MUITO
Uma croniquinha para Dudu
Crônica
Por Evanilton Gonçalves
Oi, Dudu. Seja bem-vindo a esse mistério chamado vida. Aqui quem lhe escreve é seu dindo. A notícia de sua chegada foi uma alegria compartilhada. Ao saber de você, muitos sorrisos se abriram com leveza e contentamento. Olhos brilharam com entusiasmo por sua presença. Como quase sempre acontece com o ser humano, independente da dilatação do tempo, você já precisou lidar com os desafios da existência. Cheio de força e coberto por afeto, você se impôs. Agora está aqui entre nós com uma vida abundante. Tem uma frase atribuída a Freud (sua mãe vai lhe explicar depois quem é o sujeito) que diz assim: “Como fica forte uma pessoa quando está segura de ser amada”. Você chegou bem no finalzinho do ano de 2024, no período em que as pessoas têm um desejo maior de renovação e esperança de dias melhores. Você chegou como um presente, sabia? Seu avô Jorge faz aniversário um dia depois do seu nascimento. Você já nasceu pronto para a festa. Não é bonito isso? A vida, no entanto, não é sempre festa. Pode ser difícil e complicada, mas é possível encontrar um caminho para a bonança entre o choro e o riso. Nunca se esqueça de que você é a materialização do amor, do carinho e do desejo de vida dos seus pais, Nardson e Fernanda. Sua existência me faz pensar na palavra perseverança. Na palavra cuidado. Também na palavra sossego. Afinal, para que existimos neste planeta, não é mesmo? Ao ver sua foto tirando uma sonequinha, você tão lindinho e estiloso com seu gorro e sua luva, você ali sobre o peito do seu pai, eu pensei no trabalho que dá até se conseguir chegar nesse momento de descanso em que o mundo parece mais afável e harmonioso. Quando, por um instante que seja, nos sentimos em paz e contemplamos o canto dos pássaros de olhos fechados. Tive vontade de imitar a sua foto, voltar a ser criança e poder repousar minha cabeça em um peito amável e protetor. Para os adultos, isso parece quase inconcebível, demonstração de fragilidade, não de carinho apenas. Fico feliz em saber que você já tem livros à sua espera. Seu dindo gosta de ler também. Imagino seus pais lendo as primeiras histórias para você, vejo seus olhos, primeiro caminho para o amor, repletos de admiração. Imagino também sua felicidade ao manusear as páginas cheio de curiosidade e ânimo. Brinquedos aguardam sua vontade de brincar. É verão no hemisfério sul. Nossa geografia. O céu está bonito com nuvens que são pedaços de algodão doce. Ao pensar em sua chegada, essas palavras foram vindo, uma a uma, seguindo o fluxo do vento, do futuro, criando memórias pelo caminho. Já é o começo de um novo ano. Essa croniquinha atravessa o tempo, se levanta em 2025 e acena para você, para a multidão que compõe o você agora e sempre. Enquanto o mundo gira em seu próprio ritmo, desejo que você cresça em seu tempo e seja mais uma pessoa gentil nessa terra. Que no seu coração habite a força da justiça e do respeito. Combinado? A sua história começa agora e há um horizonte imenso à sua espera. A vida te chama cheia de possibilidades. Mas nunca se esqueça de onde você veio e os caminhos pelos quais passou. O tempo voa, Dudu. Espero que você se divirta ao longo do caminho.
*Evanilton Gonçalves é autor de O coração em outra América (Paralelo13S)
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