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Hobby por excelência, colecionar moedas e cédulas pode ser lucrativo, além de fonte de conhecimento

Adriano Motta

Por Adriano Motta

18/05/2020 - 6:00 h | Atualizada em 21/01/2021 - 0:00
Ramiro Matos: negócio de família | Foto: Adilton Venegeroles | Ag. A TARDE
Ramiro Matos: negócio de família | Foto: Adilton Venegeroles | Ag. A TARDE -

No sistema capitalista, qual a coisa mais importante? Dinheiro. Tão necessário quanto antigo, embora não conte com uma data precisa de criação, há moeda datada do século 8 a.C. Ainda assim, nem sempre prestamos tanta atenção nos seus detalhes, especialmente os históricos. Mas há os que o fazem. Muitos guardam apenas para fazer economia e outros pensam nisso como hobby, colecionam e estudam.

Quando se trata das moedas, existem dois ramos distintos. Há os que são colecionadores e os numismatas. Os que colecionam procuram, acumulam e negociam moedas. É algo que existe desde os tempos do Império Romano.

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Nos últimos anos, alguns até embarcaram na ideia como forma de investimento, tirando uma renda extra. E em tempos de pandemia a movimentação para vender e comprar as moedas é alta.

Há diversos grupos no Facebook com mais de 50 pessoas espalhadas pelo país tentando vender moedas na esperança de ganhar um dinheiro a mais. Para os pontos de venda físicos, no entanto, a realidade é diferente.

É o caso de Ramiro Matos. Dono de uma loja de compra e vendas de moedas em Salvador, conta que os dias já foram melhores. “Era um bom negócio. Vendi e comprei muitas, mas aí vieram as crises e a pandemia dificultou muito o colecionismo”, lembra.

Ele, que conheceu as moedas através do pai, também um colecionador, acabou passando o mesmo entusiasmo pelo tema para seu filho, o também comerciante Ramiro Maximiliano Matos, que comanda a pequena loja na Pituba junto com o pai.

“O que me encantou mesmo era saber das histórias das moedas”, lembra Ramiro pai. Sua especialidade está nas moedas estrangeiras, dos mais diversos países.

Reverso invertido

Não é nada incomum que as moedas e cédulas valham mais do que seu valor de face. Com o passar do tempo, dependendo da raridade, é o que costuma acontecer. Há inúmeras possibilidades para os que buscam vender moedas antigas ou mesmo as que estão em circulação mas que vêm com algum defeito de fabricação.

Um dos mais populares é o reverso invertido, que é quando a face dianteira da moeda vem na direção oposta da face traseira. Alguma dessas pode estar em seu bolso nesse exato momento.

Se você for um dos sortudos que tiver alguma delas na carteira, pode vendê-las por R$ 20, caso esteja em bom estado de conservação. Ou versões especiais das atuais moedas em circulação.

Imagem ilustrativa da imagem Hobby por excelência, colecionar moedas e cédulas pode ser lucrativo, além de fonte de conhecimento
| Foto: Adilton Venegeroles | Ag. A TARDE
Alguns itens da coleção do comerciante

As mais raras do mundo, como o dólar de cobre, datado de 1754 e considerada a primeira unidade da moeda mais valiosa do mundo, chegou a ser negociada por mais de US$ 10 milhões.

Já versões mais antigas do real, como as produzidas nos anos 1990, podem ser vendidas por 10 vezes mais do que seu valor de face original. E edições especiais da moeda, como a produzida em 1998 em homenagem à Declaração dos Direitos Humanos, com tiragens limitadas, chegam a valer até R$ 200 nas lojas virtuais.

Estudiosos

O outro ramo disponível para os que gostam de moedas é o da numismática. Há diferenças entre o numismata e o colecionador. O primeiro estuda as moedas, analisando sua história e desenvolve artigos sobre acervos e coleções existentes. Frequentemente, no entanto, ambos costumam andar bem próximos.

Goulart Gomes, por exemplo, tem uma loja virtual de moedas no Instagram e as coleciona há 41 anos, paixão que iniciou ainda durante a adolescência. Sacrificava até um dinheiro para abastecer a coleção. “Mesmo ganhando pouco, tirava algumas notas para guardar”, lembra, sem nenhum arrependimento.

Há três anos, decidiu ir além e partiu para o mundo da numismática, tema do seu mestrado na Ufba. Para ele, o aspecto artístico é o mais importante: “Há peças que são verdadeiras obras de arte, esculturas em miniatura ou pequenas telas, no caso das cédulas”.

Seu grande projeto nos últimos anos foi a criação do Museu Virtual das Medalhas Brasileiras, criado por ele 2017. “Sentia que havia uma grande lacuna, pois não tinha nenhum lugar dedicado às medalhas históricas do Brasil”.

O acervo conta com 600 medalhas. Além de catalogá-las, o museu também oferece dicas sobre conservação e valor das medalhas para outros colecionadores. A principal meta é reunir duas mil medalhas até 2022, ano que se comemora os 200 anos de Independência do Brasil.

Goulart também faz parte da Sociedade Numismática Brasileira, de São Paulo, a organização do tipo mais antiga do país, com mais de 90 anos de história e que conta com apoio da Casa da Moeda do Brasil.

“O Brasil é um país interessante para os numismatas. Emitimos moedas desde 1695, com muita diversificação”, conta.

Na Bahia, havia encontros dos entusiastas das moedas e outros tipos de coleções que ocorriam quinzenalmente no Shopping Brotas, onde iam em média 30 a 50 pessoas, para negociar ou conversar sobre suas conquistas.

Eram organizados pelo Clube de Multicolecionismo da Bahia, um dos grupos que Goulart também é membro. Por conta da pandemia, os encontros presenciais foram cancelados.

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