CENÁRIO ATUAL
Expansão das drogas sintéticas alarma ONU
Em nível mundial, mais de 296 milhões de pessoas fizeram uso de drogas em 2021
Por AFP
A "produção barata, rápida e fácil" das drogas sintéticas transformou profundamente vários mercados mundiais, expressou a ONU neste domingo, 25, alertando para "consequências desastrosas".
O fentanil, 50 vezes mais potente do que a heroína, "mudou radicalmente o consumo de opioides na América do Norte", destacou o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC, sigla em inglês) em comunicado que acompanha o seu relatório anual.
Em 2021, a maioria das mortes por overdose na América do Norte foi atribuída a esta droga, cuja produção pode aumentar. O escritório alerta para o impacto da guerra na Ucrânia, com "alguns sinais de que poderia desencadear uma expansão do tráfico de drogas sintéticas, devido ao conhecimento técnico existente e aos grandes mercados que se desenvolvem naquela região".
O relatório também destaca as consequências ambientais do mercado das drogas. Na Bacia Amazônica, o cultivo de coca, com "oferta ainda recorde" e "redes cada vez mais ágeis", "agrava as atividades criminosas", como o desmatamento ilegal e o tráfico de animais silvestres.
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O UNODC cita, ainda, a situação no Afeganistão, onde a redução prevista do cultivo de papoula como resultado da proibição do mesmo pelos talibãs pode levar a uma mudança para a produção de metanfetamina, em um país que já é um dos maiores produtores deste estimulante, "principal droga sintética fabricada ilegalmente no mundo".
“Temos que intensificar a luta contra os traficantes que exploram os conflitos e as crises globais para expandir a produção de drogas, principalmente as substâncias sintéticas”, advertiu Ghada Waly, diretora executiva do UNODC, citada no comunicado.
Em nível mundial, "mais de 296 milhões de pessoas fizeram uso de drogas em 2021, um aumento de 23% em 10 anos", sendo a maconha a droga mais consumida, segundo o escritório. O número de pessoas que sofrem de transtornos relacionados às drogas aumentou 45% no mesmo período, mas apenas uma a cada cinco recebe tratamento.
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