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Assassinato de congolês no Rio de Janeiro chega a órgão da ONU

A Coalizão Negra por Direito pede a organização providências sobre o crime

Publicado quarta-feira, 02 de fevereiro de 2022 às 09:31 h | Atualizado em 02/02/2022, 10:02 | Autor: Da Redação

O relato da brutal morte do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, no Rio de Janeiro, deve chegar a Organização das Nações Unidas (ONU). A Coalizão Negra por Direitos enviará nesta quarta-feira, 2, uma denúncia ao Comitê para a Eliminação da Discriminação Racial da organização, pedindo providências sobre o crime. 

Um dos coordenadores da coalizão, Douglas Belchior defende que o caso ganhe repercussão mundial, como forma de denunciar a violência e pressionar as autoridades a darem respostas.

"Ou a ONU se posiciona, ou será conivente e cúmplice. O mundo precisa saber que o Brasil é um país racista onde, em pleno 2022, é possível que se amarre pelas mãos e pés uma pessoa negra, espanque e mate a pauladas", afirmou Belchior ao jornal Folha de S. Paulo nesta quarta. 

"Há indícios de que milicianos tenham sido responsáveis pelo assassinato brutal de Moïse. A mesma milícia que assassinou Marielle Franco. A mesma milícia que ocupa o poder central do país e gesta a política do genocídio negro brasileiro", segue.

Moïse foi encontrado morto próximo a um quiosque na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, no último dia 24. Sua família diz que ele trabalhava no local e foi espancado até a morte por cinco homens depois de cobrar salários atrasados.

O congolês chegou ao Brasil com 11 anos na condição de refugiado político e morava em Madureira, na zona norte do Rio. Em nota, a comunidade congolesa no Brasil classificou a morte dele como uma manifestação de racismo e xenofobia.

"Por isso, exigimos a justiça para Moïse e que os autores do crime junto ao dono do estabelecimento respondam pelo crime! Combater com firmeza e vencer o racismo, a xenofobia, é uma condição para que o Brasil se torne uma nação justa e democrática ", diz o documento.​

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