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ABRE ASPAS

“É importante tornar o uso do filtro solar um hábito”, diz dermatologista

Confira o Abre Aspas com a dermatologista Maria das Graças Leto

Por Pedro Hijo

05/01/2025 - 5:00 h
Dermatologista Maria das Graças Leto
Dermatologista Maria das Graças Leto -

Já se foi o tempo em que os únicos itens indispensáveis para encarar um dia de praia ou piscina eram a toalha e uma roupa de banho. Com o avanço das pesquisas dermatológicas, o verão exige uma preparação que vai além do biquíni perfeito. É preciso saber qual é o protetor solar ideal, investir em roupas de proteção e se expor ao sol com horário marcado. Mas, a cautela tem uma razão. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de pele é o tumor maligno mais incidente no Brasil. São cerca de 31,3% do total de casos. O país lidera as estatísticas mundiais do tipo da doença, com mais de 180 mil novos casos por ano. Para a dermatologista baiana Maria das Graças Leto, o esforço antes do mergulho vale a pena. Ela conta que tomar muito sol gera efeitos em curto prazo, mas também consequências no futuro. O câncer e o envelhecimento da pele são algumas delas. "O filtro solar deve ser reaplicado a cada duas horas e é preciso associar isso a outros métodos de proteção como blusas UV, bonés, chapéus e estar sempre à procura de uma sombra", conta a dermatologista, que é membro do Grupo Brasileiro de Melanoma (GBM). Nesta entrevista, Maria das Graças fala também sobre como cuidar da pele das crianças que, nesta época do ano, costumam passar muito tempo expostas ao sol. Ela explica que a pele dos pequenos é mais vulnerável aos danos da radiação solar e precisa de proteção. A médica ainda conta estratégias para cuidar dos cabelos e sobre o quão prejudicial é a luz emitida pelas telas dos aparelhos eletrônicos para a pele.

Quais são os riscos de uma exposição solar excessiva na infância?

Tomar muito sol gera efeitos imediatos, mas também em médio e longo prazo. Algumas consequências são insolação, desidratação e queimaduras. Às vezes, a criança pode apresentar febre e mal-estar geral. Um quadro sistêmico, inclusive. Outro risco é o câncer de pele quando adulto, além do envelhecimento precoce que também está associado à exposição solar nesse momento da vida. Até porque os danos da radiação ultravioleta são cumulativos. Recomendo passar o protetor solar na criança a partir dos seis meses. O filtro físico é uma boa opção para a pele das crianças, tem menos aditivos químicos e que garante uma boa fixação. É bom lembrar que a proteção solar também envolve o uso de roupas, acessórios com proteção ultravioleta e estar ao abrigo de sombra.

De quanto em quanto tempo os responsáveis devem repor o filtro solar numa criança?

De duas em duas horas. Mas isso varia. Se a criança estiver muito tempo na água ou suando muito é importante diminuir esse tempo. A gente sabe que a criança não costuma parar quieta e, nesta época do ano, existem muitas ofertas de brincadeiras a céu aberto. Para os pequenos, o fundamental é o exemplo. Desde cedo, eles devem perceber que, à sua volta, os adultos também usam protetor solar, que esse é um hábito familiar. Assim, fica mais fácil da criança aceitar se proteger com mais tranquilidade. Como a pele é mais sensível nesta época da vida, é importante evitar a exposição solar entre as nove da manhã e as quatro da tarde. É bom lembrar que, fora desse horário de pico, também existe a radiação UVA, por isso, é importante manter a proteção com filtro visível, adequado para crianças e com boa fixação, porque crianças praticam muitas atividades e ficam muito tempo na água. Eu sei que é muito difícil ficar reaplicando o filtro em crianças, mas é preciso. Então, o pai ou a mãe tem que ganhar na primeira aplicação. Coloque uma quantidade suficiente para deixar a pele da criança branquinha mesmo, se possível até antes de chegar à praia ou piscina. Cerca de 20 minutos antes é o ideal. Quando chegar na praia, reaplique. Outra dica importante é insistir nas camisas de proteção UV, já que alcançam uma área grande do corpo e não é preciso aplicar o filtro por debaixo delas.

Existe diferença de proteção na cor da camisa UV? A preta, por exemplo, protege menos por reter mais calor?

Essa é uma dúvida muito comum e a gente deve realmente estar atento a isso quando for comprar camisas de proteção. O tecido mais escuro, sim, absorve mais calor, então, ele protege mais, mas o calor é mais intenso. É preciso avaliar e entender isso antes da compra. De toda forma, o mais importante é escolher uma roupa ou acessório UV com selo de segurança adequado. Porque aí, independentemente da cor, você terá o grau de proteção assegurado.

São muitas as opções de filtro solar à venda na farmácia. Como escolher um protetor solar ideal?

Principalmente numa exposição mais intensa, como o ambiente de praia ou piscina, o adulto deve escolher um filtro com proteção solar de amplo espectro, ou seja, que protege contra UVA e UVB e com um FPS alto. Recomendo acima de 50. O filtro deve ser reaplicado a cada duas horas e é preciso associar isso a outros métodos de proteção solar como blusas UV, bonés, chapéus e estar sempre à procura de uma sombra. Um detalhe que pouca gente sabe é que o guarda-sol também deve ter um tecido com proteção ultravioleta. Eu vejo muitas pessoas indo à praia e ficando abaixo de guarda-sóis com tecido transparente, fininho, ou seja, há ali uma falsa proteção. O raio passa totalmente e toda aquela radiação está indo para a pele. Óculos de sol também merecem atenção! É preciso que o acessório tenha aprovação da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], porque senão você acha que está sendo protegido, mas, na verdade não está.

É importante usar protetor solar em casa?

Primeiro, é válido ressaltar que o protetor solar com cor é muito indicado quando a pessoa deseja se proteger da claridade, especialmente em pacientes com manchas na pele. Então, é importante lançar mão dele no caso de melasma [condição dermatológica que causa manchas escuras e irregulares na pele, geralmente na face], por exemplo, mesmo dentro de casa em ambientes claros. Em todos os outros casos, o protetor solar comum é eficaz. Diante disso, se a pessoa possui uma varanda ou uma janela em casa e passa muito tempo perto desta claridade, a recomendação é incluir o filtro solar na rotina. Há quem pense que não está se expondo ao sol ao estar em casa, mas se trabalha na área de serviço ou na cozinha, em ambientes muito claros e quentes, essa exposição é constante. É importante tornar o uso do filtro solar um hábito, até porque em alguns produtos, são adicionadas algumas substâncias antienvelhecimento, o que pode ser bem-vindo.

A luz azul emitida por aparelhos eletrônicos também influencia no envelhecimento da pele? É preciso passar protetor solar para usar o celular?

Esse é um assunto controverso. Até o momento, o que se sabe é que a luz emitida pelos eletrônicos pode estar relacionada com as manchas e com o envelhecimento. O que ainda não se sabe ao certo é se essa mesma luz aumenta o risco de câncer de pele, que é o mais comum aqui no Brasil. De todo modo, é importante o bom senso.

O que fazer para proteger os cabelos durante o verão?

O couro cabeludo é uma área que merece atenção, principalmente durante o verão. O cabelo sofre com o cloro e a exposição solar intensa. O recomendado é manter os tratamentos de hidratação e umectação [aplicação de óleo nos fios para nutrir e fortalecer a fibra capilar]. Então, quando a pessoa sai da piscina ou do mar, é importante banhar os cabelos com água corrente para retirar o excesso de cloro. Outra dica é manter uma rotina de protetores térmicos para evitar o ressecamento do fio. Após mergulhos, uma sugestão é utilizar uma substância protetora para o cabelo que possa hidratar e proteger da temperatura. Não prender os cabelos molhados é outra dica. Isso evita a quebra do fio durante a rotina de praia e de piscina. Não dá para esquecer dos protetores físicos como chapéus de abas largas e bonés. Nesta época do verão é bom reforçar a hidratação e evitar procedimentos químicos.

Quais são os principais tratamentos contra o câncer de pele?

O principal ainda continua sendo o tratamento cirúrgico. A detecção precoce permite que a cirurgia tenha menos sequelas e um melhor resultado estético, inclusive. Mas, nos últimos anos, a ciência tem tido muitos avanços nesse sentido. Alguns tipos de câncer podem ser contemplados com tratamentos não cirúrgicos, mas isso depende do estágio desse câncer de pele, da localização e de alguns fatores de risco envolvidos. É preciso reforçar que o diagnóstico precoce e o tratamento convencional ainda são o combo mais adequado na maioria dos casos.

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Tags:

dermatologista filtro solar hábito verão

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