MUNDO
Japão vai reabastecer navios de guerra dos EUA

Por Agencia Estado
A coalizão governista do Japão conseguiu a aprovação, hoje, de um projeto de lei no Parlamento que restaura em pequena escala a missão japonesa de reabastecimento, no Oceano Índico, de navios americanos, paquistaneses e britânicos que dão apoio às forças envolvidas na guerra no Afeganistão. A marinha japonesa reabasteceu navios de guerra dos Estados Unidos e do Paquistão de 2001 até novembro de 2007, quando a oposição impediu que a missão fosse estendida.
A missão aprovada hoje é diferente e permitirá, pelo menos na teoria, que o Japão abasteça apenas navios que não estejam envolvidos em hostilidades no Afeganistão, uma restrição adotada para aplacar a opinião pública japonesa, já que a Constituição do Japão é pacifista. O primeiro-ministro Yasuo Fukuda disse que a nova missão será despachada até o final deste mês e será uma versão limitada da operação militar logística que o Japão conduziu durante seis anos, até ser suspensa em novembro do ano passado.
Para ter a missão aprovada, a coalizão de Fukuda usou um raro procedimento no Parlamento japonês e conseguiu dois terços dos votos na Câmara Baixa. Isso derrubou o veto à retomada da missão que havia passado na Câmara Alta, controlada pela oposição. "A missão de reabastecimento faz parte do esforço do Japão em fazer o que pode, usando a nossa habilidade," disse Fukuda em comunicado. "É significativo que o Japão possa se juntar novamente à luta contra o terror," afirmou o ministro.
Após a votação, o ministro da Defesa, Shigeru Ishiba, deu ordens imediatas para que os navios se preparem para partir. A frota deverá deixar os portos em duas ou três semanas e retomar às operações em cinco ou seis semanas.
O governo dos Estados Unidos fez um forte lobby para a aprovação da nova medida. O embaixador americano no Japão, Thomas Schieffer, fez declarações públicas sobre o tema, o que os embaixadores americanos evitam fazer no Japão, e teve vários encontros com parlamentares, nos quais pediu que aprovassem a retomada da missão.
Schieffer comemorou a aprovação da medida nesta sexta-feira. "Ao aprovar essa legislação, o Japão demonstrou que está com aqueles que tentam criar um mundo mais seguro e tolerante," afirmou o embaixador.
"Esse é um caso manifesto de abuso de poder," protestou o parlamentar Yoshito Sengoku, do Partido Democrático do Japão, da oposição. "Agora, com certeza a população japonesa perderá totalmente a confiança no governo," acredita. A força naval japonesa no Índico, durante 2001 e 2007, forneceu 500 milhões de litros de combustíveis para os navios da coalizão, principalmente americanos e paquistaneses.
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