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15/01/2024 às 6:30 - há XX semanas | Autor: Renato Alban

ABADÁS

Elas vestem o Carnaval

Empresárias baianas de customização de abadás preparam-se para maratona de corte e costura no Carnaval

Designer Najara Black começou a customizar abadás antes mesmo de entrar na faculdade de moda
Designer Najara Black começou a customizar abadás antes mesmo de entrar na faculdade de moda -

Ele substituiu a mortalha na década de 1990 e se torou a roupa oficial dos blocos e camarotes pagos no Carnaval de Salvador. Com mesmo nome da vestimenta de capoeiristas, o abadá de fantasia se espalhou por todo o país, em outras festas de Carnaval e micaretas. De modelagem básica, a roupa ganhou customizações criativas na folia.

Com tesoura, cola quente e muitos adereços, há quem personalize o abadá por conta própria, mas a customização da roupa de Carnaval em Salvador se transformou em um negócio lucrativo para muitas profissionais e empresárias. Empresas como Abadá de Luxo, Carnavalis e NBlack Customiza preveem garantir boa parte do faturamento anual nas próximas semanas.

A designer de moda Najara Black, 40 anos, começou a customizar abadás antes mesmo de entrar na faculdade de moda: “Já gostava de customizar minhas peças, com pinturas e aplicações, depois comecei a me arriscar a cortar minhas roupas, mudando manga e comprimento”. Com quase 20 anos no ramo, a empresária já chegou a customizar 1.300 abadás em um Carnaval.

Nascida em Cruz das Almas, ela cresceu no bairro do Garcia, nos arredores do circuito do Campo Grande, o mais tradicional da folia baiana. “Desde pequena, eu sempre esperava o Ilê Aiyê e os outros blocos afro passarem. Até hoje me emociona muito”, conta Najara, que também curte o bloco Mudança do Garcia. A relação com a festa se intensificou com a customização dos abadás.

A designer de moda decidiu empreender depois de sofrer racismo numa entrevista de emprego, aos 20 anos de idade: “Resolvi que não trabalharia mais para ninguém”. Atualmente, ela é dona da NBlack Customiza e monta stands em hotéis, camarotes e eventos, inclusive em períodos fora do Carnaval. A equipe varia de tamanho, chegando a quase 40 profissionais.

Texturas

Diferentemente de Najara, a produtora de moda Laitânia Gomes dos Santos, 33, mantém uma loja de customização de abadás aberta exclusivamente no período do Carnaval. Natural do bairro da Boa Vista do Lobato, no subúrbio ferroviário de Salvador, a empresária frequenta a folia baiana há 30 anos, mas foi há dez que ela começou a faturar com a festa.

Dona da loja Abadá de Luxo, Laitânia conta que sempre gostou de transformar modelagens e acrescentar texturas às peças. Com uma equipe de 20 pessoas, a empresária atende numa loja física e por delivery na casa ou hotel dos clientes. No restante do ano, ela trabalha com produção de moda, com clientes como os cantores Anitta e Silva, a apresentadora Rita Batista e as revistas Vogue Brasil e Elle Brasil.

Assim como Najara e Laitânia, a administradora Leilaiane Andrade Cruz, 30, começou na área trabalhando sozinha. “Já cheguei a customizar 400 abadás durante os dez dias de entregas, mas hoje só cuido da gestão, administração e supervisão do negócio”, explica ela, que lidera uma equipe de 40 profissionais.

A empresa da administradora, a Carnavalis, possui três lojas em Salvador e entrega em torno de cinco mil abadás customizados por Carnaval. A localização das unidades é estratégica, no Porto e Aeroporto da cidade e no Shopping Paralela. Nove em cada 10 dez clientes da Carnavalis são turistas.

Da cidade baiana de Monte Santo, ela explica que investiu no modelo “expresso” de customização, apesar de também fazer personalizações mais elaboradas. “A gente trabalha tanto com pessoa física quanto com empresas”, diz Leilaiane, que também ministra oficinas em eventos corporativos sobre corte e costura.

Cliente da Carnavalis, a jornalista Luciana Rodrigues Costa, 35, começou a pular Carnaval em 2004. Apenas em 2016, passou a customizar os abadás em lojas especializadas, depois de personalizar uma camisa de festa de São João. “Achei o trabalho de Laitânia tão incrível e bem feito que me tornei cliente fiel”, comenta.

Najara, Laitânia e Leilaiane vestem os foliões de Salvador e, com isso, garantem a sustentabilidade de suas empresas. “Não consigo me ver não trabalhando com customização no Carnaval, faço atendimento, corto roupa, pego pedido, faço entrega”, conta a dona da NBlack Customiza, que também vende lembrancinhas da Bahia para os clientes.

Preços e tendências

O preço pelo serviço de customização vai de R$ 60 até R$ 500, a depender do corte e das aplicações. O tempo de entrega do abadá customizado também varia, de dez minutos a 48 horas, quando a peça recebe aplicações ou modelagens mais elaboradas. Em todos os casos, as profissionais mantêm informações fundamentais do abadá, como as marcas dos blocos e camarotes.

No Carnaval 2024, as empresárias apostam que a tendência será o modelo mais “recortado” da roupa. Segundo Najara, ombreiras de pena dominaram a última estação, mas, nessa temporada, devem se destacar modelos com formas abstratas e recortes do tecido na barriga e nas pernas.

“Além disso, muito bojo e brilho”, diz a designer de moda. Laitânia concorda sobre o brilho, mas afirma que as plumas ainda têm sido bastante desejadas pelas clientes. “É um culto ao corpo e ao conforto”, afirma a dona da Abadá de Luxo, que ressalta as mudanças de tendência por estação. “Todo Carnaval é uma edição única”, complementa Leilaiane.

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