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Conheça as cervejas artesanais mais desejadas nos bares de Salvador

Por Alessandra Oliveira

09/09/2019 - 9:46 h | Atualizada em 21/01/2021 - 0:00
O arquiteto Gustavo Martins criou a premiada MinduBier
O arquiteto Gustavo Martins criou a premiada MinduBier -

A história quase sempre se repete: da mesa do bar, os apaixonados por cerveja artesanal migram para a produção caseira. Depois é questão de tempo para trocar as panelas pelos tanques industriais. A tendência é tamanha que a cada dois dias uma nova cervejaria é aberta no Brasil, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Na Bahia, estima-se que haja 45 microindústrias do ramo, 16 delas localizadas em Lauro de Freitas – considerado polo de produção no estado. Com tantas opções, a Muito fez um mapeamento pelos bares de Salvador, onde concentram-se os consumidores, na tentativa de selecionar as seis cervejarias locais que mais vendem.

Prêmio e novos mercados

Antes de Gustavo Martins, 36, pensar em profissionalizar o hobby de fazer cerveja artesanal, seu produto já tinha nome. A MinduBier foi assim batizada em referência ao apelido “Minduim” do arquiteto urbanista. Em 2014, a apreciação da bebida mudou sua vida, como ele mesmo diz.

Foi preciso apenas dois anos testando receitas em casa até vencer o concurso Bier Hub, em São Paulo, junto com os amigos Eduardo Almeida, 36, e Gustavo Argollo, 36. O rótulo vencedor foi o MinduIPA (India Pale Ale). O prêmio não podia ser melhor. Gustavo pôde produzir 2,5 mil litros da sua receita na cervejaria paulista Blondine. Volume muito maior que os 20 litros mensais que fazia em casa e menor que os quatro mil litros atuais. “Foi como tomar um empurrão para começar a trajetória”, diz.

Desde então, seguindo um modelo de fábrica cigana [alugada de terceiros], a MinduBier está presente em outros estados. Dos cerca de 85 estabelecimentos que distribuem a cerveja, 35 estão espalhados pela Bahia, onde o preço da garrafa de 500 ml varia de R$ 20 a R$ 35 e o copo de chope, de R$ 10 a R$ 15.

Uma das estratégias para capilarizar a empresa são os rótulos colaborativos, assinados e vendidos por duas ou mais cervejarias. O último foi DPIS (Imperial Stout com amendoim), em parceria com a 5 E Elementos, do Ceará. “É bacana para aprender novas formas de produção e expandir mercados”, explica. Mas a empresa não se desprende da origem. Foi a primeira MinduIPA que rendeu a prata na Copa Internacional da Cerveja POA 2018.

A maior produtora

Imagem ilustrativa da imagem Conheça as cervejas artesanais mais desejadas nos bares de Salvador
Débora Lehnen comanda a Proa, maior microcervejaria baiana, que produz 15 mil litros mensais

Quando a gaúcha Débora Lehnen, 35, chegou a Salvador, há cinco anos, sentiu falta de cervejarias artesanais, tão frequentes em seu estado de origem. Formada em química, já fazia a bebida em casa e viu na lacuna do mercado soteropolitano uma oportunidade de negócio. “Sempre foi prazeroso brincar com os insumos, fazer experimentações, mas, assim, montar uma fábrica não é tão simples”, conta.

Desde então, se planejou para, em 2018, abrir a cervejaria Proa em conjunto com o sócio-investidor Samuel Juncal, 38. Tentou implementar a fábrica em Salvador, mas o plano diretor da cidade não permitiu. Por isso, assim como tantas outras, foi para Lauro de Freitas, onde as regras são mais flexíveis.

No primeiro mês, produziu e entregou sozinha três mil litros de cerveja. Hoje, é dona da maior microcervejaria baiana e emprega 15 funcionários, que produzem 15 mil litros mensais, sendo dois mil para outras empresas, como Água de Meninos e Amada.

A distribuição se dá em 80 estabelecimentos baianos. Os preços praticados nos bares da Proa – um na fábrica e outro na Pituba – ficam em torno de R$ 25 a garrafa e R$ 10 o copo de chope. O carro-chefe dos rótulos é Carrie Nation (American IPA).

Qualidade em anos de testes

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Osvaldo Dalben e Bernardo Lepkison, sócios da cervejaria 2 de Julho: rótulos em 40 estabelecimentos

A relação do administrador Bernardo Lepikson, 34, com cerveja artesanal começou com uma coleção de rótulos aos 10 anos. A consolidação veio em 2017, com a cervejaria 2 de Julho. O investimento de R$ 700 mil foi tirado do bolso dos donos e de empréstimos.

Dos atuais sócios – Ricardo Bichara, 47, Osvaldo Dalben, 58, e Osvaldo Júnior, 44 –, Bernardo é o responsável pela produção de 4,5 mil litros mensais de cerveja, sendo 3,5 mil próprios. O volume é distribuído pelos rótulos: American IPA, Munich Helles, Best Bitter, English Porter e News England IPA. Eles são vendidos em 40 locais, com valores de R$ 18 a R$ 35 a garrafa e R$ 7,50 a R$ 18 o copo de chope.

As receitas são resultado de anos de testes caseiros, que começaram em 2008. De 2011 a 2013, o administrador tentou emplacar uma loja especializada, mas faltava demanda. Em um cenário desfavorável, Bernardo foi um dos fundadores e presidente da Associação dos Cervejeiros Artesanais da Bahia (ACervA).

Hoje, vê nos eventos colaborativos, como o Spring Beer Festival (28 e 29/9) e Beba Local (2 e 3/11), um caminho para formar público. “Quem conhece não quer mais ficar sem”, garante.

Instituindo uma nova cultura

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Maurício Sales, um dos sócios da Sotera: 2,5 mil litros mensais

Entre a compra dos primeiros equipamentos até a regularização da cervejaria Sotera, em 2017, passaram-se seis anos. Todo o processo foi acompanhado pelos sócios Adriano Mendonça, 46, e Fabrício Barcelos, 44, que produziam cerveja em casa desde 2009 e são parte do time fundador da ACervA. Foi lá que conheceram os irmãos Maurício, 51, e Lúcio Sales, 48, com quem dividem a empresa.

Desde a fundação até hoje, passaram de mil litros de cerveja mensais para 2,5 mil. A distribuição dessa produção é feita em 35 estabelecimentos baianos. Nesses locais, o custo da garrafa varia de R$ 13 a R$ 20 e o litro de chope fica em torno de R$ 18.

Para o paulista Adriano, que mora em Salvador há 15 anos, o mercado regional não é favorável às indústrias do ramo. “O pessoal daqui não se preocupa muito com a cerveja. A cultura de ‘quanto mais gelada, melhor’ acaba eliminando o sabor”, aponta.

A tributação fiscal é outra barreira. Mas nem por isso a Sotera quer sair da Bahia. “Não vamos vender no Amazonas, por exemplo. Eles é que têm que vir aqui tomar nossas cervejas”, defende. Adriano conta que os sócios querem levar a regionalidade para os rótulos, ainda tradicionais, como o APA (American Pale Ale) e Carnavalia (Session IPA).

Novidades com esmero tradicional

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Saulo Torres, da Amada: no bar, novas receitas antes do lançamento

Antes de fundar a cervejaria Amada, em 2017, Saulo Torres, 34, fez questão de conversar com mestres cervejeiros experientes. Esses especialistas assinaram os três primeiros rótulos da empresa – Dos Santos (American Blond Ale), Bonfim (American Pale Ale) e Bahipa (India Pale Ale). “Nosso desenvolvimento seguiu a linha de fazer uma cerveja artesanal, mas com entendimento técnico tradicional”, explica.

Mais recentemente, o engenheiro químico e os demais sócios começaram a se arriscar nas receitas, a exemplo da Calá (Haze IPA) e da Sinhá Retada (Black IPA), produzida em colaboração com a Sotera. Todas são vendidas no Varanda Amada, bar na Pituba, onde não faltam novidades.

Os clientes têm à disposição torneiras automáticas, pacotes de assinatura, latas de 473 ml personalizadas para levar cerveja para casa e o privilégio de experimentar novas receitas antes do lançamento. Por lá as garrafas saem na faixa de R$ 20 a R$ 30 e o copo de chope, de R$ 9 a R$ 16.

Parte dos quatro mil litros mensais de produção é feita em São Paulo, onde a Amada pasteuriza alguns rótulos, aumentando sua durabilidade. O processo não é comum na fabricação artesanal, mas permite a conservação do produto no varejo e em longas viagens, necessárias para a expansão do negócio.

Sedução na regionalidade

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Márcia Sentges, Abdon Menezes e Mário Baqueiro comandam a Água de Meninos, criada em 2017

Com receitas que incluem tapioca, rapadura, mel de cacau e licuri, a cervejaria Água de Meninos leva a regionalidade a sério. O próprio nome já homenageia a história de Salvador, mais especificamente a antiga feira homônima, que deu lugar à atual Feira de São Joaquim. Já os rótulos foram batizados como Ribeira (Rye IPA), Itapuã (Ale, estilo Juicy IPA), Sertão Origem (Ale, estilo Specialty Beer) e Amargosa (Ale, estilo Double IPA).

Os ilustradores das etiquetas também são conterrâneos. “Somos baianos, soteropolitanos. Nosso conceito é de pertencimento ao estado”, diz o advogado Abdon Menezes, 42, nascido e criado em Salvador, assim como os outros sócios, Mário Baqueiro, 37, Márcia Sentges, 58, Marcelo Sentges, 55, e Fred Boat, 55.

Em se tratando de geografia, a maioria dos 40 estabelecimentos para os quais distribuem cerveja estão na capital. A garrafa custa de R$ 20 a R$ 35 e o litro do chope, de R$ 20 a R$ 24. Transformando números em líquido, a produção mensal de mil litros é a mesma desde sua fundação, em 2017.

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