente que, desde 2014, realiza um trabalho importante em Iraquara, minha terrinha amada. Nesse doc, é contada a história de Tonho de Lau, um mestre da Folia de Reis da cidade. Através dele, conhecemos de perto a devoção e dedicação de uma vida para pagar uma promessa feita pelo seu pai. É lindo de ouvir e ver, mais intimamente, como essa tradição se faz, ano após ano, nutrida pela fé de tantas pessoas. Uma obra emocionante e riquíssima culturalmente.
*Cantora e compositora
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