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08/05/2022 às 6:10 - há XX semanas | Autor: Vinícius Marques

MUITO

Karaokês garantem a diversão de novos e antigos clientes

Costume da cultura japonesa chegou ao Brasil ainda no início do século passado

Bar Restaurante e Karaokê da Lapa reúne várias pessoas que gostam de cantar e de curtir música
Bar Restaurante e Karaokê da Lapa reúne várias pessoas que gostam de cantar e de curtir música -

Voltando para casa de um show comemorativo do Legião Urbana, em 2018, o então estudante de publicidade, Daniel Monteiro, encontrou um bar inusitado perto da estação de metrô da Lapa.

Com as cadeiras na calçada e muita gente cantando e dançando, ele e um amigo decidiram parar ali e aproveitar a festa. Era o Bar e Restaurante Karaokê da Lapa. Apesar de ter curtido a noite no local, Monteiro só voltou ao bar em 2019, agora localizado em outro espaço, virando a esquina do antigo local.

“Me surpreendi quando cheguei lá porque eram os mesmos donos do antigo bar. Foi uma ótima noite. Eu e meus amigos cantamos, dançamos e eu senti vontade de levar outros amigos para que tivessem a mesma experiência que eu tive”, lembra.

A vivência do agora publicitário é a mesma de vários brasileiros apaixonados por karaokê, um costume da cultura japonesa que chegou ao Brasil ainda no início do século passado e que com os anos foi ficando cada vez mais popular, principalmente em bares e em festas de aniversário.

15 mil músicas

Elson Santana, um dos sócios do Bar e Restaurante Karaokê da Lapa conta que, somente nas sextas e sábados, mais de 200 pessoas cantam no local, que atualmente possui mais de 15 mil músicas disponíveis.

No espaço, um palco fica no salão, com direito a um banquinho e um pedestal para o microfone, que dá de frente para uma TV com as letras, cercado por duas grandes caixas de som e ainda um telão ao lado que também reproduz a imagem da TV com as letras das canções.

Já são mais de 15 anos de Karaokê da Lapa, mas somente há quatro anos, desde que foram para o novo espaço, que Elson e Juarez dos Santos, seu sócio, viram muitas pessoas surgirem e se interessarem pelos serviços do karaokê. E ainda hoje mantêm clientes que os acompanham desde o início.

Elson lembra que a ideia para o bar surgiu dele, quando propôs ao primo, dono do antigo espaço, uma loja de cosméticos, que montasse um bar na entrada do local em dias específicos. “Na época, a mãe da minha filha engravidou e eu precisava aumentar minha renda”, explica. O negócio deu tão certo que a loja de cosméticos fechou definitivamente para dar espaço ao bar.

Galera

O karaokê chegou pouco depois, quando o cunhado de Elson o apresentou a Jorge Lobo, o dono do karaokê que eles utilizam ainda hoje. O que era para ser só uma noite na semana de karaokê acabou se incorporando definitivamente ao bar, indo parar até no nome como é reconhecido pelo público atualmente.

Atualmente, cada música custa R$ 3 às quartas e quintas, e R$ 4 nas sextas, sábados e feriados. O Karaokê da Lapa também propõe aluguel do espaço para eventos e lives para os clientes mais próximos, que entram em contato com eles e reservam o espaço aos domingos.

“Quando querem fazer uma live, um evento, é só acertar com o karaokê e marcar um domingo para que venha só sua galera. Geralmente, a duração é em torno de uma hora e meia e todo mundo canta e se diverte”, explica o sócio.

Elson conta também que estão organizando uma festa de São João, mas que ainda não possui muitos detalhes. O que ele adianta é que irão contratar uma banda de forró e que depois todo mundo vai poder cantar no karaokê – mas, atenção, somente músicas juninas.

Para além do karaokê, o publicitário Daniel Monteiro diz que o preço das bebidas e dos aperitivos também são um diferencial de lá, mencionando também o atendimento.

“Quando estou lá me sinto como se estivesse numa social em minha casa com meus amigos. Livre para ser quem eu sou, para extravasar, dançar, cantar, e não tenho vergonha porque me sinto acolhido. O público de lá é muito acolhedor”, destaca.

Em outro lado da cidade, no Stiep, o Bar Lagoa dos Frades pode ser considerado um dos mais antigos da cidade a oferecer o serviço de karaokê. Dos 30 anos de bar, o karaokê está lá há 25. “Somos praticamente pioneiros, talvez o segundo bar a implantar um karaokê em Salvador. E estamos até hoje fazendo sucesso”, conta Pedro Chaves, proprietário do local.

O nome do bar surgiu numa conversa entre vizinhos, lembra ele. A lagoa, em questão, é a que fica atualmente no Parque dos Dinossauros, que passava em frente à pista da rua onde está o bar, e por sugestão de uma vizinha ficou decidido esse nome, em homenagem à lagoa.

Já o karaokê foi apresentado por um amigo de Chaves. Era uma novidade na cidade. Na época, ainda era em formato de máquina no estilo fliperama, onde para cantar era necessário comprar uma ficha. Tudo era muito compacto, a tela da TV com as letras e as caixinhas de som estavam todas embutidas nessa máquina, além do microfone, é claro.

“Colocamos a máquina no bar e as pessoas não conheciam, e eu tinha que vender o produto, oferecer o produto. Então, eu cantava. Eu nunca fui de cantar, mas tive que pegar o microfone e me apresentar. As pessoas começaram a ver, a gostar e foi pegando. Foi um sucesso instantâneo na época”, recorda.

No começo, ele alugava a máquina do amigo e toda segunda-feira faziam juntos a contagem das fichas vendidas. Chegavam a vender entre 500 a 600 fichas por semana e tirava 30% do lucro para si. Foi então que teve a ideia de ligar para o fornecedor da máquina e comprar o seu próprio karaokê.

Na época, a máquina custava R$ 3 mil. Em uma semana após o depósito, Chaves passou a ver os lucros subirem de 30% para 100%. “Fiquei uns três anos com essa máquina alugada, depois a máquina era nossa e fomos evoluindo, trocando. Hoje temos um karaokê mais moderno e com mais de 12 mil músicas”.

Atualmente, o número de clientes diminuiu. O proprietário do Bar Lagoa dos Frades conta que são em torno de 200 músicas cantadas por semana. Ele atribui essa queda à pandemia, já que muitas pessoas ainda estão com receio de sair de casa.

Evidências

Entre as músicas mais cantadas está, é claro, Evidências, de Chitãozinho e Chororó, mas o proprietário conta que há muito sertanejo universitário e outros sucessos do momento.

Atualmente, o bar funciona de quarta a domingo, das 16h às 22h, e Chaves diz que é sempre uma luta fazer o karaokê encerrar porque os clientes sempre querem continuar.

“A gente tem que tentar convencer que já deu o horário. É uma área residencial, pode incomodar a vizinhança. Não passamos do horário. Antigamente, não tinha isso de horário, ficávamos até 3h, 4h da manhã, mas começaram a reclamar e nos adequamos e nos organizamos nessa questão”, explica.

O público do estabelecimento é composto de jovens até gente com mais idade. Pessoas que vão mais de duas vezes na semana e que há mais de 20 anos estão cantando por lá. Um desses clientes antigos é Wellington Gomes, 61 anos e professor de música. Há quase 10 anos, é cliente assíduo do Bar Lagoa dos Frades.

Ele explica que começou a frequentar por ser perto de casa e, assim, poderia evitar blitz, mas que logo o motivo mudou. Quando conheceu o karaokê e percebeu quem era o público do local, geralmente famílias e amigos, ele entendeu que ali era um bom lugar para relaxar e desestressar.

“As pessoas vão para lá se divertir. Não é um bar excludente, que exclui pessoas desafinadas. Todo mundo canta, afinados e desafinados. Com ritmo ou sem ritmo, eles estão lá para cantar e se divertir. É por isso que eu passei a frequentar”, explica Gomes.

Apesar de ser músico, ele diz que ali não se sente profissional. Desanda a cantar todo tipo de ritmo e língua, principalmente quando está com os amigos. “Vou lá para tomar uma cervejinha e me divertir. Encontrar amigos, encontro outros músicos também, mas não é lugar para profissionalismo musical”, conta.

Antecedência

Localizado no Shopping Bela Vista, o São Jogue aposta agora no karaokê também como um dos seus diferenciais – que não são poucos. A luderia, uma loja especializada em jogos de tabuleiro, que conta com mais de 500 jogos e também com um restaurante, inaugurou pouco antes da pandemia uma sala de karaokê.

Uma das sócias do São Jogue, Karina Lafarina, conta que eles nem chegam a divulgar o espaço nas redes sociais, mas estão sempre com o espaço reservado com bastante antecedência.

“Acredito que um amigo fala para o outro, e quando posta nas redes sociais as outras pessoas também procuram. Acho que é um programa diferente, que não existe tantas opções na cidade, é um entretenimento superdivertido para se estar com os amigos”, conta a sócia do estabelecimento.

Um dos diferenciais do karaokê da São Jogue é sua privacidade. Por R$ 15 (segunda a quinta) e R$ 20 (sexta, sábado e domingo), você pode cantar à vontade por duas horas somente com seus amigos, sem que estranhos vejam ou ouçam. As reservas são feitas exclusivamente no site do local (saojogue.com.br).

Entre as músicas mais tocadas, Karina destaca que o público adora os sucessos dos anos 1990, como Backstreet Boys e Spice Girls, além de Sandy e Junior e, é claro, Chitãozinho e Chororó.

Mas o público também está antenado e sempre emenda um sucesso moderno, como a cantora Marília Mendonça e os estrangeiros Harry Styles e Olivia Rodrigo.

“Recentemente, fizemos uma enquete nas nossas redes sociais pedindo indicação de músicas para comprar para o nosso catálogo. Compramos com base na opinião dos clientes e assim podermos montar, de fato, do jeito que o pessoal gosta”, afirma Karina.

Os visitantes da Sala Karaokê do São Jogue também podem levar alguns dos 500 jogos disponíveis no local, mas por conta de a sala ser barulhenta, afinal há muita cantoria, o serviço de monitores – que servem para explicar os jogos –, não está disponível.

No Rio Vermelho, uma novidade fresquinha: a Utau Karaokê está prestes a completar dois meses de inauguração e o grande diferencial do local é sua semelhança com os karaokês japoneses.

Um dos sócios do local, Lucas Argolo, é professor de japonês na Associação Cultural Nipo-brasileira de Salvador e também atua com a promoção da cultura japonesa.

Apaixonado pela cultura do país, ele sempre gostou de cantar, apesar de não se considerar uma pessoa sociável. Karaokê, para ele, só entre amigos e familiares. Foi então que surgiu a ideia desse karaokê de cabines, onde o público aluga uma sala para si e os amigos, parecido com o que acontece na São Jogue. A diferença é que, na Utau, o espaço é maior e temático.

Atualmente, apenas com uma sala, a Tokyo, ela é toda decorada com referências de anime, de cultura pop em geral e luzes neon roxas. De acordo com Lucas, o público-alvo da Utau tem sido a comunidade Otaku (pessoas que gostam muito de cultura japonesa) e a comunidade LGBT.

Okinawa

Em breve, ainda neste mês de maio, a segunda sala da Utau será inaugurada. Com o nome Okinawa, é uma homenagem a uma região bastante quente do Japão, considerada um dos lugares mais felizes e com maior número de pessoas centenárias do mundo.

“Vai ser feita para manter e propagar a cultura de Okinawa, mas com bastante planta, cores vivas, para atrair o público de Salvador que não é Otaku”, explica Argolo.

Ele afirma que pensa nos espaços para que o público se sinta confortável, onde as pessoas queiram ter um momento de conexão. Algo que lembre uma sala de estar de uma casa, com um grande sofá, mas também um palco.

“Eu tenho uma filosofia pessoal que cantar junto é um momento de conexão profunda entre duas pessoas. O ato de você cantar a mesma nota, a mesma letra, fazer uma mesma performance, é um momento de conexão muito forte entre duas pessoas. É o que a gente vê aqui”, conta o sócio da Utau Karaokê.

Assim como na São Jogue, as reservas para a Utau podem ser feitas no site do estabelecimento (utaukaraoke.com.br) e funciona das terças às quintas, das 16h às 23h, e de sexta-feira a domingo, das 14h às 2h.

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