MUNDO
Edouard Michelin, presidente do grupo Michelin, morre afogado na Bretanha
Por Agência AFP
Edouard Michelin, presidente do grupo Michelin, número um mundial dos pneus, morreu afogado nesta sexta-feira na costa da Ilha de Sein, no oeste da França, em um misterioso naufrágio quando pescava.
Michelin tinha saído cedo para pescar com o presidente do comitê de pescas de Audierne, Guillaume Normant, quando o barco de M. Normant, de 8,5 metros, naufragou em circunstâncias ainda não esclarecidas.
O corpo de Michelin, 43 anos, foi resgatado boiando no meio de cestas de pesca a 10 km ao norte de Sein, mas Normant continua desaparecido. As buscas foram até à noite e serão retomadas amanhã pela manhã.
"Ninguém viu nada, ninguém entendeu nada. O mar estava bom, mas havia um nevoeiro espesso que apareceu por volta do meio-dia", disse à AFP o comandante Jean-Marie Figue, porta-voz da prefeitura marítima do Atlântico.
O local onde o barco estava é um dos mais perigosos do litoral bretão, mas também um dos melhores para a pesca do barbo, que é feita com embarcações pequenas.
"É uma zona de risco onde somente profissionais podem pescar. Há rochedos, correntes...", destacou o comandante Figue.
O presidente Jacques Chirac expressou na noite desta sexta-feira sua "grande tristeza" após o desaparecimento brutal de Michelin, enquanto o ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, lamentou "a perda de uma das figuras em ascensão da economia francesa".
A alerta foi dado às 13H00 GMT (10H00 Brasília), quando profissionais do porto de Audierne deram falta no Liberdade, o barco de Normant, que deveria ter voltado às 12H00 GMT (09H00).
Uma lancha patrulha da Marinha nacional, vários barcos de pesca e um helicóptero da Defesa Civil participaram das buscas.
A morte de Edouard Michelin é uma "dor para sua família e também para os 130.000 assalariados da Michelin no mundo", afirmou na noite desta sexta-feira a empresa, que tem sede em Clermont-Ferrand, no centro da França.
"Segundo o estatuto da Michelin, Michel Rollier, gerente adjunto do grupo, garantirá a continuidade da direção", destacou a companhia.
Muito emocionado, o diretor de competição da Michelin, Frédéric Henry-Biabaud, indicou que a empresa participará no domingo do Grande Prêmio de Fórmula 1 de Mônaco, apesar de sua "imensa tristeza". "Espero que consigamos ganhar".
Gerente adjunto do grupo desde 1991, Edouard Michelin havia assumido em junho de 1999 o lugar de seu pai François na presidência da empresa, onde havia entrado em 1985, aos 22 anos.
Casado e pai de seis crianças, Edouard Michelin gostava de teologia, de cantos gregorianos e caminhada em montanha.
Michelin, número um mundial do setor de pneus, com cerca de 20% do mercado, está em mais de 170 países com seus produtos desenvolvidos nos centros de tecnologia da França, Estados Unidos e Japão. Em 2004, o fabricante produziu 194 milhões de pneus em 75 lugares espalhados em 19 países.
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