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Tênis de mesa e ping-pong na Bahia

Por Adriano Motta

19/10/2020 - 10:50 h

Se perguntarmos por aí sobre um esporte que é assistido e praticado por dezenas de milhões de pessoas mundo afora e pode ser jogado por qualquer pessoa que esteja disposta, qual você pensaria? Futebol, basquete, futebol americano, entre diversas outras que poderiam facilmente caber nessa descrição. Mas você considerou o fato de que essas mesmas características se aplicam também ao tênis de mesa? Sim, o tênis de mesa, ou a sua versão mais simples, o pingue-pongue.

O esporte, tal como o futebol, foi também inventado na Inglaterra, no fim do século 19. Surgiu através das classes aristocráticas que tentaram transferir a experiência de praticar tênis sem precisar sair de suas casas.

Assim como o contemporâneo esporte bretão, o tênis de mesa é também dominado por outros países. Nesse caso, a China.

No país são estimados 10 milhões de jogadores federados, 25% do total de atletas profissionais do mundo, e também é o esporte mais popular do gigante asiático, superando futebol, basquete ou beisebol.

O tênis de mesa alcançou o patamar de esporte olímpico em 1998, e, de lá para cá, o domínio chinês é incontestável: das 28 medalhas de ouro disputadas, venceram 24.

Além disso, o que não faltam também são jogadores chineses se naturalizando para defender outras nações nos jogos olímpicos.

Complicado

No Brasil, o tênis de mesa também tem seu público, contando com um número razoável de atletas, alguns até mesmo de destaque mundial, a exemplo do medalhista olímpico Hugo Hoyama ou Hugo Calderano, que está no top 10 mundial, entre outros nomes.

De acordo com a Federação Brasileira da modalidade, atualmente há cerca de 20 mil atletas profissionais cadastrados no país. Desse número, apenas 300 estão cadastrados na Federação Baiana.

Por aqui, aliás, o esporte passa por um momento complicado. Sem recursos, o campeonato baiano da modalidade não é realizado desde 2018. Paulo Carneiro, o último presidente da federação, reclama da falta de suporte das entidades esportivas nacionais.

“Há problemas de captação de recursos, não tinha como dar sustentabilidade. Não há apoio nacional, nem da federação nem do COI. É inviável”, afirma.

Ele estava na federação desde 2009, mas decidiu sair neste ano. Uma das teclas em que bate como causa desse cenário é a falta de um ecossistema funcional para a manutenção de atletas profissionais. “É impossível viver somente jogando tênis de mesa”.

Mais um problema é que no meio profissional pouco se conseguiu fazer em termos de competições, pois existia apenas o campeonato baiano como competição oficial. Outros campeonatos e clubes apareceram de maneira mais informal, mas não conseguiram prosperar muito por aqui.

De acordo com Carneiro, surgiram outros torneios apenas em Feira de Santana e Camaçari. “Em Salvador mesmo, era quase tudo na base da informalidade”, lembra. Quando se fala de formadores, o déficit se mostrou ainda mais amplo. “Para se ter uma ideia, havia apenas cinco professores de tênis de mesa em todo o estado”.

Lúdico

Se no cenário profissional por aqui a situação não é das mais tranquilas, há uma melhora de figura no âmbito amador.

A maioria das pessoas que jogam tênis de mesa começa pelo pingue-pongue (nome que vem do som feito pela bola após o quique), uma versão mais simplificada e lúdica do tênis de mesa.

Por isso mesmo é mais jogada entre aqueles que apenas buscam diversão. Há algumas diferenças entre as modalidades.

No pingue-pongue, é possível jogar com qualquer regra que quem estiver jogando prefira e com qualquer coisa, enquanto que no tênis de mesa é preciso ter raquetes específicas para o jogo, além de seguir as regras da federação internacional.

O pingue-pongue conta com mais torneios e praticantes por aqui, o que dá um certo respiro à modalidade, pois muitos dos que aspiram algo profissionalmente começam com as competições amadoras.

Alguém que começou assim e depois alçou voos maiores foi o professor Caio Souza. Ele, que joga há 20 anos, começou na modalidade jogando na escola. “Era uma febre antigamente, todo mundo jogava”, lembra.

Regras

Hoje, ele é instrutor e dá aula para cerca de 14 alunos, número que sobrou depois de todas as restrições causadas pela pandemia. “Havia mais gente, mas ficou complicado de manter nesse período”, afirma. As aulas foram retomadas há um mês, seguindo as regras do processo de reabertura definidas pela prefeitura.

Uma das dicas que Caio dá àqueles que se interessarem a jogar é estudar (e muito) o esporte: “O que não faltam hoje são materiais na internet que permitem isso”.

Como alguém que vive na pele o tênis de mesa no estado, Caio também vê as questões da viabilidade de se ter uma rotina e vida profissional como mesa-tenista por aqui.

“É complicado. Como apaixonado, vamos levando aos trancos e barrancos, mas é preciso ter outras atividades para se sustentar por aqui”, conta.

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