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Baianidade e humor turbinam os memes nas redes sociais

Por Maria Clara Andrade*

12/07/2021 - 6:00 h
Felipe Rios, da Comédia Baiana: sucesso e interação | Foto: Adilton Venegeroles | Ag. A TARDE
Felipe Rios, da Comédia Baiana: sucesso e interação | Foto: Adilton Venegeroles | Ag. A TARDE -

Desliguem os ventiladores! O frio em Salvador começou e até fotos de neve no Pelourinho andam circulando na internet. Como quase tudo, a sensação de frio dos baianos também virou meme.

É difícil descrever o que seria um meme. Praticamente tudo o que viraliza na internet, com a intenção de provocar risadas, é meme. Por vezes, nós nem sabemos como aquilo foi criado ou quando foi a primeira vez que vimos determinado meme, eles simplesmente estão ali.

Na Bahia, páginas voltadas para a criação de memes regionais estão fazendo cada vez mais sucesso. É o que conta Felipe Rios, 31, dono do Comédia Baiana, maior perfil de humor baiano, com 671 mil seguidores no Instagram. Na pandemia, em um período de seis meses aproximadamente, Felipe afirma que a página deu um salto, tendo ganhado cerca de 100 mil seguidores.

Boa parte do conteúdo gerado por Felipe vem da interação com os próprios seguidores. Na página, ele se apresenta como Adm – abreviação de “administrador” – ou até mesmo como Ademir. Esta é, provavelmente, a primeira vez que os seguidores do Comédia Baiana leem o nome de Felipe. Mas isso não os torna menos próximos, pelo contrário.

No direct do Comédia Baiana, Felipe costuma receber os mais diversos desabafos, desde pessoas sofrendo com “dor de corno” e querendo conselhos, até seguidores pedindo ajuda para investigar um suposto caso de traição. “Por exemplo, eu postei um vídeo de um motel no Dia dos Namorados, uma seguidora me pediu para dar pause no vídeo e ver a placa do carro para ver se era o marido dela, porque ele tinha dito a ela que ia trabalhar”, conta Felipe. Tudo isso acaba sendo compartilhado com seus outros seguidores – preservando os nomes dos envolvidos, claro – e gerando ainda mais interação.

Postando cerca de quatro publicações ao dia no feed, Felipe estima se dedicar diariamente à página por pelo menos oito horas, conciliando com o seu emprego na área portuária.

A Comédia Baiana existe desde 2012 e vem do quase finado Facebook. Começou a dar retorno financeiro uns dois anos depois de criada, através de publicidade e divulgação, porém ainda não é o suficiente para Felipe se manter.

Contando histórias

Assim como Ademir acaba sendo o personagem que Felipe assume no Comédia Baiana, mesmo sem dar as caras por lá, o Cêro é o personagem de Ivan Mesquita, 31. Mesmo com aproximadamente 320 mil seguidores a menos em comparação com o Comédia Baiana, o Cêro – ou melhor, Ivan – já consegue se virar apenas com o dinheiro que recebe com publicidade.

Ivan é formado em petróleo e gás, mas gosta mesmo é de contar histórias. Seus vídeos costumam falar sobre personalidades históricas, datas comemorativas e, onde der para encaixar, sempre tem uma publicidade. Foi há um ano, em 2 de julho de 2020, que o primeiro vídeo fazendo o personagem Cêro viralizou, falando sobre Maria Quitéria, com todas as gírias que só os baianos conhecem. Logo nas primeiras semanas após o vídeo ter viralizado, Ivan já fechou o seu primeiro trabalho.

Um ano depois, ele tem dois contratos fixos, além de trabalhos pontuais, o que já foi suficiente para fazê-lo trancar a faculdade de engenharia e viver disso. “A minha estratégia é incluir a publicidade em um vídeo de história, porque é um vídeo em que eu levo conteúdo e faço publicidade. Então, eu recebo para fazer o vídeo que gosto de fazer”, conta.

Com ideias a mil, Ivan quer expandir os tipos de vídeo feitos com o personagem Cêro. Quer rodar pelos bairros de Salvador e, quem sabe, pelas cidades da Bahia, contando histórias locais, mostrando artesanato, fazendo culinária… enfim, tudo o que der para o Cêro fazer é uma possibilidade para Ivan.

Imagem ilustrativa da imagem Baianidade e humor turbinam os memes nas redes sociais
| Foto: Adilton Venegeroles | Ag. A TARDE
Ivan Mesquita, o Cêro: 'Recebo para fazer o vídeo que gosto' | Foto: Adilton Venegeroles | Ag. A TARDE

Evolução dos memes

E se estamos falando de gírias baianas, estamos falando de Frases de Baiano, né não? Antes de o Instagram se tornar essa febre, as formas mais comuns de fazer memes era pelo Facebook e Twitter, sendo que, neste último, o uso de textos curtos sem imagens predominava.

Em 2012, nascia o Frases de Baiano lá no Twitter, por ideia de Paulo César, 28, também conhecido como PC. Em seguida, integrou-se à página Icaro Sukerman, 33. Ambos são publicitários e foram acompanhando as evoluções do mundo virtual enquanto elas ocorriam.

Quando Icaro passou a fazer parte do projeto, a ideia era criar um blog de memes. Por volta de 2014, eles migraram para o Instagram e convidaram o humorista Tiago Banha para completar o trio.

Hoje, com 238 mil seguidores na rede, os três são responsáveis pela criação de conteúdo da página. As ideias surgem do cotidiano. “Sempre falo que acho que o momento em que mais fazia conteúdo era quando era estudante universitário, andava de ônibus e passava quase uma hora e meia ouvindo o pessoal conversar e acabava tendo várias ideias para criar memes”, analisa Icaro.

Os três amigos mantêm projetos de trabalho pessoais além da página. Ainda assim, Icaro considera que estão 24 horas por dia pensando ou envolvidos de certa forma com o Frases de Baiano: “Por mais que você não esteja, talvez, criando o conteúdo, você está respondendo direct, você está lendo um conteúdo que pode ser utilizado também para a página, você está conversando sobre”.

O retorno financeiro para eles ainda é pontual. Algumas publicidades maiores, com marcas como a Skol ou a Coca-Cola, costumam acontecer próximo a eventos regionais, como o São João. Mas Icaro afirma que ganhar dinheiro não é o objetivo principal da página agora.

Para aqueles que também desejam fazer sucesso na internet, a dica geral de todos os entrevistados é: persistência. Começar é o primeiro passo, depois testar o seu conteúdo, ser original e ter paciência.

*Sob supervisão do editor Marcos Dias

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