Em Moscou, Bolsonaro homenageia soldados comunistas

Em seu primeiro dia de programação oficial em Moscou, o presidente Jair Bolsonaro (PL) participou da cerimônia de aposição de uma coroa de flores no Túmulo do Soldado Desconhecido, que é um dos símbolos mais célebres da celebração da vitória da União Soviética, como era chamada a Rússia comunista e seus países satélites, frente à Alemanha Nazista.

Bolsonaro é conhecido pelo seus ataques contra o comunismo e o socialismo, forças com as quais, em seu discurso de posse em 2019, por exemplo, prometeu combater, em promessa a apoiadores, que são os principais propaladores da ideia de que o Brasil está sob o risco de ser sublevado por 'forças vermelhas'.

Putin, que receberá Bolsonaro nesta quarta, 16, em meio à grave crise com a Ucrânia e o Ocidente, não é um saudosista do comunismo, mas estabeleceu uma cartilha de louvação aos aspectos heroicos do regime —centrado na experiência da guerra.

Mesmo que quisesse, Bolsonaro teria dificuldades de se livrar das lembranças comunistas em Moscou. A cidade é coalhada de reminiscências do período, embora elas tenham diminuído nos 30 anos de vida capitalista.

Seja como for, o mausoléu de Vladimir Lênin (1870-1924), o fundador do regime, segue lá em frente ao Kremlin onde Putin receberá o brasileiro. As estrelas vermelhas nas torres da fortaleza medieval, remetendo ao símbolo comunista, também.