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Líderes do G20 se comprometem com ajuda humanitária ao Afeganistão

Publicado terça-feira, 12 de outubro de 2021 às 15:44 h | Atualizado em 12/10/2021, 15:49 | Autor: AFP
O G20 inclui, entre outros países, Espanha, Argentina, México e Brasil | Foto: Hoshang Hashimi | AFP
O G20 inclui, entre outros países, Espanha, Argentina, México e Brasil | Foto: Hoshang Hashimi | AFP -

Os líderes do G20, reunidos nesta terça-feira, 12, em uma cúpula virtual, decidiram deixar suas diferenças de lado e trabalhar juntos para oferecer ajuda humanitária ao Afeganistão, segundo informou o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, que reconheceu que para isso será necessário "envolver" o Talibã.

"É muito difícil ajudar os afegãos sem envolver o governo do Talibã, mas isso não implica seu reconhecimento", disse Draghi.

"Estamos cientes da emergência e das enormes responsabilidades que o G20 tem com os afegãos e com o Afeganistão, onde permanecemos por 20 anos", explicou o chefe de governo italiano em entrevista coletiva ao final da cúpula.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o turco Recep Tayyip Erdogan e o indiano Narendra Modi estiveram entre os líderes que participaram das conversas, que começaram com a promessa da União Europeia de fornecer ajuda de 1 bilhão de euros (cerca de US $ 1,16 bilhão) para ajudar a prevenir uma crise humanitária.

Na cúpula, convocada por Draghi, cujo país detém a presidência rotativa do Grupo das 20 potências econômicas (G20), não participaram e enviaram representantes o presidente chinês, Xi Jinping, e o presidente russo, Vladimir Putin.

O G20 inclui, entre outros, Espanha, Argentina, México e Brasil.

"O que nos preocupa é o isolamento econômico do país (...) e o grande número de deslocados, 600 mil dentro do país. Isso tem um efeito desestabilizador bastante poderoso", reconheceu a presidência francesa, depois de enfatizar que ainda não há condições para o Afeganistão receber ajuda humanitária.

Para a chanceler alemã Angela Merkel, a comunidade internacional não pode "deixar de reagir enquanto 40 milhões de pessoas" no Afeganistão "mergulham no caos".

A comunidade internacional teme uma catástrofe humanitária desde que o Talibã, um movimento radical islâmico, tomou o poder no Afeganistão em agosto, após a retirada das tropas americanas depois de 20 anos de guerra.

Desde então, a economia afegã se encontra numa situação difícil com a suspensão da ajuda internacional, o aumento dos preços dos alimentos e aumento do desemprego.

O pacote de ajuda anunciado pela UE inclui uma provisão de 300 milhões de euros (461 milhões de dólares) já aprovada pelo bloco, e também ajuda complementar especializada para ações como vacinação, acolhimento, proteção da população civil e respeito pelos direitos humanos.

Esses recursos serão destinados ao apoio direto à população local e serão canalizados para organismos internacionais que já atuam nessas regiões.

As Nações Unidas e o Catar, um intermediário importante no Afeganistão que organizou conversações entre os Estados Unidos e o Talibã, também foram convidados para a cúpula virtual, realizada a portas fechadas.

O regime talibã, que ainda não foi reconhecido como governo legítimo por outros países, também enfrenta a ameaça do Estado Islâmico-Khorasan, que realizou uma série de ataques mortais.

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