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Ô, Pisit!

Por Tatiana Mendonça

07/07/2014 - 16:39 h | Atualizada em 07/07/2014 - 16:49
Pisit Mota - Humorista - Foto vertical
Pisit Mota - Humorista - Foto vertical -

O humorista, que levou 16 mil pessoas ao seu primeiro espetáculo solo, apenas na primeira temporada, vai percorrer agora 26 cidades baianas

Desde que se entende por gente, Edvaldo Rodrigues da Mota Filho, 32, atende quando ouve um pisit. Ganhou o apelido do padrinho, fã de Renato Aragão, quando tinha só seis meses. Os chegados ainda o olhavam ressabiados, com medo de que não vingasse. Quando nasceu, pesava míseros 800 gramas. Criou-se. Inventou-se. E quando precisou de nome artístico, reparou que já tinha um. Há melhor modo de chamar um humorista?

Neste segundo semestre, ele irá apresentar em 26 cidades baianas o espetáculo Pisit Mota por Umas e Outras, o primeiro que escreveu, produziu, atuou e dirigiu sozinho, sem mencionar a concepção da luz e da sonoplastia. Na primeira temporada, em Salvador e seis municípios do interior, 16 mil pessoas foram vê-lo transformar a infância "classe z" e os perrengues de ser artista em piada. A plateia ri como se estivesse ouvindo histórias de um velho conhecido. E está.

Pisit ficou famoso com os vídeos lançados na internet no canal da produtora baiana +1 filmes, nos quais interpreta tipos soteropolitanos que abusam de gags como "Cabeça" e "Desgraça". A iniciativa, como ele faz questão de lembrar, foi anterior à criação do fenômeno Porta dos Fundos.
Em seu apartamento no Rio Vermelho, que também é a sede da Pisit Mota Produções, ele conta que o espetáculo é o primeiro de uma trilogia: o segundo, que já está escrevendo, irá se chamar Pisit por Umas e o terceiro, apenas Pisit.

Sente-se com tanta coisa para fazer que, quando o telefone toca com algum convite para participar de filmes, programas de TV ou entrevistas, pede para que o interlocutor ligue para os seus assessores. Jura que não é estrelismo, mas de cabeça não sabe o que vai fazer amanhã ou depois.

Zorra total

Um desses convites, preferiu recusar. No começo do ano, o procuraram para que fizesse parte do humorístico Zorra Total, da TV Globo. "O personagem era mais um clichê do baiano preguiçoso. Além disso, eles queriam exclusividade. Não tive tesão". O homem que hoje sente-se confortável em dar uma esnobada na Globo é o mesmo que há pouco mais de uma década vendia cerveja na rua com o tio. Incrivelmente, foi assim que ele entrou para o teatro.

Um irmão da diretora Fernanda Paquelet impressionou-se quando o viu na frente de uma festa na orla incorporando personagens divertidos para incrementar o comércio das biritas. Chamou-o para os testes de elenco da peça Capitães da Areia, que Fernanda codirigia com Lelo Filho.

Lelo lembra que, quando se encontraram, Pisit contou que não tinha muita experiência além das peças religiosas que encenava na igreja de Canavieiras, onde nasceu, mas queria muito virar ator. "Na primeira leitura que a gente fez, me arrepiei de pensar no potencial que ele tinha. Pisit é um grande ator, com um futuro incrível".

O espetáculo estreou em 2002. Apenas dois anos depois, Pisit já tinha na estante um Prêmio Braskem de Teatro por sua atuação no espetáculo Deus Danado, que contava a vida de dois sertanejos esquecidos num povoado destruído. Já reconhecido por seus pares, foi atrás do que lhe faltava. Conhecimento e dinheiro. "Reparava que quem tinha diploma ganhava mais. A academia é um carimbo, ainda".

Entrou para a Escola de Teatro da Ufba, mas optou pelo curso de licenciatura. Era aluno na universidade e ao mesmo tempo professor em escolas públicas. Quis estudar violência, a forma como nasce e se manifesta. Para isso, por dois meses deu aulas para adolescentes infratores na Comunidade de Atendimento Socioeducativo (Case). "Um dia, senti um clima pesado, aí soube que um dos meninos tinha tentado se matar. Ele contou que desistiu porque lembrou que, de tarde, tinha aula de teatro".

Em 2010, quando começou a fazer a websérie Ôxe, e se fosse na Bahia?, ele percebeu que poderia criar sem ficar dependendo da aprovação de um diretor. Em busca de um caminho seu, encontrou o humor. Gostou tanto de ser independente que, hoje, banca seus projetos sem recorrer ao "sistema de edital", que considera "desrespeitoso". "O ator é sempre o elo menos bem pago nessa cadeia. Por isso, prefiro trabalhar de outra forma".

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