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Discurso morno marca o último debate de candidatos

Publicado quinta-feira, 16 de outubro de 2008 às 00:04 h | Atualizado em 16/10/2008, 02:48 | Autor: João Mauro Uchôa, do A Tarde

Quem esperava um debate empolgante acerca de propostas para o próximo governo americanos deve ter ficado decepcionado com a performance dos dois principais candidatos na corrida para a Casa Branca. O debate de quarta-feira, 15, o último antes do pleito do dia 4 de novembro, não trouxe nenhuma informação nova para o eleitorado americano.

A crise financeira dominou as discussões. Em alguns momentos do encontro, os dois candidatos – John McCain (Partido Republicano) e Barack Obama (Partido Democrata) – usaram o tempo da TV para garantir que ambos estão profundamente comprometidos em resolver o pior momento vivido pela economia dos Estados Unidos desde a grande recessão iniciada com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929.

Com pouco tempo para tentar recuperar a vantagem aberta pelo rival democrata nas pesquisas de intenção de voto, McCain aproveitou um dos temas que mais despertam a atenção da classe média americana – a redução de impostos – para atacar o rival, com o argumento de que o programa de Obama vai trazer aumento da carga tributária.

O senador democrata pelo Estado de Illinois rebateu o ataque com o argumento de que um levantamento realizado por instituições independentes teria comprovado o fato de que seus planos para a economia americana trarão três vezes mais alívio fiscal do que as soluções apresentadas por McCain.

Enquanto o candidato democrata foca a questão dos impostos em incentivos para grandes corporações, Obama aposta nas famílias mais pobres, oferecendo dedução para quem ganha até US$ 50 mil (o equivalente a R$ 108 mil) por ano.

John McCain também ensaiou um tom mais ácido, lembrando um episódio polêmico da biografia de Barack Obama, no início da década de 1990, com uma entidade encarregada de emitir títulos de eleitores na cidade de Chicago. A organização não-governamental encarregada da tarefa, a Acorn, vem sendo investigada por sumiço de dinheiro.

TROCA DE FARPAS – McCain lamentou os “aspectos negativos” da corrida eleitoral, alguns dos quais classificou como inaceitáveis. Especificamente, o republicano se referiu aos ataques contra sua companheira de chapa e governadora do Estado do Alasca, Sarah Palin.

McCain disse que, durante a campanha, sempre tratou de temas relevantes para a população americana, como a economia e a criação de empregos. Além disso, destacou que sempre criticou aqueles que passaram dos limites, seja dentro do seu partido ou não. Contudo, o republicano voltou a insistir na relação de Obama com William Ayers, que já esteve ligado a organizações terroristas e que, segundo Palin sugeriu há cerca de uma semana, foi uma pessoa próxima ao candidato democrata.

Obama rejeitou todas as acusações e contra-atacou, afirmando que “quase todos estão convencidos de que é o senador McCain quem trava uma campanha muito negativa”. “Não só foi a campanha de McCain que foi negativa, mas também as organizações que a apóiam”, acrescentou o senador por Illinois, que insistiu: “100% de suas propagandas foram negativas, John”.

“Isso não é verdade”, respondeu o republicano. “Sim, é verdade”, replicou Obama, num dos momentos mais duros do debate, realizado em uma universidade do Estado de Nova Iorque.

BRASIL – Citando uma de suas promessas de campanha, John McCain disse que pretende eliminar o subsídio para o etanol americano. Segundo McCain, a medida levaria à economia de “bilhões”. Ele acusou seu rival democrata de defender os subsídios ao etanol americano e ser favorável a taxar o álcool brasileiro produzido a partir da cana-de-açúcar.

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