MUNDO
Diários de autores do massacre de Columbine revelam detalhes 7 anos depois
Por JORNAL A TARDE
Quase 1.000 páginas de provas dos jovens autores do massacre na escola de Columbine, nos Estados Unidos, revelaram nesta quinta-feira como se prepararam com vídeos, armas e leituras, até causar a pior tragédia escolar vivida neste país, há sete anos.
Estas provas dos dois autores do massacre, Eric Harris e Dylan Klebold, que se suicidaram depois de matar 12 estudantes e um professor em 20 de abril de 1999 na localidade de Columbine (Colorado, oeste), revelam o fascínio da dupla pelos nazistas e o enaltecimento da figura de Charles Manson, assassino da mulher do cineasta Roman Polanski, Sharon Tate, em 1968.
Os documentos dos dois jovens incluem mapas, desenhos, listas de tarefas que cada um deveria fazer antes de realizar a operação contra os companheiros de sua própria escola: "buscar munições, encher as bombas, comprar pregos".
"Third Reich Acronyms, Etc. Info" é uma das frases escritas nas páginas do diário de Harris, que seu pai manteve guardado e que faz parte de uma das tantas provas apreendidas pela polícia nas casas e automóveis de Harris e Klebold, e que foram reveladas nesta quinta-feira, após quatro anos de uma forte batalha legal.
Entre as anotações de Klebold quando começou o ano escolar em 1998, destaca-se o seguinte trecho: "previsões para meu último ano: prevejo que eu, como cada um dos demais alunos que vão se graduar, se divertirá mais este ano que no passado. Terei mais liberdade, com as mesmas regras de base, por isso mais tempo e menos responsabilidades".
"O espírito e a motivação de Charles Manson" é outro título que aparece no diário de um dos jovens.
Em ambos os textos, os garotos manifestam sua paixão pelas armas e a cultura da violência, informaram oficiais da delegacia do condado de Jefferson.
A chacina paralisou os Estados Unidos e deflagrou um debate sobre a facilidade que existe no país para ter acesso às armas, além da cultura de guerra, e que inspirou o documentário "Tiros em Columbine" (2002), de Michael Moore.
Entre os recibos de compra de materiais para os explosivos, os investigadores também apreenderam um diário no qual os dois jovens, então com 17 e 18 anos, indicavam inclusive a hora em que começariam a abrir fogo no colégio.
Em maio deste ano, quando se completaram sete anos da tragédia, foi anunciado o lançamento de um video game que reproduz fielmente a matança da escola. Seu criador disse que desejava promover o "diálogo", o que gerou mal-estar entre os pais das vítimas e outro debate sobre a violência na sociedade americana.
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