MUNDO
LÍderes mundiais chegam a Londres para funeral da rainha Elizabeth
Bolsonaro aproveita a visita e improvisa um comício eleitoral na residência do embaixador brasileiro
Por AFP
O rei britânico Charles III recebeu neste domingo, 18, no Palácio de Buckingham, o presidente americano Joe Biden e outros líderes que desembarcaram em Londres para o funeral de sua mãe, Elizabeth II, poucas horas antes de o país observar um minuto de silêncio.
Ao mesmo tempo, milhares de pessoas prestavam homenagem à monarca diante de seu caixão no Palácio de Westminster. Levando em consideração a magnitude da fila e da espera - de quase 13 horas -, e que a capela funerária deve fechar às 6h30 (2h30 de Brasília) de segunda-feira, o governo pediu que as pessoas não procurem mais o final da fila "para evitar uma decepção".
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Líderes mundiais prestam homenagem
Sua nora, a rainha consorte Camilla, destacou que Elizabeth II foi uma "mulher só" em um mundo de homens, em uma mensagem que transmitirá à nação pouco antes do minuto de silêncio que será respeitado às 20h(16h de Brasília).
"Não havia mulheres primeiras-ministras, nem presidentes. Ela era a única, sendo assim penso que forjou seu próprio papel", afirma a esposa do rei Charles III, que nunca esquecerá, segundo suas palavras, os "maravilhosos olhos azuis" da rainha, que faleceu aos 96 anos.
Os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, França, Emmanuel Macron, Brasil, Jair Bolsonaro, assim como os monarcas da Espanha, Suécia, Noruega, Luxemburgo, Mônaco, Bélgica e Holanda, além do imperador japonês Naruhito, acompanharão o funeral de Estado na Abadia de Westminster.
Bolsonaro aproveitou a visita a Londres e improvisou um comício eleitoral na residência do embaixador brasileiro, com um discurso contra "a liberalização das drogas, contra a legalização do aborto e contra a ideologia de gênero".
Ele também passou pela capela funerária da rainha, assim como Biden e sua esposa Jill, além do rei da Espanha, Felipe VI, sem o seu pai, Juan Carlos I, de quem está distante devido a um escândalo sobre sua fortuna que abalou a coroa espanhola.
Pai e filho se encontraram a caminho da recepção no Palácio de Buckingham.
O presidente dos Estados Unidos assinou o livro de condolências oficial, momento em que aproveitou para elogiar a monarca.
"Já expliquei que minha mãe e meu pai pensavam que todos (...) mereciam ser tratados com dignidade e foi exatamente isso que ela transmitiu", assim como "a noção de serviço", disse Biden, para quem "o mundo é melhor graças a ela".
A quantidade de líderes mundiais e o funeral de modo geral representam um desafio de segurança "maior que os Jogos Olímpicos de 2012", disse o vice-comissário da Scotland Yard, Stuart Cundy.
O funeral de segunda-feira começará com o transporte do caixão da rainha, que está no Parlamento britânico, para a Abadia de Westminster.
Às 11h (17h de Brasília) começará a cerimônia fúnebre, oficiada pelo deão de Westminster, David Hoyle, e com um sermão de Justin Welby, líder espiritual da Igreja Anglicana, da qual o monarca da Inglaterra é o chefe desde o rompimento de Henrique VIII com Roma no século XVI.
Após a cerimônia, o caixão de Elizabeth II será levado em uma montaria, com a participação de militares, pelas ruas de Londres até o Wellington Arch, em Hyde Park Corner, em um cortejo que deve ser observado por um milhão de pessoas.
A partir deste ponto será levado de carro até o o Castelo de Windsor, a 30 quilômetros de distância, onde acontecerão uma nova cerimônia fúnebre, apenas para a família, e o enterro.
Centenas de milhares de pessoas devem ser reunir ao longo do trajeto e milhões devem assistir o funeral em pubs, telões instalados em parques e até cinemas.
Desde sábado, 48 horas antes do cortejo fúnebre, muitas pessoas já estavam posicionadas em diferentes pontos do trajeto.
Este é o caso de Fiona Ogilvie, 54 anos, que serviu na RAF (Força Aérea Real) e aguardava perto da Abadia.
"Quando você entra para a RAF promete lealdade à rainha e é algo que fica com você", explicou à AFP, antes de elogiar Elizabeth II como "alguém que nunca fugiu a seu dever".
Carol Chadwick, enfermeira de 64 anos, e o marido Tim estão na Praça do Parlamento com suas cadeiras de camping e abastecidos com sanduíches. "Estamos aqui para prestar nossa homenagem, mas especialmente porque é um momento histórico que não vai se repetir".
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