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MEDITAÇÃO

Centro Budista Kadampa Tara retoma atividades em Salvador

Kadampa é uma linhagem budista criada por volta do ano 1000 pelo mestre indiano Atisha

Por Gilson Jorge

06/11/2023 - 9:00 h
A monja Gen Janglam
A monja Gen Janglam -

A monja e professora budista Gen Janglam e a servidora pública aposentada Sandra Penna chegaram às 18h01da última terça-feira ao Instituto Kura de Saúde Integrativa, no Jardim Brasil, Barra, onde a monja faria, às 19h, uma palestra sobre meditação. Depois do pedido de desculpas pelo atraso de um minuto, em relação ao horário marcado para uma entrevista, a dupla se dirigiu à sala alugada temporariamente no Instituto.

Ambas se mudaram recentemente para Salvador a pedido da liderança nacional da tradição budista Kadampa, com o objetivo de retomar a sangha, termo em sânscrito que significa comunidade, que estava fechada desde março deste ano, depois que a professora anterior precisou voltar a São Paulo por problemas de saúde.

Cada linhagem budista tem características próprias e uma maneira particular de aplicar os ensinamentos de Buda. A Kadampa é uma linhagem budista criada por volta do ano 1000 pelo mestre indiano Atisha, que reintroduziu o budismo no Tibete, 15 séculos depois que o príncipe Sidarta Gautama renunciou ao trono da região onde está localizado atualmente o Nepal, para se tornar o mestre espiritual que seria posteriormente conhecido como Buda. Seu objetivo era erradicar as causas do sofrimento humano através da meditação.

Em 1991, o monge tibetano naturalizado britânico Kelsang Gyatso fundou a Nova Tradição Kadampa, conhecida também como budismo moderno. Morto em 2021, Gyatso dedicou-se à atualização dos ensinamentos de Buda para torná-los mais acessíveis ao público contemporâneo. O mestre estabeleceu os três programas de estudo da nova tradição Kadampa, assim como as regras internas dessa linhagem, que não reconhece o Dalai Lama como autoridade espiritual do budismo.

"A Nova Tradição Kadampa tem uma ênfase muito grande na prática meditativa e na erudição, no estudo da essência dos 84 mil ensinamentos de Buda", declara a monja, vestida no tradicional traje em amarelo açafrão e bordô, que representam a sabedoria e a concentração. Na perspectiva Kadampa, a roupa dos monges também alude a esses 84 mil ensinamentos.

Em relação à prática da meditação, a monja observa que apesar de algumas pessoas conseguirem realizá-la individualmente com sucesso, se consegue um melhor aproveitamento meditando em grupo. "Principalmente, com a orientação de professores qualificados, que facilitam o entendimento dos alunos", afirma a monja, que estudou no templo da sede da Kadampa, do Reino Unido, com Kelsang Gyatso e é professora desde 2016.

Felicidade

Gen descobriu o budismo em sua cidade natal, Jundiaí, em 2010, quando estava em busca da felicidade. Formada em psicologia e trabalhando como consultora e professora de inglês, Gen tinha conquistado estabilidade financeira e sucesso profissional, mas não estava satisfeita com sua vida.

Sobre a noção, apontada por alguns budistas, de que a prática da meditação está declinando em países orientais em função da ocidentalização dos costumes e do desenvolvimento tecnológico, a monja afirma que reconhecer a impermanência de todas as coisas é parte dos ensinamentos budistas: "Somente reconhecendo a preciosidade desses ensinamentos, do Dharma, seremos capazes de preservá-lo".

Para ela, os desenvolvimentos intelectual, tecnológico ou econômico podem ser úteis quando bem aplicados mas não são capazes de garantir maior felicidade ou a redução de problemas. "Pelo contrário, temos observado um crescente número de desafios ambientais, sociais, econômicos, mentais, físicos etc.", afirma a professora.

Sobre o mundo em conflitos e a possibilidade de uma terceira guerra mundial com a escalada das agressões no Oriente Médio, o budismo atua espiritualmente. "Nós temos uma prece que se chama Preces pela Paz Mundial. Geralmente, ela é feita nos templos. Mas sempre que possível nos centros também. Eu tenho a intenção de fazer essa prece assim que a gente conseguir o nosso local", afirma a Monja.

A professora e a diretora administrativa estão em busca de um imóvel e ainda avaliam o bairro mais adequado para montar um centro Kadampa na cidade, tarefa que cabe precisamente a Sandra, uma baiana que se aproximou do budismo em 2003, na antiga sangha que existia na Barra, mas meses depois foi morar no Rio de Janeiro por causa de seu trabalho na Petrobras.

"Eu fiquei muito encantada quando eu conheci. Eu estava numa busca muito grande de caminhos espirituais. Cheguei a percorrer inúmeros caminhos da nova era, inclusive viajando para o exterior", conta a diretora administrativa, nascida em família católica.

Depois de um processo de separação, Sandra ficou sabendo que um monge budista faria uma palestra sobre a raiva e se interessou.

"Quando a gente termina uma relação, sempre fica ali uma mágoa. Eu quis ouvir o monge porque aqueles sentimentos estavam me incomodando e eu queria me livrar deles", declara a diretora. Depois da palestra, Sandra fez cursos de aprofundamento até ser transferida para o Rio de Janeiro, onde levou um tempo até conseguir se conectar novamente com a linhagem Kadampa.

Sandra, que aterrissou de volta em Salvador poucos dias depois da monja, divide agora com ela a responsabilidade pela consolidação da sangha que, por enquanto, tem em torno de 10 pessoas, incluindo um monge baiano. Os três viajaram na quinta-feira para o templo sede da Kadampa no Brasill em Cabreúva, interior de São Paulo, para participar do Festival Brasileiro de Dharma, que termina hoje.

A partir de terça-feira, voltam as atividades no Instituto Kura. Todas as terças de novembro, às 19h, a monja faz uma palestra sobre A Lei do Carma (@meditaremsalvador), e na quarta-feira, dia 8, no mesmo horário, acontece o Dia de Tara, com preces cantadas e recitação de mantra do Buda Tara Verde, uma deidade que corporifica as atividades de todos os budas.

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