EM UM CANTEIRO DE OBRAS
Ataque deixa dois mortos e seis feridos na Nova Zelândia
Homem efetuou disparos com uma espingarda antes do início do Mundial Feminino, no centro de Auckland
Por AFP
Um homem armado abriu fogo no centro de Auckland, na Nova Zelândia, matou duas pessoas e feriu seis na manhã desta quinta-feira, 20, horas antes da cerimônia de abertura da Copa do Mundo de futebol feminino no estádio Eden Park.
O atirador, de 24 anos, invadiu um canteiro de obras de um prédio com uma espingarda, o que deixou as autoridades em alerta e paralisou o centro da cidade, a maior do país.
O primeiro-ministro da Nova Zelândia, Chris Hipkins, informou que o homem morreu no local e que não existe uma ameaça a nível nacional, dando aval para a realização da cerimônia de abertura do Mundial feminino.
"A avaliação das autoridades é de que não há um risco de segurança nacional. Não há nenhuma mudança no nível de ameaça da segurança nacional da Nova Zelândia", afirmou Hipkins.
A polícia acredita que o ataque não tem relação com o torneio, nem foi motivado por questões políticas, já que o atirador tinha um histórico de violência familiar e problemas de saúde mental.
Ele estava em prisão domiciliar, mas tinha permissão para trabalhar no canteiro de obras e não tinha licença para possuir uma arma. O comissário da polícia Andrew Coster disse que não houve "nada que sugerisse um risco mais elevado".
Ambiente "sombrio"
Para Auckland, o início da Copa do Mundo feminina marcaria um dia de celebração e seria uma vitrine para a cidade. Mas seus habitantes acordaram com o barulho das sirenes e dos helicópteros no céu.
Na área da obra, os trabalhadores tentaram fugir e fazer barricadas para se salvar.
O comissário Coster disse que foi "um evento impactante e traumático para aquelas pessoas que foram trabalhar e acabaram no meio de uma emergência".
Viv Beck, que estava tomando um café perto do local do tiroteio, contou à AFP que após a tragédia o ambiente é "bastante sombrio".
"Foi devastador. Deve ter sido aterrador para as pessoas envolvidas", afirmou.
Várias seleções que participam do Mundial, entre elas a dos Estados Unidos, atual campeã, estão hospedadas em Auckland.
A delegação da Noruega, derrotada no jogo de abertura pela Nova Zelândia por 1 a 0, está em um hotel a poucos metros do local do tiroteio e algumas jogadoras acordaram com o barulho dos helicópteros e outros veículos de emergência, explicou a capitã da equipe, Maren Mjelde.
"No início não sabíamos o que estava acontecendo, mas depois apareceram informações na televisão", disse a jogadora.
"Nós nos sentimos a salvo a todo momento", continuou. "Todo mundo parece tranquilo e nos preparamos normalmente para o jogo desta noite", acrescentou.
Uma nação "de luto"
Hipkins expressou suas condolências às famílias e aos amigos das vítimas e afirmou: "toda a nação está de luto com vocês".
Este tipo de ataque não é comum na Nova Zelândia, onde as autoridades restringiram o porte de armas depois de um massacre contra uma mesquita em Christchurch em 2019 que deixou 51 mortos e 40 feridos.
O primeiro-ministro garantiu que o Mundial, organizado em conjunto com a Austrália, vai acontecer conforme o planejado.
"O governo conversou com os organizadores da Fifa e o torneio vai continuar", afirmou.
O comissário Coster explicou que os agentes encurralaram rapidamente o atirador no poço do elevador, onde ele se escondeu.
"O agressor atirou contra a polícia, ferindo um agente. Houve troca de tiros e o agressor foi encontrado morto depois", acrescentou.
"A polícia localizou duas pessoas mortas nos andares de baixo do edifício", disse.
Além do policial, cinco civis ficaram feridos no incidente, informou Coster. O comissário enviou uma mensagem de tranquilidade aos presentes no estádio Eden Park para o jogo de abertura do Mundial e afirmou que não há perigo.
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