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Projeto de juíza baiana apoia mulheres vítimas de violência

Publicado sexta-feira, 17 de agosto de 2018 às 09:40 h | Atualizado em 17/08/2018, 14:03 | Autor: Victor Melo
Ana Cláudia Souza promove encontros para resgatar a autoestima de mulheres agredidas pelos companheiros e ex-companheiros
Ana Cláudia Souza promove encontros para resgatar a autoestima de mulheres agredidas pelos companheiros e ex-companheiros -

A juíza Ana Cláudia Souza, da 2ª Vara da Justiça pela Paz em Casa, percebeu que as vítimas de violência doméstica chegavam para atendimento sem a mínima informação de como o processo se desenvolve e o que realmente poderia ser resolvido com as medidas protetivas. Além disso, sentiu o desconforto dessas vítimas de estarem no mesmo ambiente que o suposto agressor. 

Isso a levou a criar, em janeiro deste ano, um projeto com o objetivo principal de orientar essas mulheres acerca da Lei Maria da Penha e das medidas protetivas que podem ser tomadas durante o processo. Mas o apoio às vítimas vai além da orientação, que acontece em econtros mensais. A magistrada e uma equipe multidisciplinar já proporcionaram diversas atividades, como ensaio fotográfico e dia de beleza, que ajudam também a autoestima dessas mulheres, que na maioria dos casos fica bastante abalada após as agressões. 

“Elas são estimuladas a perceber que essa situação de violência não é algo que vai aprisioná-las para sempre. Então, elas podem entender que aquilo passou e que  podem seguir adiante. O que a gente espera é  que elas ultrapassem essa situação e deem continuidade à vida”, explica. Mesmo com o aumento do número de denúncias, Ana Cláudia acredita que muitas mulheres ainda possuem receio de denunciar, pelo fato de em alguns casos se sentirem culpadas pela violência que sofreram ou por sentirem vergonha. 

Salvador, local de atuação da juíza, é a capital nordestina com o maior índice de violência doméstica, e ela vê esse dado como consequência do machismo da sociedade. “Eu acredito que essa situação só vá se resolver ou melhorar a longo prazo, e para isso a gente precisa trabalhar com crianças e com a educação desses jovens”, diz a juíza, que já foi a escolas conversar com alunos a respeito do assunto.    

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