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Judeus protestam contra descarte de sangue em Israel

Por Agencia Estado

06/11/2006 - 14:33 h

Centenas de judeus de origem etíope entraram em choque com a polícia de Israel hoje e bloquearam o acesso a Jerusalém. Eles protestavam contra uma medida do Ministério da Saúde por meio da qual o sangue doado por judeus etíopes era jogado fora. Quatro agentes de segurança ficaram feridos, informou a polícia local. Não há relatos de vítimas entre os manifestantes.

Na semana passada, o Canal 2 da TV israelense informou que o Ministério da Saúde havia retomado a prática de jogar fora o sangue doado por judeus etíopes por medo de que as amostras estivessem contaminadas com alguma doença. Uma revelação similar feita há dez anos desencadeou protestos e descontentamento generalizado numa comunidade que se sente alvo de discriminação racial dentro de Israel.

"Nós somos pessoas saudáveis como qualquer outra", diz Galir Maarat, de 24 anos. Ele saiu de Ashkelon, a 75 quilômetros de distância, para participar do protesto em Jerusalém. "Isso é injusto, uma terrível afronta." Takelu Yayech, de 25 anos, que também saiu de Ashkelon, disse que os manifestantes formaram uma corrente humana e sentaram-se no meio da avenida por onde se entra em Jerusalém para protestar contra o que qualificou de política racista do governo israelense.

Inbal Jacobs, uma porta-voz do Ministério da Saúde, alega que todos os doadores devem preencher um questionário que especifica determinados grupos de pessoas que não podem doar sangue. Isso inclui pessoas que estiveram em países como a Etiópia, onde a aids é endêmica.

Segundo Jacobs, Israel segue padrões internacionais e não tem como alvo específico pessoas que vieram da África, mas sim pessoas que passaram tempo considerável em países com alto índice de exposição a doenças no sangue - inclusive pessoas que estiveram na Grã-Bretanha durante um surto de mal da vaca louca, na década passada. "Existem algumas diretrizes e elas não são exclusivas de Israel", justificou.

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