Busca interna do iBahia
HOME > MUITO
Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email

MUITO

Edtech Cicloramaah desenvolve projeto de ensino híbrido em Caculé

Com a pandemia, grupo sentiu necessidade de oferecer plataforma tecnológica que ajudasse alunos de periferia

Jorge dos Santos

Por Jorge dos Santos

06/02/2023 - 7:00 h
Computadores podem ser acessados pela comunidade
Computadores podem ser acessados pela comunidade -

No palco de um teatro, o pano de fundo da caixa cênica onde se joga luz ou uma projeção para amplificar a visão perspectiva da audiência chama-se Ciclorama. Foi a partir desse conceito que, em 2015, um grupo de pessoas ligadas a arte e a educação em Salvador começou a desenvolver um método educacional com atividades extraclasses que ajudasse os estudantes a aprofundar o conhecimento dos conteúdos escolares com visitas guiadas dos estudantes a cinemas, teatros, museus e turismo pedagógico.

Com a pandemia, o grupo sentiu a necessidade de oferecer uma plataforma tecnológica que auxiliasse os alunos da periferia, que não têm rede wi-fi em casa, a ter acesso a esse conteúdo. Surgia, assim, a plataforma Cicloramaah, que pode ser acessada via intranet, um sistema de redes locais com acesso restrito e que não se comunica além dos computadores conectados a essa rede local.

Tudo sobre Muito em primeira mão!
Entre no canal do WhatsApp.

"A maioria das tecnologias existentes não está voltada para a situação das escolas periféricas", afirma Mariana Passos, atriz, CEO e fundadora da Cicloramaah, empresa que desde 2020 se configura como uma Edtech, como se chamam as startups voltadas para o uso da tecnologia no aprimoramento e oferta de conteúdos para a educação.

A plataforma utiliza a linguagem das redes sociais, como memes e gifs, para aproximar o conteúdo dos jovens. Um estudo divulgado pela plataforma Cupom Válido indica que o Brasil é o terceiro país onde se gasta mais tempo com redes sociais, em média 3h e 42 minutos por dia, ligeiramente atrás do segundo lugar, a Colômbia, com 3h e 45 minutos. Quem lidera são as Filipinas, com 4 horas e 15 minutos.

O obstáculo percebido pela Cicloramaah é que, nas comunidades periféricas do Brasil, o acesso dos jovens se dá através dos dados móveis do smartphone, o que limita o uso da internet como ferramenta de ensino. O que direcionou o projeto para o caminho da intranet.

"A partir daí a gente começou a entender onde queria atuar, o que queria transformar e chegamos ao modelo de governo, em que a gente atende secretarias de educação", afirma Mariana.

Olhar atento

A trajetória do projeto ao definir a sua clientela teve três passos, utilizando a linguagem anglófila do mundo dos negócios. Começou como Business to Business (B2B), arriscou-se no Business to Consumer (B2C), mas definiu-se mesmo como Business to Government (B2G).

Baseado na plataforma, a Cicloramaah oferece às secretarias de educação um programa de ensino híbrido. "A gente percebeu que não adianta apenas entregar a plataforma, que é uma ferramenta. Se a gente não tiver um olhar atento para a equipe e as estruturas que envolvem os alunos periféricos, não teremos o sucesso almejado", afirma Mariana.

O projeto divide-se em três itens: a plataforma, que é uma rede social voltada para a educação, a consultoria que envolve treinamento e sensibilização dos atores envolvidos, conduzida pelo coordenador pedagógico Igor Sant'anna, e a instalação de uma rede local de computadores, a intranet.

"Os computadores podem ser acessados por toda a comunidade, independentemente de ter internet", afirma Mariana.

Igor Sant'anna afirma que há uma visão equivocada do que seja o ensino híbrido, que limita o conceito à implantação de tecnologias às estruturas tradicionais da educação. "O ensino híbrido é a inserção da tecnologia em uma perspectiva de modificação da estrutura metodológica da educação", afirma o coordenador pedagógico.

Absorção de conteúdo

Sant'anna considera que, no modelo atual, as tecnologias não facilitam a absorção do conteúdo e acabam sendo antagonistas da aula. Desde o ano passado, a Cicloramaah está sendo usada em projeto piloto na Escola Municipal Antônio Xavier de Oliveira, em Caculé, no sudoeste baiano.

Doutor em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade - Universidade do Estado da Bahia, o coordenador pedagógico do projeto, Igor Sant'anna, define o objetivo da empreitada. "Cicloramaah é uma proposta inovadora sensível à necessidade social de um formato de educação compatível com o bem estar, a felicidade e a criatividade", afirma.

Coordenadora da Escola Municipal Antônio Xavier de Oliveira, onde foi realizado o projeto piloto do programa, a professora Mirtes de Oliveira afirma que a implementação ainda se encontra num processo inicial, mas considera que o programa tem como objetivo principal o desenvolvimento de uma plataforma ousada, inovadora e com grandes chances de avanços significativos no processo de aprendizagem. "O projeto é útil e traz inúmeras respostas sobre caminhos que a educação precisa trilhar no que tange as metodologias de ensino", diz ela.

Siga o A TARDE no Google Notícias e receba os principais destaques do dia.

Participe também do nosso canal no WhatsApp.

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Siga nossas redes

Siga nossas redes

Publicações Relacionadas

A tarde play
Computadores podem ser acessados pela comunidade
Play

Filme sobre o artista visual e cineasta Chico Liberato estreia

Computadores podem ser acessados pela comunidade
Play

A vitrine dos festivais de música para artistas baianos

Computadores podem ser acessados pela comunidade
Play

Estreia do A TARDE Talks dinamiza produções do A TARDE Play

Computadores podem ser acessados pela comunidade
Play

Rir ou não rir: como a pandemia afeta artistas que trabalham com o humor

x