Menu
Pesquisa
Pesquisa
Busca interna do iBahia
HOME > MUITO
Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email

MUITO

Festival Lusoteropolitana acontece de 5 a 16 de fevereiro em Salvador

Quarta edição do festival traz música, teatro, dança e literatura

Por Gilson Jorge

02/02/2025 - 8:00 h
Imagem ilustrativa da imagem Festival Lusoteropolitana acontece de 5 a 16 de fevereiro em Salvador
-

Há 11 anos, o ator baiano João Guisande mantém um considerável fluxo de viagens entre o Brasil e Portugal. Uma história que começou com uma residência artística em Lisboa e desembocou numa rede de contatos com criadores e intérpretes portugueses. Em 2022, João resolveu aproveitar a vinda a Salvador da Cooperativa Artística da Raia Beirã (Carb) para criar um festival, juntamente com três artistas, Fábio Vidal, Maria Clara Mendes e Daniela Chávez.

Surgia, assim, o Lusoteropolitana, que nas edições seguintes traria atrações de outros países lusófonos. "A gente sentiu a necessidade de estabelecer mais conexões", afirma o artista.

A quarta edição do festival, que acontece de 5 a 16 de fevereiro, traz música, teatro, dança e literatura no Teatro Sesc Senac Pelourinho, Teatro Sesi Rio Vermelho, Espaço Cultural Alagados, Casa Improviso Salvador, Pelourinho e no perfil do evento no Instagram @lusoteropolitana.

Na programação estão nomes como o do ator e contador de histórias moçambicano Tsamba, que traz a Salvador o espetáculo solo Dizcontos, um texto sobre a migração de jovens de Moçambique para a vizinha África do Sul, em busca de oportunidades.

O ator paulistano Vinícius Piedade, por sua vez, traz a peça Provavelmente Saramago, que narra a experiência de um ator reprovado no teste de elenco para um filme sobre o escritor português e que decide montar um espetáculo teatral baseado na vida e obra do autor do livro Ensaio sobre a cegueira.

Na dança, um dos destaques é a portuguesa Teresa Fabião, com o espetáculo Una. A artista faz uma abordagem dos movimentos de corpos soropositivos, a partir de aspectos biográficos, biomédicos e sociopolíticos. A dançarina, que convive com o HIV há mais de uma década, é cofundadora do Viral, coletivo artístico português que foca na ressignificação dos imaginários relacionados ao vírus.

Teresa viveu em Salvador, onde fez pós-graduação na Escola de Dança da Ufba e frequentou a Escola de Dança da Funceb, onde se tornaria professora. Além da apresentação, Teresa faz dois workshops gratuitos durante o festival.

Além de trazer artistas e grupos internacionais a Salvador, João aposta no festival como um caminho para que produções soteropolitanas sejam encenadas futuramente em outros países lusófonos. "Queremos que as nossas obras soteropolitanas comecem a ganhar espaço nesses países africanos, que também têm muitos festivais, com uma produção artística muito ampla", declara João Guisande, sobrenome que remete ao nome de um povoado no norte de Portugal.

Linguagens

Com diferentes linguagens artísticas, o festival tem, nas palavras de João, o objetivo de discutir a formação e a transformação da língua portuguesa. Dentro disso, o Lusoteropolitana 2025 tem uma programação de debates com escritores, elaborada sob a curadoria do poeta soteropolitano Alex Simões. "É um festival que parte da ideia de uma lusofonia, entre artes cênicas e literatura, do que nos une como artistas contemporâneos", pontua Alex.

Haverá duas mesas literárias. Uma, chamada Meu país é o meu lugar de fala: literatura e cartografias, reúne os escritores Rita Santana, César Sobrinho e Franklin Carvalho, com mediação da poeta e professora Daniela Galdino.

A segunda mesa, mediada pelo próprio Alex Simões, traz o poeta, escritor e pesquisador Anderson Shon e os escritores Maria Dolores Rodríguez e Jorge Augusto. O tema é Tem pretuguês nos meus escritos? Algumas reflexões sobre performatividade de raça nos textos literários e acadêmicos. "Eu seleciono poetas e artistas da palavra que vivem em Salvador e têm uma abordagem sobre a língua, que pensam na língua em seus trabalhos ", explica Alex, ressaltando que escolheu nomes de diferentes nichos e gerações, para que eles tivessem a oportunidade de interlocução.

Para as oficinas, Alex convidou Daniela Galdino, que já participou do Lusoteropolitana e vai dar uma oficina de escrita orgânica para mulheres e também pensar no repertório da lusofonia e não se restringir à literatura brasileira "Ela vai dar com certeza uma ênfase em Moçambique e Angola”.

Sobre o perfil dos convidados para mesas e oficinas, o curador aponta para uma busca da versatilidade. "Daniela é uma performer e uma questão que eu sempre penso é a de artistas da palavra que transitam em outras linguagens. Rita Santana é atriz. Jorge Augusto é artista da palavra e tradutor", pontua o curador. As oficinas fazem parte do que os agentes culturais costumam chamar de atividades formativas de um festival.

Infantil

De literatura infantil, o Lusoteropolitana traz as escritoras Lorena Grisi e Letícia Paulina. "Ambas têm uma abordagem também de criar grupos de leitura. Me interessava também trazer outros públicos além dos nativos de artes cênicas e de pessoas que seguem um determinado artista", explica Alex, que vê em Salvador a existência de um público relevante para cada uma dessas linguagens artísticas, mas se ressente de uma falta de cruzamento entre essas audiências. "A importância de um festival como esse é justamente misturar linguagens, trazer outras possibilidades e misturar esses públicos", afirma o curador.

O projeto 4º Festival Lusoteropolitana foi contemplado pelo edital Gregórios – Ano IV com recursos financeiros da Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, Prefeitura de Salvador e da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), Ministério da Cultura, Governo Federal. Para conferir a programação, procure no Instagram por @lusoteropolitana.

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Cidadão Repórter

Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro

ACESSAR

Siga nossas redes

Siga nossas redes

Publicações Relacionadas

A tarde play
Play

Filme sobre o artista visual e cineasta Chico Liberato estreia

Play

A vitrine dos festivais de música para artistas baianos

Play

Estreia do A TARDE Talks dinamiza produções do A TARDE Play

Play

Rir ou não rir: como a pandemia afeta artistas que trabalham com o humor

x

Assine nossa newsletter e receba conteúdos especiais sobre a Bahia

Selecione abaixo temas de sua preferência e receba notificações personalizadas

BAHIA BBB 2024 CULTURA ECONOMIA ENTRETENIMENTO ESPORTES MUNICÍPIOS MÚSICA O CARRASCO POLÍTICA