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Lava de vulcão nas Canárias avança pelo mar

Publicado quinta-feira, 30 de setembro de 2021 às 08:46 h | Atualizado em 30/09/2021, 08:49 | Autor: AFP
A cascata de lava continua a desaguar no Oceano Atlântico | Foto: Sunsets Sweden | AFP
A cascata de lava continua a desaguar no Oceano Atlântico | Foto: Sunsets Sweden | AFP -

A lava do vulcão Cumbre Vieja, da ilha espanhola de La Palma, que segue continuamente para o mar, formou uma língua de mais de dez hectares de superfície, calculou o Instituto Vulcanológico das Canárias (Involcan) nesta quinta-feira, 30.

"A estimativa é que já passa dos dez hectares", disse à AFP o porta-voz do Involcan, David Calvo, acrescentando que a instituição fará uma medição mais exata com drones nas próximas horas.

O fluxo de lava do Cumbre Vieja, em erupção há 11 dias, chegou ao mar na madrugada de quarta-feira, 29, após percorrer em torno de seis quilômetros. Devastou tudo em seu caminho.

Desde então, com o vulcão expelindo material sem parar, a cascata de lava continua a desaguar no Oceano Atlântico. O delta em formação continua em crescimento.

"Os rios de lava continuam descendo pelo canal de lava em direção ao mar (...), estamos em uma fase de estabilidade", explicou David Calvo.

"A erupção afetou em torno de 476 hectares" desta ilha, que tem uma superfície de cerca de 70.000 hectares, e destruiu "um total de 744 construções", tuitou o governo local.

Embora não tenha provocado vítimas, a erupção destruiu 855 construções, de acordo com o sistema europeu de medição geoespacial Copernicus.

A erupção também levou 6.000 pessoas a abandonarem suas casas nesta ilha de 85.000 habitantes. Além disso, o cultivo de banana, sua principal atividade econômica, foi gravemente afetado.

A lava chegou ao mar sem produzir, até o momento, os efeitos mais temidos, como explosões, ou ondas de água em alta temperatura, embora estejam sendo liberados gases potencialmente tóxicos.

"A água do mar está pouco acima de 20 graus, e este magma está acima de 1.100 graus, com o que obviamente ocorre uma mudança repentina: o magma se solidifica e grandes quantidades de água do mar evaporam, o que gera as nuvens que têm cloro", explicou à AFPTV Arnau Folch, vulcanologista do Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC).

Nesta quinta-feira, "continua havendo uma coluna de gás, similar ao que acontecia ontem", quarta-feira, afirmou David Calvo.

Para evitar um possível impacto dos gases tóxicos entre a população, a administração de La Palma mantém os bairros de Tazacorte, município onde a lava chegou ao mar, em confinamento desde segunda-feira.

Também criou uma zona de exclusão de 3,5 quilômetros ao redor em terra e e de 2 milhas náuticas no mar.

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