MUNDO
Biden luta para manter viva sua candidatura à reeleição
Biden admitiu que teve um mau desempenho no debate
Por AFP
Joe Biden continua lutando, nesta quarta-feira (3), por salvar sua candidatura para um segundo mandato, extremamente fragilizada após seu desempenho desastroso no debate contra Donald Trump na semana passada, aumentando a pressão sobre sua campanha.
"Ninguém está me descartando. Eu não vou embora. Estou nessa corrida até o fim e vamos ganhar", garantiu o veterano democrata, segundo a mídia especializada Politico.
"Ele sabe que se tiver mais dois atos como este, as coisas serão muito diferentes", informou uma pessoa de seu círculo, citada pelo jornal New York Times nesta quarta-feira.
A emissora CNN também exibiu o testemunho de alguém próximo ao democrata de 81 anos, segundo quem Joe Biden está "lúcido" e sabe que os próximos dias serão decisivos para sua permanência na disputa às eleições presidenciais de novembro.
Biden convocou os governadores democratas para uma reunião nesta quarta-feira, em uma tentativa de unir o partido em torno dele.
Dois deles, Wes Moore (Maryland) e Tim Walz (Minnesota), asseguraram à imprensa após a reunião que 'vamos apoiá-lo'". Walz também afirmou que o presidente está "em condições" de desempenhar seu cargo.
A governadora de Michigan, Gretchen Whitmer, vista como uma estrela ascendente do partido, escreveu após o encontro: "Joe Biden é nosso candidato. Ele está pronto para vencer e eu o apoio".
Biden admitiu que teve um mau desempenho no debate e adotou um discurso franco em uma entrevista à rádio Civic Media de Wisconsin. "Eu estraguei tudo. Cometi um erro. Foram 90 minutos no palco. Veja o que fi em 3,5 anos", disse.
Sua porta-voz, Karine Jean-Pierre, insiste em que é "absolutamente falso" que Biden pense em desistir da disputa à reeleição.
O presidente "Não está em absoluto" considerando retirar sua candidatura, disse ela a jornalistas. "Continua fazendo campanha", acrescentou.
Biden fará campanha nos próximos dias no Wisconsin e na Pensilvânia, dois "estados-pêndulo" no norte do país, ou seja, onde o voto faria em função do candidato e de outros fatores e não tanto do partido, o que os torna essenciais para vencer as eleições.
Quase uma semana após o debate, Biden não conseguiu apagar a má impressão deixada pelos 90 minutos nos quais travou ao falar, ficou com o olhar perdido por alguns momentos e chegou a perder o raciocínio sobre o que dizia.
- Pesquisas desfavoráveis -
Segundo uma pesquisa publicada nesta quarta pelo New York Times, 74% dos eleitores consultados dizem estar preocupados com a idade do presidente democrata. A consulta atribui 49% das intenções de voto ao ex-presidente republicano contra 43% para Biden.
Em outra pesquisa publicada pela rede CBS, o republicano tem 50% das intenções de voto contra 48% para o democrata.
O debate levou vários democratas, inclusive grandes personalidades como Nancy Pelosi, a questionar publicamente sua acuidade mental, inclusive pedindo abertamente que desista da corrida à Casa Branca.
Por enquanto, estes apelos não são maciços. Alguns vêm de congressistas pouco conhecidos.
- "Discussão saudável" -
"Teremos uma discussão saudável com o presidente", declarou um dos governadores democratas, J.B. Pritzker, de Illinois, à CNN, na noite de terça-feira.
"Até o momento, Joe Biden é nosso candidato. Apoio sua candidatura 100%, a menos que ele tome outra decisão, caso em que discutiremos o melhor caminho a seguir", acrescentou.
O governador de Illinois, assim como os da Califórnia (Gavin Newsom), Michigan e Pensilvânia (Josh Shapiro), são considerados possíveis futuros candidatos à Casa Branca.
Até agora, nenhum deles questionou publicamente a candidatura de Joe Biden, que venceu com folga as primárias democratas e cuja nomeação é, portanto, praticamente certa, a menos que ele se retire voluntariamente.
Sua equipe de campanha publicou um novo vídeo nesta quarta-feira, após a Suprema Corte decidir que Donald Trump possui certa imunidade processual como ex-presidente, uma grande vitória para o republicano, alvo de várias acusações criminais.
O mais alto tribunal americano "decidiu que o presidente pode ignorar a lei, inclusive para cometer um crime, porque Donald Trump assim pediu", diz a narração do vídeo, que exibe as imagens da invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021 por parte de apoiadores do republicano.
A mensagem é clara: é preciso unir forças contra Trump, que nunca reconheceu sua derrota há quatro anos.
O democrata também planeja conceder uma entrevista à ABC na sexta-feira e realizar uma coletiva de imprensa na semana que vem, com o objetivo de demonstrar sua capacidade de falar fluentemente sem teleprompter, o aparelho que permite ler um texto sem desviar o olhar da câmera.
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