"PERSONA NON GRATA"
Israel volta a cobrar desculpas de Lula após fala na África
Ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz fez publicação nas redes sociais
Por Da Redação
Israel cobrou novamente um pedido de desculpas para o presidente Lula (PT), depois dele ter comparado a ação de Israel em Gaza, na Palestina, ao Holocausto, extermínio de judeus na Segunda Guerra Mundial.
O ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, veio através das redes sociais, nesta terça-feira, 20, para se pronunciar. O gestor afirmou que a comparação feita por Lula é “promíscua e delirante”, e ainda disse que o presidente “continuará sendo persona non grata em Israel” até que se desculpe.
Katz reiterou que “milhões de judeus em todo o mundo estão à espera” do pedido de desculpas do presidente. “Como ousa comparar Israel e Hitler?”, indagou. A medida acontece um dia após Katz ter declarado Lula “persona non grata”, em pronunciamento em hebraico ao lado do embaixador brasileiro em Israel, Frederico Meyer.
“É necessário lembrar ao senhor o que Hitler fez? Levou milhões de pessoas para guetos, roubou suas propriedades, as usou como trabalhadores forçados e depois, com brutalidade sem fim, começou a assassiná-las sistematicamente. Primeiro com tiros, depois com gás. Uma indústria de extermínio de judeus, de forma ordeira e cruel”, afirmou.
Katz explicou que Israel ingressou em uma guerra de forma defensiva contra os novos nazistas que assassinaram vários judeus. “Não importava para eles se eram idosos, bebês, deficientes. Eles assassinaram uma garota em uma cadeira de rodas. Eles sequestraram bebês. Se não tivéssemos um exército, eles teriam assassinado mais dezenas de milhares”. “Ainda não é tarde para aprender História e pedir desculpas. Até então - continuará sendo persona non grata em Israel!”, completou.
Descrito no artigo 9 da Convenção de Viena sobre relações diplomáticas, o termo “persona non grata” é um instrumento jurídico usado nas relações internacionais para indicar que um representante oficial estrangeiro não é mais bem-vindo.
No final de semana, Lula se referiu a resposta de Israel na Faixa de Gaza aos ataques terroristas promovidos pelo Hamas no início de outubro como “genocídio” e “chacina”.
Lula fez a afirmação durante entrevista em Adis Abeba, na Etiópia, depois de ser questionado sobre a decisão de alguns países de suspender repasses financeiros à Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês). O petista participou da 37ª Cúpula da União Africana e de reuniões bilaterais com chefes de Estado do continente nos últimos anos.
"O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando Hitler resolveu matar os judeus", disse Lula, de acordo com o g1.
No domingo, 18, Netanyahu disse que decidiu convocar o embaixador do Brasil para uma reunião sobre a fala de Lula. O premiê declarou nas redes sociais que a afirmação banaliza o Holocausto.
Vários brasileiros comentaram na publicação de Israel Katz, afirmando que o Brasil não deve desculpas para Israel. “Alguma chance de você pedir desculpas pelo GENOCÍDIO que o seu estado está cometendo em Gaza?”, disse um.
“Não temos do que nos desculpar. A postura do estado de Israel não difere nada da de Hitler. Bibi está executando sua ‘solução final’ em Gaza. Parem de matar crianças, mulheres e inocentes!”, disse outro.
Ataques à Gaza
Em uma segunda-feira, no dia 30 de outubro, tropas e tanques de Israel atacaram a cidade de Gaza, por terra e ar, de acordo com autoridades israelenses, conforme informações do g1.
Moradores de Gaza relataram que houve ataques a partir do mar, pois o território palestino é banhado pelo Mar Mediterrâneo.
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