MUITO
Rodrigo Freire faz releituras da culinária baiana em São Paulo
Preto Cozinha completa um ano de existência no dia 5 de maio
Por Gilson Jorge
O primeiro sonho profissional realizado pelo soteropolitano Rodrigo Freire, formado em direito pela Ucsal, foi trabalhar em um cargo executivo de uma multinacional em São Paulo, a cidade mais rica e importante da América do Sul.
Do convívio com colegas de trabalho para quem cozinhava receitas baianas em sua casa, no elegante bairro de Pinheiros, concretizou-se o segundo sonho: um restaurante com sabores de sua terra natal com o toque cosmopolita de Sampa.
Foi assim que surgiu o Preto Cozinha, que completa um ano de existência no próximo dia 5 de maio. "Foi um projeto que surgiu com a saudade de cozinhar para os amigos, de preparar os pratos que eu comia em casa, e que as pessoas de São Paulo não conhecem, afirma o chef, que nunca tinha trabalhado profissionalmente com culinária antes e usou o conhecimento adquirido com as mulheres da família.
O nome do restaurante é uma referência a seu apelido de infância, uma ideia surgida enquanto Rodrigo lia A arte culinária na Bahia, de Manuel Querino, de onde também se inspirou para fazer o cardápio. Sobre a escolha de Pinheiros, pesou o fato de ser perto de casa e de ser um bairro que, para ele, é juntamente com Santa Cecília um dos mais abertos a outras culturas na capital paulista.
Um dos clientes mais assíduos do Preto Cozinha é o também advogado soteropolitano João Pedro Assis, que foi colega de faculdade de Rodrigo e hoje se divide entre Salvador e São Paulo. Ele classifica o restaurante do amigo como um dos hotspots de São Paulo na atualidade e explica o que pessoalmente lhe atrai.
"Comida afetiva, saborosa de verdade e com muito conteúdo", declara o cliente, que destaca entre os seus preferidos o peixe com molho de moqueca e a barriga de porco. João Pedro ressalta ainda os drinques autorais do bar do Preto: "Adoro o refrigerante da casa também, com sabores inéditos a cada pedida".
Sobre as atrações que vão além da culinária, João Pedro diz que Rodrigo prima pelos detalhes. "Desde o ambiente super acolhedor, moderno e repleto de obras de arte garimpadas pelas suas andanças por SP ao atendimento e serviço sempre impecáveis. O Preto é uma experiência".
Muito especial
Os pratos de uma culinária forte como a baiana acabam, por vezes, sofrendo adaptações em outras terras. Mas o Preto trouxe também inovações. O arroz caldoso de sobrecoxa de frango é uma receita que Rodrigo elaborou a partir do xinxim de galinha que era feito na casa de sua família, com camarão seco, leite de coco e dendê. "Cada casa tem a sua forma de fazer e o molho do xinxim feito por minha avó era muito especial", afirma.
A carne louca no pão delícia mistura o pãozinho de festa presente em qualquer casamento ou aniversário soteropolitano com uma receita de carne muito popular em São Paulo e que tem origem estrangeira, possivelmente os EUA. "Quando a gente fazia café da manhã coletivo na empresa, para celebrar o São João, eu cozinhava a carne louca, lanche emblemático de São Paulo, que decidi revisitar ao fazer o cardápio do Preto".
Sobre o peixe com moqueca, o advogado-chef destaca a manutenção dos pilares ancestrais do prato: "A grande onda da minha cozinha é que eu tento ao máximo respeitar a origem da receita, com a forma que me foi apresentada", diz Rodrigo, ao explicar a releitura de um dos pratos mais tradicionais da culinária baiana. "Faço uma pescada amarela na brasa, com uma versão reduzida do molho de moqueca. É visualmente diferente, mas quando você coloca na boca, o sabor é surpreendente”.
Entre as sobremesas, um dos destaques é a Safadinha, doce à base de coco, que mescla as técnicas de produção de cocada de forno, bolinho de estudante, sorvete e coco espumante.
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