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EQUADOR

Familiares de candidato assassinado processam governo por 'omissão'

De acordo com o advogado Marco Yaulema, Villavicencio havia sido ameaçado diversas vezes por criminosos

AFP

Por AFP

18/08/2023 - 20:56 h
Gloria Valencia (direita), mãe de Fernando Villavicencio, morto em Quito, em ato de campanha ao lado de seu substituto Christian Zurita
Gloria Valencia (direita), mãe de Fernando Villavicencio, morto em Quito, em ato de campanha ao lado de seu substituto Christian Zurita -

Os familiares do candidato presidencial Fernando Villavicencio, morto a tiros no Equador, entraram com uma ação contra o governo e comandantes da polícia pelo crime de "assassinato por omissão dolosa", argumentando que as instituições não garantiram a segurança do ex-jornalista, informou o advogado da família nesta sexta-feira, 18.

De acordo com o advogado Marco Yaulema, Villavicencio havia sido ameaçado diversas vezes por criminosos incomodados com denúncias que fazia em suas redes sociais, e, por isso, era necessário um esquema de segurança maior no comício em que participou em 9 de agosto, dia em que foi atingido a tiros por um mercenário colombiano.

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Yaulema responsabilizou por falta de proteção adequada o presidente equatoriano, Guillermo Lasso; o ministro do Interior Juan Zapata; o comandante da polícia, general Fausto Salinas; e o chefe de inteligência, Manuel Samaniego.

Villavicencio "estava ameaçado pelas máfias e todos sabiam, todo o Estado sabia", disse ele em uma entrevista coletiva. De acordo com sua versão, falhas no esquema de segurança facilitaram o homicídio.

Um vídeo registrou o momento em que o candidato fica do lado direito de uma van sem blindagem. Do outro lado, um pistoleiro colombiano, segundo as autoridades, atirou duas vezes em seu rosto e uma vez nas têmporas, disse Yaulema. O assassino tentou fugir antes de ser abatido pelo guarda-costas do político.

A família alegou que o número de agentes que faziam a segurança do candidato não era adequado e que o motorista do veículo não estava de prontidão ao volante.

"Não havia absolutamente nada (segurança), estamos dizendo que o Estado equatoriano não garantiu a vida de um candidato à presidência da República", insistiu o advogado, acompanhado de uma irmã de Villavicencio, um tio e sua filha mais velha.

Em um comunicado, o ministério do Governo expressou seu "total rechaço às denúncias apresentadas" e solicitou que não "se politiza o caso e que se permita avançar com as investigações".

Cães de caça

Christian Zurita, jornalista e melhor amigo do então candidato, irá substituí-lo na chapa presidencial para o primeiro turno neste domingo, 21.

Juntos, eles investigaram e denunciaram vários dos mais notórios escândalos de corrupção do país e revelaram as supostas ligações do Estado com traficantes de drogas e membros de facções criminosas.

Em sua investigação mais importante, denunciaram que o ex-mandatário socialista Rafael Correa (2007-2017) havia acordado apoios econômicos com empresários para sua campanha presidencial em troca de contratos com estatais.

Correa, que nega as acusações, foi condenado à revelia a oito anos de prisão e está exilado na Bélgica. Eles também colocaram o sucessor de Correa, Lenín Moreno (2017-2021), em maus lençois por uma suposta rede de corrupção em uma hidrelétrica em um caso ainda em curso.

O advogado acrescentou que Villavicencio fez mais de 200 investigações e publicou 11 livros e, por isso, sua vida ficou em perigo. O governo e os comandantes policiais são responsáveis por "omissão dolosa", disse.

"Não é possível que um jornalista, uma pessoa que denunciou os maiores casos de corrupção do país (...) não tenha tido proteção", acrescentou.

Na quinta-feira, Zurita afirmou que suspeita que o crime organizado transnacional está por trás do magnicídio. Antes de sua morte, Villavicencio denunciou que havia sido ameaçado por José Adolfo "Fito" Macías, líder do temido grupo criminoso "Los Choneros".

Essa facção tem conexão com o cartel narcotraficante mexicano de Sinaloa e dissidentes da guerrilha colombiana das Forças Armadas Revolucianárias da Colômbia (Farc) que renunciaram às armas após o acordo do paz de 2016.

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